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Autárquicas 2017


Vasco G
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Roteiro para as Eleições Autárquicas de 2017: tendências, probabilidades e leituras políticas

Gustavo Sampaio

15:10

Candidatos (quase todos) escolhidos, dados lançados. A menos de seis meses da abertura das urnas de voto, identificamos o que está em jogo (nos tabuleiros do poder nacional e local) e antecipamos possíveis cenários.

Ressurreição de “dinossauros”


Em 2013, a lei da limitação de mandatos autárquicos obrigou-os a pedirem a reforma, ou a candidatarem-se a outros municípios. Sim, distorcendo o espírito da lei, convencionou-se que a limitação é apenas territorial e não incide sobre a função de presidente de câmara municipal (CM) ou junta de freguesia. Em 2017, muitos tentam retomar o poder nos municípios de origem. Sim, a lei determina um limite de “três mandatos consecutivos”, possibilitando o retorno de “dinossauros” autárquicos logo após um quadriénio de intervalo.

Estão assim de volta os rostos conhecidos de João Marques (PSD) em Pedrógão Grande (autarca entre 1997 e 2013), Júlia Costa (PSD) em Caminha (autarca entre 2001 e 2013), Fernando Marques (PSD) em Ansião (autarca entre 1993 e 2009), António Murta (PS) em Vila Real de Santo António (autarca entre 1985 e 2005, com um interregno pelo meio), Jaime Ramos (PSD) no Entroncamento (autarca entre 2001 e 2013), Litério Marques (PSD) em Anadia (ex-autarca entre 1997 e 2013) ou António Sebastião (PSD) em Almodôvar (ex-autarca entre 2001 e 2013). Nos casos de Litério Marques e António Sebastião, importa salientar que passaram o quadriénio de intervalo (2013-2017) em funções nas mesmas autarquias, Anadia e Almodôvar, como vereadores eleitos por movimentos independentes.

Ao que acresce uma nova tendência de sentido inverso: alguns candidatam-se desta vez como independentes, contra os partidos em que militaram ao longo de várias décadas. É a situação de José Rondão Almeida, dissidente do PS e ex-autarca de Elvas (1994-2013) que procura agora reassumir esse mesmo cargo. Tal como Narciso Miranda em Matosinhos (dissidente do PS e ex-autarca de Matosinhos entre 1977 e 2005), João Cepa em Esposende (dissidente do PSD e ex-autarca de Esposende entre 1998 e 2013) ou Narciso Mota em Pombal (dissidente do PSD e ex-autarca de Pombal entre 1993 e 2013).

Neste último grupo também podem ser incluídos os “dinossauros” Avelino Ferreira Torres (ex-CDS-PP) e Isaltino Morais (ex-PSD), cujas carreiras políticas foram toldadas por problemas com a justiça. O primeiro foi autarca de Marco de Canaveses durante 22 anos (1982-2005) e avança entretanto para Amarante. Enfrentou acusações por crimes de corrupção, peculato, extorsão e abuso de poder, mas acabou por ser absolvido em 2011, beneficiando de diversas prescrições. O segundo foi autarca de Oeiras durante 25 anos (1985-2002, 2005-2013) e candidata-se agora contra o seu antigo vice-presidente (e sucessor na presidência da CM), Paulo Vistas, outro independente. Cumpriu 14 meses de prisão efetiva, entre 2013 e 2014, condenado por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Por outro lado, repete-se o fenómeno das candidaturas em municípios vizinhos. Depois de 16 anos (1997-2013) na presidência da CM da Amadora, mais quatro anos (2013-2017) na presidência da Assembleia Municipal da Amadora, Joaquim Raposo (PS) aponta à presidência da CM de Oeiras. Quanto a Fernando Costa (PSD), ex-autarca das Caldas da Rainha (1985-2013) e ex-vereador em Loures (2013-2017), disputa a presidência da CM de Leiria. Entre outros exemplos.

