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Televisão Digital Terrestre


Green Hawk
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Governo quer mais canais na TDT sem perturbar muito o mercado

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, reiterou, esta quarta-feira, pretender que haja um alargamento do número de canais em sinal aberto na Televisão Digital Terrestre, mas que não cause demasiado impacto no mercado.

"Tenho conversado com os diferentes operadores televisivos no sentido de ser possível aumentar essa oferta sem perturbar em excesso o mercado e a sustentabilidade económica dos operadores existentes", afirmou aos jornalistas o ministro, depois de ter dado uma aula aberta na Universidade Católica do Porto, no âmbito do dia do serviço público de Rádio e de Televisão.

Poiares Maduro não quis adiantar datas para as mudanças e lembrou que, no início do próximo ano, deverá haver novidades em relação à Televisão Digital Terrestre (TDT), sublinhando que a "existência de uma maior oferta em TDT também tem vantagens para os portugueses que veem o cabo" e acrescentando que 30% da população não tem outro serviço que não o prestado em sinal aberto.

"Tenho dito que me parece inaceitável que tenhamos uma oferta em sinal aberto de quatro canais apenas", afirmou o governante, que apresentou um quadro exemplificativo da oferta existente em países estrangeiros, com mais do dobro da nacional.

Durante o discurso, o ministro referiu que o panorama mediático está a atravessar "uma fase de transição" e especificou com um dos pontos que "têm gerado mais discussão na proposta de contrato de concessão" é a existência de mais canais de serviço público: "Muito provavelmente com a multiplicação de plataformas, de meios de distribuição, essa questão vai ser uma falsa questão dentro de relativamente poucos anos".

Jornal de Notícias

"... com mais do dobro nacional"... só o dobro?!

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  • 2 months later...

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Sinal da TDT vai ser monitorizado por 400 sondas

A ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações anunciou hoje o lançamento de um projecto de 400 sondas para monitorizar o sinal da televisão digital terrestre (TDT), que será concluído no início do terceiro trimestre deste ano.

O projecto representa um investimento de 450 mil euros e passa pela colocação de 386 sondas em locais distintos.

Quatro já estão a funcionar desde Dezembro numa rede piloto inicial com as freguesias de Vialonga, Benavente, Benfica do Ribatejo e Odivelas, onde o sinal se tem mostrado "estável" e "sem grandes problemas", tendo havido apenas um problema em Vialonga, que terá de ser reportado à PT, operador responsável pela transmissão de sinal, segundo os responsáveis da Anacom.

As restantes 14 sondas vão servir de reserva, para casos de avaria, ou para análises paralelas.

As sondas foram concebidas pela ANACOM e adjudicadas em Abril do ano passado por concurso público internacional ao consórcio UBIWHERE-WAVECOM, composto pelo regulador, o INESCTEC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a Ubiwhere (chefe do consórcio) e a Wavecom.

"Iniciámos este projecto, que é pioneiro em Portugal, em parceria com várias instituições. As sondas vão monitorizar o sinal de TDT 24 horas por dia, sete dias por semana e vão permitir cobrir todo o país. Com esta monitorização vamos poder verificar se o sinal tem a qualidade exigida e se não tiver, reportar ao operador para este actuar", explicou a presidente da Anacom, Fátima Barros.

Sublinhando que as sondas são "tecnologia 100% portuguesa", Fátima Barros considerou a "ferramenta fundamental" e espera que a mesma possa ser exportada para países "com um problema comum".

O administrador do regulador responsável pela direcção de gestão de espetro, Helder Vasconcelos, explicou que a rede nacional de sondas é representativa da população, destacando que o erro amostral é de 5% para 95% de grau de confiança, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística Censos da População de 2011.

Por sua vez, o responsável da Anacom pelo projecto, José Borrego, explicou que as sondas começaram a ser pensadas há quase dois anos e que a monitorização realizada até agora era "muito intensiva do ponto de vista do consumo de recursos, humanos e de tempo, ao contrário da que será efectuada, que será totalmente automática e em tempo real.

Desde finais de 2011, a Anacom realizou 500 acções de fiscalização através das unidades móveis do regulador, que apenas conseguem medir o sinal nesse mesmo momento, o que significa que quando uma equipa se dirige a um local o sinal pode estar bom, mas ter falhas logo depois sem ser detectado.

