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Entrevista Com Fernando Fragata


Prym3r
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Pois é..Cinemaxunga pa a fikar grande :P

Entrevista com Fernando Fragata, produtor, argumentista, realizador, montador, operador de câmara e steadicam, director de fotografia e compositor da banda sonora original de Sorte Nula, a estrear dia 9 de Dezembro

Fragata, em primeiro lugar deixa-me agradecer-te por esta entrevista. Eu sei que o nosso site tem má fama, mas somos boas pessoas e gostamos de bom cinema. Uma das nossas principais linhas é apoiar o que se faz em Portugal.

XNG - Pelo que tenho visto, parece-me que o "Sorte Nula" tem mais meios do que é normal no cinema nacional. Foi graças a um orçamento maior ou a uma melhor gestão dos meios e recursos?

Fragata - Tem piada, pois este filme tem o orçamento mais baixo da história do cinema tuga. Foi tudo feito por mim com a prata da casa. Quando vejo um filme português interrogo-me sempre onde está no ecrã todo o dinheiro do orçamento. Eu tento fazer o contrário, com pouco orçamento, tento que pareça que custou 5 vezes mais.

...................................

Continuaçao da Entrevista

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  • 2 weeks later...

Já fui ver o filme..

Ao principio parece mto confuso, mas dps começa-se a perceber a historia e até tem a sua piada..

Só digo q isto é um filme mm à portugal e voçes vão perceber dps pq.. lol

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«Sorte Nula» atrai portugueses aos cinemas, mas...

O filme de Fernando Fragata fez mais espectadores numa semana do que a maior parte dos filmes portugueses deste ano em toda a sua carreira comercial, mas os números não são suficientes para alterar o desolador panorama geral do cinema português. No ranking divulgado pelo ICAM é ainda possível verificar a diferente adesão dos espectadores a filmes como «O Tesouro» ou «Polar Express», enquanto «Alexandre, o Grande» nos leva a questionar os procedimentos das distribuidoras.

«Sorte Nula» teve a melhor estreia do ano para um filme português, de acordo com os resultados de bilheteira divulgados pelo ICAM para a semana de 9 a 15 de Dezembro, que foi ainda assim dominada por «O Tesouro» com Nicolas Cage. «Polar Express» desiludiu e «Alexandre, o Grande» leva-nos a questionar os procedimentos das distribuidoras.

Em primeiro lugar, ficou «O Tesouro» de Jon Turteltaub, uma produção de Jerry Bruckheimer protagonizada por Nicolas Cage. Foi visto por 45.881 espectadores em 38 salas (média de 1203 espectadores). É um número razoável e o filme não terá problemas em ultrapassar a barreira psicológica dos 100 mil espectadores, mas com a concorrência nas próximas semanas, não deverá chegar ao grupo mais exclusivo dos 150 mil.

«O Tesouro» teve a concorrência de um filme mais familiar, «The Incredibles: Os Super-Heróis», que na sua terceira semana em exibição ainda consegue levar 30.506 espectadores em 47 salas (média de 649). No total, o último filme da Disney-Pixar já foi visto por 143.543 espectadores e é natural que fique bastante tempo nas salas, pois não tem concorrência para os próximos tempos, já que «Polar Express» teve uma estreia desastrada.

Em terceiro lugar está «Alexandre, o Grande», que teve 27.261 espectadores em 49 salas (média de 556 espectadores). O total, ao fim de duas semanas, está nos 73.112, o que nos leva a questionar no CINEMA2000 os processos das distribuidoras que inflacionam os números dos seus filmes muito para lá da realidade. Com efeito, a Lusomundo enviou à imprensa um press release a dar conta de que o filme de Oliver Stone tinha feito "70 mil espectadores só no primeiro fim-de-semana" de exibição. Embora não alheios aos processos das distribuidoras, razão pela qual raramente utilizamos os seus press releases como base das notícias que damos aos nossos visitantes, entendemos que se tratava de um facto relevante e positivo para o filme e noticiámos o facto. Embora as informações do ICAM reportem-se a cerca de 4/5 das salas, existe claramente um desfasamento dos números que é escandaloso.

Já em relação aos números de «Polar Express», o quarto classificado do ranking, não há inflacionamento que lhe valha. Estreado numas excelentes 48 salas, apenas foi visto por 18.237 espectadores (média de 380). É possível que suceda em Portugal o mesmo que nos Estados Unidos, em que o filme de Robert Zemeckis com Tom Hanks multiplicado foi conquistando gradualmente o seu público, mas para já estes valores divulgados são uma desilusão.

Em 5.º lugar ficou o filme português «Sorte Nula», com 12.715 espectadores para 17 salas (média de 748). As boas notícias é que trata-se da melhor estreia do ano para um filme português. Por comparação, o último filme português estreado da Lusomundo lançado nos mesmos moldes, «Kiss Me», não passou dos 6.805 em 18 salas a 4 de Novembro.

O filme de Fernando Fragata irá provavelmente bater o desempenho extraordinário de «Balas & Bolinhos O Regresso», com o qual faz mais sentido fazer comparações, e que estreou a 30 de Setembro com apenas 7.426 espectadores em 8 salas e se foi mantendo nas salas, com grande sucesso, até chegar aos 42.906 espectadores em 83 dias, sendo o filme português mais visto em 2004. O filme de Luís Ismael, uma sequela de «Balas & Bolinhos» (2000), também foi produzido à margem de qualquer apoio institucional, apoiado pela SIC Radical. O filme foi também distribuído pela Lusomundo, embora esta tenha-o feito com muito menor divulgação publicitária do que sucedeu com «Sorte Nula», além de ter optado por lançá-lo principalmente nas salas do norte do país, acabando por funcionar graças ao boca-a-boca dos espectadores.

Embora o filme de Fernando Fragata talvez consiga chegar aos 50 mil espectadores e ser o filme português mais visto do ano, esses números apenas podem ser encarados como um "sucesso" devido ao contexto geral que se vive em Portugal, de um panorama em que a afluência do público português aos seus próprios filmes é baixíssima.

A favor da classificação de «Sorte Nula» como razoável sucesso joga também o facto de ter sido um filme barato de produzir e, como foi referido frequentemente pelo realizador em entrevistas, praticamente sem apoios do ICAM. Estes números podiam então ser usados como comparação em relação a outros filmes financiados pela instituição, que muitas vezes nem sequer chegam aos 10 mil espectadores em toda a sua exibição comercial, quanto mais na primeira semana. Mas, por outro lado, estes não tinham os mesmos objectivos, apelo comercial ou ambições do filme de Fernando Fragata, e este pormenor é válido tanto para filmes nacionais como estrangeiros: «Lost in Translation» não tem os mesmos objectivos ou apelo comercial de «Rei Artur». Além disso, a maior parte dos filmes portugueses estreiam em muito menos salas e não têm o tratamento de marketing profissional que teve «Sorte Nula».

A verdade é que, depois da desilusão de «Os Imortais», visto por 36 mil pessoas em 2003, «Sorte Nula» será o filme com mais espectadores desde 2002, quando «A Selva» foi visto por 80.640 pessoas. Mas, infelizmente, os seus números mostram que nem a própria Lusomundo, distribuindo um filme português com assumidas pretensões comerciais em 17 salas (pelo menos o dobro de outros lançamentos nacionais através da Atalanta Filmes) e apoiada pela SIC Radical, consegue ultrapassar o estrangulamento do mercado. A crise de valores do cinema português necessita de uma discussão séria e sem complexos "pseudo-intelectuais" por parte de quem é financiado pelo ICAM, mas igualmente por aqueles que não o são.

in cinema2000

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