 A partilha do poder local


“Se os partidos não entenderem o que se passou aqui hoje, então não perceberam nada,” afirmou Rui Moreira, em 2013, na noite em que conquistou a presidência da CM do Porto. As vitórias de Moreira e outros candidatos independentes dispersos pelo país (com destaque para Paulo Vistas em Oeiras e Guilherme Pinto em Matosinhos) confirmaram o extinção do monopólio do poder local que beneficiava os partidos políticos. Ao todo, os movimentos independentes elegeram 13 presidentes de CM e 112 vereadores.

Em 2017 deverá assistir-se a uma mera estabilização dessa tendência. É provável que Moreira seja reeleito e que os velhos “dinossauros” tornados independentes venham a aumentar ligeiramente o número de presidências. Contudo, não se prevê nenhuma grande surpresa nos principais municípios. Apesar das recentes alterações legislativas que removem alguns obstáculos do caminho dos movimentos independentes: já podem alterar as listas de candidatos (sem ter que voltar a apresentá-las) e utilizar siglas e símbolos (deixando de ser identificadas por numeração romana nos boletins de voto).

Incumbentes em risco


Onde é que poderão surgir as mais relevantes viragens políticas? Desde logo em Oeiras, na medida em que as sondagens locais indicam uma vantagem substancial de Isaltino Morais (o desafiador) em relação a Paulo Vistas (o incumbente). Adivinha-se uma luta a dois, intensa, entre os ex-aliados. No município vizinho de Sintra, o atual presidente Basílio Horta, apoiado pelo PS, torna a defrontar Marco Almeida, ex-independente que desta vez concorre pelo PSD. Recorde-se que, em 2013, a diferença entre Horta e Almeida foi inferior a 2% dos votos. A mudança de estratégia do PSD poderá ser decisiva nas contas finais.
Em Coimbra, a reeleição de Manuel Machado (PS) será complicada, com a agravante de se tratar do presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). À direita, Jaime Ramos aparece como um candidato forte, tendo o apoio de PSD, CDS-PP, PPM e MPT. O mesmo se aplica a Leiria, onde Raul Castro (PS) deverá sentir dificuldades perante Fernando Costa (PSD). Enfim, no Funchal, o independente Paulo Cafôfo lidera uma coligação (PS, BE, MPT e PAN) que perdeu dois membros (PTP e PND) desde a surpreendente (e tangencial) vitória em 2013. O PSD tentará aproveitar essa cisão para recuperar o poder através de Rubina Leal, secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais.

Grandes e pequenos vencedores


Como é que se define o vencedor das eleições autárquicas? O partido que obtém mais presidências de câmaras municipais, o que recolhe mais votos ao nível nacional, o que conquista as autarquias mais importantes, o que acumula mais vereadores? Depende das circunstâncias. Tradicionalmente, na noite eleitoral, cada partido exalta as suas vitórias e relativiza as suas derrotas. Parece que não há vencidos, apenas grandes e pequenos vencedores. A profusão de candidaturas independentes e coligações variáveis acentuou esse fenómeno.

Em 2013, porém, verificou-se uma exceção: o PSD sofreu uma derrota pesada (baixou de 139 para 106 câmaras municipais, perdendo a presidência da ANMP que mantinha desde 2001), ao ponto de Pedro Passos Coelho ter admitido que se tratou de “um dos piores resultados” de sempre dos social-democratas; enquanto o PS foi o grande vencedor (subiu de 132 para 150 câmaras municipais), reforçando a liderança de António José Seguro. No ano seguinte, o PS também ganhou as eleições europeias, mas foi uma “vitória pequenina” (o pretexto utilizado por António Costa) e Seguro acabou por ser destronado pelo autarca de Lisboa. Já em 2015, Costa tornou-se primeiro-ministro, sucedendo a Passos Coelho.

Neste contexto, o que esperar das eleições autárquicas de 2017? O PS dispõe de uma vantagem confortável (mais 44 câmaras municipais do que o PSD) para gerir e só uma hecatombe generalizada poderá custar-lhe a presidência da ANMP. O PSD procura encurtar a distância e recuperar alguns municípios importantes. O PCP tem 34 bastiões para defender, com especial atenção em Loures, Setúbal e Almada. O CDS-PP aposta num bom resultado da líder Assunção Cristas em Lisboa, volta a apoiar o independente Rui Moreira no Porto (desta vez acompanhado pelo PS), estabelece cerca de 100 alianças com o PSD (que em 2013 resultaram em 19 vitórias) e tenta preservar as suas cinco presidências. O BE mantém-se alinhado com Paulo Cafôfo no Funchal e foca-se no aumento do número de vereadores eleitos.