Fátima Barros adiantou que as queixas se reduziram, tendo a Anacom recebido entre 100 a 200 por mês nos últimos quatro meses, além de as reclamações da DECO também terem caído - 800 em Outubro, 59 em Novembro e apenas quatro em Dezembro - não tendo sido reportada ainda nenhuma este ano.

Sol

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Bastava uma sonda. E era pelo cu acima de quem inventou esta porcaria.

lol aposto que o teu trisavó disso o mesmo, quando a maioria das raidos passaram de AM para FM, e teve que encostar um dos Radio

O problema Português e a PT, e as entidades que deixam passar, não percebo como e que a Anacom tem que desembolsar meio milhao de euros para uma monitorizar algo. A PT e que devia pagar isso.

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Bastava uma sonda. E era pelo cu acima de quem inventou esta porcaria.

lol aposto que o teu trisavó disso o mesmo, quando a maioria das raidos passaram de AM para FM, e teve que encostar um dos Radio

O problema Português e a PT, e as entidades que deixam passar, não percebo como e que a Anacom tem que desembolsar meio milhao de euros para uma monitorizar algo. A PT e que devia pagar isso.

É óbvio que a TDT poderia ter vantagens, e certamente tem vantagens noutros países, em que o número de canais disponíveis aumentou.

Aqui só tem vantagens para a PT e para quem andou a vender aparelhos de recepção e a montar antenas.

Para continuar a ter os 4 canais no Alentejo (agora também já há o Canal Parlamento, que bom!), tive de desembolsar 100 euros. Se a mim custou-me bastante, imagino aos velhotes reformados e com reformas mínimas...

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Eu percebo isso, mas a TDT tem muitas vantagens, a PT ganhou a licença para vender MEO na TDT pelo menus era a propaganda oficial na altura, mas os planos mudaram quando implementou o MEO satelite, a TDT agora está nas posses da PT numa forma de prevenir que outro operador implemente um serviço concorrente. A PT esta apenas a fazer serviços minimos no TDT .

O pessoal deve-se indignar contra a PT não contra a TDT.

Edited by hellspinner
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  • 8 months later...

MERCADOS

TDT: Portugueses vão ter de mexer nas antenas de TV outra vez

Mais de 900 mil lares portugueses vão ter de reorientar antenas e configurar boxes de TDT. Anacom prevê alterações para depois de 2016 e admite que a renovação dos retransmissores seja suportada pelo erário público.

As transmissões de Televisão Digital Terrestre (TDT) vão mudar de frequências – e com essa alteração, há uma grande probabilidade de os lares e empresas terem de reorientar, de novo, antenas e configurar boxes usadas para captar o sinal que transmite por via hertziana os quatro canais generalistas. As mudanças só vão ocorrer no território continental – mais de 900 mil lares deverão ser abrangidos por esta mudança, que está prevista para depois de 2016.

Questionada pela Exame Informática, a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) nega que seja necessário substituir as antenas de TDT, mas confirma que «é provável que as antenas tenham de ser reorientadas». «Contudo tal dependerá de cada situação concreta e do planeamento e da implementação da rede. Nas regiões autónomas tal não será necessário», acrescenta a entidade que regula as comunicações.

Sobre a data da migração de frequências, a Anacom informa: «A obrigatoriedade de libertação da faixa dos 694-790 MHz só ocorrerá na decorrência de eventual decisão comunitária neste sentido, que não se prevê que venha a ocorrer antes de 2016/2017», informa a Anacom, por e-mail.

A reguladora das telecomunicações admite ainda como hipótese que as frequências hoje usadas para a TDT não tenham de ser libertadas – mas no mercado são muitas as vozes que garantem que esta posição é um mero formalismo. Até porque a configuração da rede de TDT está longe de ter sido um sucesso do ponto de vista técnico - e por variadas vezes houve registo de queixas da população.

A própria Anacom, num relatório de uma consulta pública realizada em 2013, classifica a migração de frequências da TDT como «muito provável».

Decisão de 2012

Em fevereiro de 2012, a a Conferência Mundial da Rádio (WRC), da Organização Internacional das Telecomunicações (ITU), reuniu, como é costume, em Genebra, Suíça. Entre as decisões tomadas pelo principal organismo de referência no que toca à gestão de radiofrequências a nível mundial, há uma que é decisiva para a reconfiguração de antenas e boxes portuguesas num futuro próximo: a resolução 232 determina que, na conferência agendada para 2015 deverá ser confirmada, com valor de norma para a Europa e a África, a atribuição da faixa de frequências dos 694 MHz aos 790 MHz para as redes de telemóveis do futuro.

Acontece que a TDT portuguesa opera no denominado Canal 56, que ocupa as frequências entre os 750 MHz e os 758 MHz que, por sua vez, estão quase “a meio” da faixa de frequências que a WRC determinou que deveria passar a ser usada para as novas gerações de redes de telemóveis. Resultado: para cumprir as decisões da WRC, a TDT portuguesa vai ter de mudar de frequências.

Hoje, a TDT é transmitida em Portugal Continental através de um único canal – e por isso se chama a esta configuração de rede Single Frequency Network (SFN). A Anacom já deu a conhecer um novo mapa de cobertura de TDT, que divide o país em 12 regiões, atribuindo a cada uma destas regiões um canal específico.

Ao passar a usar várias frequências, a rede apresentada recentemente pela Anacom envereda pelo conceito de Multiple Frequency Network (MFN). Os canais da "nova" rede de TDT têm em comum o uso de frequências “abaixo” da faixa entre 694 MHz e 790 MHz e, por isso, não conflituam com a decisão da WRC.

Com a migração de uma rede SFN para uma rede MFN, a TDT abandona o canal 56 que servia todo o país, e passa a usar os canais 33, 34, 40, 42, 43, 45, 46, 47, 48, 49 e 43, que operam em cada uma de 12 regiões delineadas. Algumas das regiões usam o mesmo canal - mas não são confinantes. O que evita as interferências registadas, nestes últimos dois anos, com a configuração de SFN.

De acordo com vários especialistas ouvidos pela Exame Informática, a rede MFN, além de usada na larga maioria dos países, tem a vantagem de pôr termo aos problemas de sintonização que afetaram centenas de milhares de lares em Portugal depois da migração para a TDT, em 2012.

Nuno Borges Carvalho, professor da Universidade de Aveiro e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT), não tem dúvidas: «Mais tarde ou mais cedo vai ser feita a migração de frequências para MFN. Os operadores de telemóveis estão desesperados por frequências e o Estado precisa de receitas. Faz sentido que (em vez de um único canal como na SFN) se usem vários canais para transmitir a TDT, porque se conseguiu provar que uma transmissão com SFN para um território com esta dimensão não funciona».

Paulo Nunes, professor do ISCTE e igualmente investigador do IT, recorda que a opção de fazer uma transmissão confinada a um único canal, como ocorre com a configuração SFN, tem a vantagem de libertar espetro que pode ser usado para as redes móveis, mas apresenta limitações técnicas. «É possível fazer a cobertura de um país como o nosso, mas se um retransmissor tiver uma propagação maior que aquela que está prevista teoricamente, acaba por interferir com o sinal de emissores que operam com o mesmo canal, mas noutras regiões. E nesse caso são geradas interferências».

Paulo Nunes relaciona as queixas que surgiram depois da migração do sinal de TV analógico para a TDT com o facto de o relevo geográfico e também as condições climatéricas poderem aumentar a propagação das ondas hertzianas. «Tipicamente, à noite, há maior propagação. Se um emissor, nessa altura, consegue um alcance superior a 50 ou 60 quilómetros acaba por provocar interferências destrutivas (nas emissões de outros retransmissores)», acrescenta o professor do ISCTE, lembrando que «há problemas que só se detetam com a implementação» e reiterando a convicção de que a Anacom terá tomado a decisão que, à luz da informação disponível, considerou a mais indicada.

Os custos da migração de SFN para MFN podem ir além do trabalho exigido pela reorientação de antenas e reconfiguração das boxes que não conseguem captar o sinal automaticamente. «Há transmissores que apenas operam em SFN e que têm de ser substituídos por outros que operam em vários canais. Nos transmissores que já operam em vários canais, terá de ser feita a necessária configuração», explica Nuno Borges Carvalho, admitindo que seja necessário investir na rede para poder migrar de SFN para MFN.

A Anacom não afasta a hipótese de a renovação da rede de retransmissores de TDT ser suportada pelo erário público. A Portugal Telecomunicações Comunicações (PTC), que presta o serviço em regime de concessão, apenas deverá investir na renovação da rede de retransmissores se se provar que o atual serviço de TDT não respeita os parâmetros de qualidade. «A migração para a rede MFN poderá ser abreviada, suportando a PTC os custos a que haja lugar, caso se antecipe ou assim que se verifique que a rede em funcionamento não apresenta a estabilidade necessária à oferta do serviço com os níveis de qualidade constantes da Recomendação ITU - RBT.1735-1e suas revisões futuras», refere a Anacom.

Exame Informática

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:lol:

Eu não vejo praticamente tv, mas até no meu monte que fica entre Beja e Serpa, o sinal é RUÍM... RUÍM... RUÍM!  :ranting: 

Eu sempre achei que alguém ficou a ganhar milhões, neste mega negócio.
É impressionante a qualidade do sinal que chega de Espanha em comparação com o sinal de m*rda que há por cá.

Edited by cyberurbis
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Com a idade um gajo perde a paciência e vê que historicamente estas situações não tem grande solução sem ser limpar o sarampo a quem é corrupto/bandido/aldrabão. Quem corrompe para fazer isto, corrompe reguladores e tribunais e nada se passa a menos que se seja um sucateiro.

 

Era, sinceramente, matar uns quantos.


Neste momento tenho ZON na terrinha para ter TV nas férias. Fui lá 2x este ano e n sei se volto tão cedo.

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O problema aqui nem é o "comprem lá os descodificadores se querem continuar a ver tv", é a rede nacional de emissores ser da loja dos chineses.

Os espanhois tem um serviço premium. Por cá, temos zonas em que não se apanha NADA dos canais portugueses e apanha-se com a máxima qualidade o sinal espanhol, que tem um emissor, muito mais distante do que o Português.

Se isto não significa que a empresa que andou a montar a rede de emissores, meteu material do piorzinho (e muito dinheiro ao bolso), então não sei o que se terá passado. Ou isso, ou os nossos engenheiros não percebem nada de TDT

Edited by cyberurbis
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O problema aqui nem é o "comprem lá os descodificadores se querem continuar a ver tv", é a rede nacional de emissores ser da loja dos chineses.

Os espanhois tem um serviço premium. Por cá, temos zonas em que não se apanha NADA dos canais portugueses e apanha-se com a máxima qualidade o sinal espanhol, que tem um emissor, muito mais distante do que o Português.

Se isto não significa que a empresa que andou a montar a rede de emissores, meteu material do piorzinho (e muito dinheiro ao bolso), então não sei o que se terá passado. Ou isso, ou os nossos engenheiros não percebem nada de TDT

 

São as coisas que fazem sentido apenas e só em Portugal, sugiro.

Dar a exploração/distribuição da agua à luso.

À Galp a dos postos de combustíveis low cost.

Brisa e amigos a da manutenção das estradas nacionais.

etc

etc

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  • 2 months later...

RTP quer colocar RTP Informação e RTP Memória na TDT

O grupo RTP quer colocar os seus canais temáticos RTP Informação e RTP Memória na Televisão Digital Terrestre (TDT).

Os canais estão atualmente disponíveis apenas nos serviços de televisão paga, mas a RTP quer que estes canais comecem a ser emitidos em sinal aberto através da TDT, a fim de chegar a toda a população e de prestar um melhor e mais completo serviço público.

A intenção de colocar estes canais na TDT não é nova, em 2013 a administração da RTP já tinha manifestado interesse que os canais passassem em sinal aberto.

A informação consta também no Projeto Estratégico da empresa pública, que foi chumbado pelo Conselho Geral Independente (CGI). “Em termos de canais temáticos estes estarão disponíveis para emissão em sinal aberto, no momento em que tal seja possível, pois há condicionalismos tecnológicos (TDT) e de modelo de receitas, que não estão ultrapassados”, refere o documento.

Em relação às questões tecnológicas, espera-se que em breve o Governo anuncie o plano para o alargamento da oferta da TDT, defendido publicamente pelo ministro Poiares Maduro. Financeiramente, a inclusão destes canais na TDT pode ter custos na ordem dos 12 milhões de euros por ano para a RTP.

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  • 3 years later...
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RTP quer aumento da taxa do audiovisual em 2019 e publicidade na TDT

Gonçalo Reis defende que o operador público está a cumprir orçamentos rigorosos e a prestar mais serviço público, pelo que o Governo deve cumprir o seu quinhão e aumentar a CAV, que é hoje de 2,85 euros, pelo valor da inflação. Não receia os novos canais de desporto e informação na TDT mas quer passar a ter publicidade na RTP3 e na RTP Memória.

 

Em entrevista ao PÚBLICO, o presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, discute o lugar que a RTP deve manter como referência na paisagem televisiva portuguesa, à margem

das guerras de audiências dos seus concorrentes directos. Defende que o esforço da RTP deve ser recompensado pelo Governo com um aumento da Contribuição para o Audiovisual (que não sobre desde 2016), que não faz sentido aumentar os limites de publicidade na RTP1, e que a RTP2 é um luxo "e ainda bem".

Na segunda parte desta entrevista, Gonçalo Reis garante que as polémicas com a direcção de informação da estação estão ultrapassadas e que há condições para reforçar "a confiança, o pluralismo e a isenção".

A RTP apresenta nesta quinta-feira à tarde as novidades de programação dos vários canais para os próximos meses.

O mercado televisivo está a mexer muito. A RTP também está à procura de reforços?
Acho interessante que o mercado mexa: mostra que as televisões generalistas pesam, movimentam recursos; e para quem via este sector em declínio é uma boa manifestação de vitalidade. A RTP está atenta. Não vamos entrar em aventuras emocionais nem fazer apostas demasiado fortes no entretenimento que sacrifiquem as nossas responsabilidades globais de diversidade e qualidade. Traduzindo: não vamos gastar dinheiro numa apresentadora especialíssima, de maneira que coloque em causa a produção de documentários, de programas sobre conhecimento ou ciência.

“Especialíssima”... gostava de ter Cristina Ferreira por cá?
Acho que nós temos óptimas [apresentadoras]. Mas não vamos ficar parados a ver a banda passar. Sei que o dinheiro conta mas a RTP é hoje uma empresa muito atractiva, há uma certa noção de serviço público, de credibilidade e qualidade que pesa nas opções que muitos profissionais, apresentadores, comentadores, jornalistas, humoristas, músicos fazem.

Quanto precários vão integrar?
Provavelmente abaixo dos 260 que prevemos no orçamento, depende das decisões da comissão.

A entrada em funções desta administração foi um processo que se arrastou por meses. Isso adiou decisões importantes?
Sou gestor, preocupo-me com o aqui e agora. Temos uma administração em funções desde 1 de Junho, um projecto estratégico e uma ambição clara para os próximos anos: afirmação de uma lógica de serviço público forte, diferenciada, com personalidade própria mas que ao mesmo tempo tenha competitividade. E agora temos todo o caminho para executar as nossas ideias.

Faria sentido acabar com o direito das Finanças sobre a nomeação do administrador financeiro?
Sou muito prudente sobre o modelo de governança da empresa. Mas não vejo nada de dramático aí.

A taxa do audiovisual (de 2,85 euros por mês) não aumenta desde 2016. Vai defender o seu aumento no OE2019?
A RTP tem uma estabilidade financeira rara: tem tido resultados operacionais positivos de dez milhões de euros, resultados líquidos marginalmente positivos, uma estabilidade da dívida com um padrão historicamente baixo para a RTP de 100 milhões de euros (60% são do edifício sede). O financiamento da RTP é dos mais baixos da Europa. Até a Grécia, a Bósnia ou a Macedónia têm recursos superiores para o audiovisual. Nos últimos anos, com esforço, sacrifício e empenho interno, a RTP lançou novos canais na TDT, abriu os arquivos históricos, aumentou o apoio ao cinema e produção independente, e à divulgação de áreas culturais. Actuando numa  situação de concorrência, de mercado, em que as exigências são crescentes, a RTP tem de ter os meios…

Argumentos típicos para o aumento.
É fundamental que cada parte cumpra o seu quinhão: a RTP está a prestar mais serviço público, ao Estado caberá ajustar a Contribuição para o Audiovisual de acordo com a inflação tal como a lei estipula.

Só a inflação deste ano ou acumulada?
Cabe ao accionista decidir se faz uma actualização anual ou periódica. 

Foi um ano caro com a Eurovisão e o Mundial. Como estão as contas deste ano?
A Eurovisão teve um efeito muito positivo para Portugal, e de imagem e credibilidade para a RTP, mas terá um custo líquido de cinco milhões de euros (o orçamento foi de 19,5 milhões). Não falamos sobre custos contratuais do desporto.

Agora, é ponto de honra do nosso projecto estratégico: o equilíbrio operacional vai manter-se nos próximos três anos. Este ano vamos ter um resultado operacional positivo sem qualquer margem de dúvida e vamos lutar até ao final do ano para ter resultados líquidos próximos de zero.

Com implicações no funcionamento da empresa?
Com muito esforço, empenho e sacrifício e medidas de gestão eficiente na área de compras, de processos. E há opções: este ano fizemos a de não adquirir a Champions.

À custa do investimento. Na rádio, o emissor da Antena 1 para Lisboa está avariado e usam o da Renascença...
Já está a funcionar desde final de Agosto, foi uma situação de tempestade, visitei-o na semana passada. Foi reparado e até com ganho de qualidade de emissão na zona de Lisboa.

De quanto será o orçamento de 2019?
Muito semelhante a 2017: de 200 milhões de euros. No próximo ano temos de executar um programa de investimento em equipamento de 16 milhões de euros – para a rádio, para TV, de exteriores, de distribuição do sinal da rádio e equipamento que permita migrar para o HD; agora vamos reformular os estúdios da rádio com visual radio.

A última vez que a RTP fez um programa estruturado de investimento foi em 2004: viemos para esta sede, juntámos a rádio e a TV e fizemos o Euro 2004. Os equipamentos de exterior de TV que adquirimos já eram em segunda mão. Portanto, hoje temos equipamentos do tempo da Expo'98 e do Euro2004 em segunda mão. Temos uma situação de obsolescência num tempo em que as exigências do cidadão são altas em termos de qualidade, de produção em HD, de distribuição do sinal de rádio, de acesso a canais internacionais.

A RTP2 vai ter reforço de grelha. Vamos ter apostas em ficção e apoio ao cinema e produção independente; e apostas na rádio não só em conteúdo mas em termos de infra-estruturas (e a rádio deve ser discriminada positivamente) e uma componente digital com vários projectos.

Sonhe um pouco: o que gostaria de ter na RTP que não tem?
Temos valores excelentes. A mim cabe-me definir a estratégia e o caminho, as definições em concreto sobre programas, apresentadores e contratações cabem aos directores de conteúdos.

Mas também é espectador.
Sou um espectador atento e gosto de desafiar os directores a fazerem mais e melhor. Vejo muito a RTP2. É um caso em que o conceito e o produto são tão bons que a estratégia tem de ser completamente soberana face às audiências. Agora, se me perguntar se é um luxo de um canal... É um grande luxo de um canal e ainda bem que podemos oferecer um canal desse luxo e dessa qualidade aos portugueses. Tem séries europeias que não passam em lado nenhum, tem documentários maravilhosos (a RTP encomenda e produz 90% dos documentários em Portugal); tem programas de património, de ciência, é um dos poucos canais europeus em sinal aberto que passa artes de palco: teatro e dança.

Então o que lhe falta? Público?
A RTP2 tem o público que tiver. Nunca disse à Teresa Paixão [directora] para guinar o canal e piscar o olho às audiências.

Há dois anos, dizia-se confortável com os 14% de audiências e o terceiro lugar da RTP1. Hoje está nos 12%, mantém essa visão?
Temos de as ver as audiências no global. E a nossa posição hoje em dia no global é mais forte do que se julga: 73% dos portugueses vêem um programa, ouvem ou lêem conteúdos da RTP todas as semanas. No conjunto dos canais de TV, são 17% de audiência; são 10% na rádio: a Antena 1 ultrapassou a Renascença, tem o dobro da TSF e é líder na informação. Se formos para o digital: cinco milhões de visitas e visualização de conteúdos no RTP Play todos os meses. Estes indicadores mostram uma relação muito forte entre o público e a RTP.

Vejo uma tendência de fragmentação de mercado, há mais plataformas, e a RTP acompanha a tendência dos canais generalistas europeus.

Está a reconhecer que a RTP já não é um player de peso no mercado?
Não tem a ver com o operador mas com a mudança de hábitos dos públicos, com a vontade de as pessoas terem cada vez mais acesso a opções fragmentadas, com o crescimento da oferta do cabo, das outras plataformas. Essas realidades estão lá. O que temos de fazer é reagir, ou seja, mantendo a boa qualidade da nossa oferta, mantendo as grandes âncoras da informação, desporto e entretenimento, mantendo um equilíbrio saudável entre canais mais elitistas, culturais, e canais mais todo-o-terreno, de grandes públicos, mas dando muito mais enfoque ao digital.

Tem medo de perder mais audiência com os dois canais de desporto e informação que serão lançados na TDT?
Não. Acho muito interessante o reforço da TDT, tem o mérito de ser de acesso universal e levar os conteúdos a toda a gente. Terá vários efeitos: o cidadão tem mais escolha, mas também a rede é mais valorizada, as pessoas terão melhor experiência e no global verão mais conteúdos. Mas é importante melhorar as condições de visualização e captação de rede, que não são as ideais, há níveis de serviço por cumprir e as instituições devem actuar sobre isso.

Vai pedir ao Governo que permita publicidade na RTP3 e na RTP Memória?
Não sou eu quem tem que pedir, mas é o momento adequado para ponderar por que é que os canais da RTP têm uma excepção negativa.

E a RTP1 deve ter mais do que seis minutos de publicidade por hora?
Não, nem pensar, não faz sentido.

Como vai enfrentar a concorrência na TDT?
A RTP tem de seguir o seu caminho do lado da informação. Temos uma presença e atributos fortes, somos reconhecidos como a marca de maior confiança: o estudo do Reuters Institute escolhe todos os anos a RTP como a marca de informação de maior confiança em Portugal, comparando com todas as TV, rádio e imprensa escrita. E na área do desporto somos fortes em aberto, vamos ver como o mercado reage.

O que destaca de diferente em relação ao primeiro mandato?
Nos últimos três anos a RTP reconciliou-se com os portugueses, com uma certa noção de serviço público, em caminho próprio, apostou em criatividade, em pensar fora da caixa e lançou uma série de iniciativas válidas: livros RTP, arquivos históricos online, aposta nas séries.

Nos próximos anos não podemos regressar à linha comercial que em tempos idos se seguiu e que na prática não a diferenciava dos operadores privados nem por uma linha que chegue a um nível de experimentalismo e de nicho que colocaria em causa a relevância do operador. Temos de seguir uma espécie de terceira via: ser um operador de serviço público com uma matriz de serviço público diferenciador mas preocupada em produzir conteúdos com mais impacto, ser mais global a chegar aos públicos internacionais, ter particular atenção aos jovens, apostar na área do digital, estar presente nos grandes eventos que mexem com os portugueses, estar em todo o território nacional.

Parte dessa mudança deveu-se ao administrador Nuno Artur Silva, que fizera toda a sua carreira anterior no entretenimento. Agora tem um mais ligado às tecnologias. Isso é o sinal dessa valorização do digital?
É uma equipa muito bem balanceada porque o Hugo Figueiredo tem a competência de gestão de conteúdos, especial apetência para o digital e uma posição muito amigável em relação ao cinema e à produção independente. A dupla Nuno Artur Silva/Daniel Deusdado pensou fora da caixa, trouxe muita criatividade que deu frutos, e a dupla Hugo Figueiredo/José Fragoso [director de programas] tem a matriz toda do serviço público com uma dose de preocupação, de eficácia e de impacto que são muito relevantes para a RTP. Eu penso mesmo em duplas; há uma certa calibração das competências.

Que matérias devem ser mudadas na revisão do contrato de concessão em 2019?
A produção de conteúdos digital deve perder o estatuto de irmão menor da rádio e da TV, e ter estatuto, dignidade e tratamento distinto. Vale a pena fazer uma reflexão ponderada sobre como tratar algumas famílias de conteúdos da RTP e como devem estar alocadas aos canais: os infantis, o desporto, a memória/arquivos. E é uma boa oportunidade para actualizar o enquadramento económico e empresarial da RTP, dar-lhe os mecanismos e a autonomia para fazer a gestão da política de investimentos e de recursos humanos típica de uma empresa que sendo pública actua num mercado de concorrência.

Vê a RTP em Dezembro de 2020 com os mesmos canais e filosofia que têm hoje?
Vejo a RTP com estes canais, acho que dentro destes pode haver tratamento de alguns macro-temas que venham a ser distintos dos actuais.

Por exemplo, a RTP Memória partilhar grelha com a programação infantil, em vez de estar na RTP2?
Pode ser. A RTP Memória foi muito bem reinventada, tem tido êxito na TDT e tem funcionado bem. Mas temos de ver que o caudal que o alimenta passa a funcionar em repetição.

Público

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Edited by loki
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