 A solidão do líder acossado


“Eu nunca me demitiria de presidente do PSD por causa de um resultado autárquico,” garantiu Passos Coelho, no dia 6 de abril de 2017, cerca de duas semanas após o anúncio da candidatura de Teresa Leal Coelho (PSD) à CM de Lisboa. O facto de ter sido questionado sobre a eventual demissão, por si só, já é demonstrativo da vulnerabilidade do líder do PSD. Mas a habitual diversidade das leituras políticas de eleições autárquicas tenderá a salvaguardar a sua posição.

Aliás, as expectativas iniciais são tão baixas que o PSD até poderá tirar proveito de um resultado geral menos negativo do que muitos vaticinam. Ou seja, contrabalançando as derrotas mais notórias em Lisboa e Porto com importantes vitórias em Sintra, Coimbra, Leiria ou Funchal, onde parece ter boas condições para suplantar os incumbentes do PS. O grande problema de Passos Coelho, porém, reside na capital. Não tanto pela provável recondução de Fernando Medina (PS) na presidência da autarquia. Mas sobretudo pela possibilidade de Leal Coelho ser ultrapassada por Assunção Cristas (CDS-PP) na contagem dos votos. Esse resultado humilhante para o PSD poderá abrir a corrida à sucessão de Passos Coelho na liderança, mesmo que não se demita.

Não seria inédita, a queda de um líder partidário (e até primeiro-ministro) na sequência de um mau resultado em eleições autárquicas. Em dezembro de 2001, António Guterres criou esse precedente, ao demitir-se dos cargos de primeiro-ministro e secretário-geral do PS para evitar que o país caísse “num pântano político.” E anteriormente, em janeiro de 1989, a substituição de Vítor Constâncio por Jorge Sampaio na liderança do PS deveu-se, em grande medida, ao processo de escolha do candidato socialista a Lisboa nas eleições autárquicas desse ano. O cenário hodierno de Passos Coelho assemelha-se mais ao de Constâncio. Também ele não conseguiu encontrar um candidato de primeira linha na capital e recusou assumir essa missão.

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/roteiro-para-as-eleicoes-autarquicas-2017-tendencias-probabilidades-e-leituras-politicas-151067

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Vai começar o grande circo das autárquicas

29.04.2017 às 11h27

E com ele os bombos, os cartazes e os brindes. Partidos e independentes mobilizam-se para ocupar lugares nas câmaras. A seis meses da ida a votos, o que se passa no País? Os braços de ferro, o regresso dos dinossauros, os trunfos e as fraquezas de cada partido, o fenómeno dos independentes

INÊS RAPAZOTE

Jornalista

Não estamos no ano 50 antes de Cristo nem a Gália está ocupada por romanos mas, no panorama nacional português de 2017, parece que o CDS, um pequeno partido sem grande dimensão autárquica, se quer assumir, perante o PSD, como os irredutíveis gauleses perante os legionários de Júlio César. 
Assunção Cristas começou cedo a distanciar-se do seu antigo parceiro de coligação. Não só no Parlamento, onde se assumiu há muito como uma oposição pró-ativa, mas também nas ruas, com cartazes com gráficos invertidos, a apontar para o facto de o PS ter “virado a economia de pernas para o ar” e, mais tarde, com outros a apelar a uma “política positiva”. Em setembro, lançava-se na corrida autárquica à capital.

Enquanto o PSD se desgastava por não ter ainda candidato, Assunção Cristas visitava escolas e bairros sociais, empresas, associações e hospitais, mostrando-se, apresentando-se – “já não sou ministra. Agora sou a candidata do CDS à Câmara Municipal de Lisboa”, explicava a uma senhora, no bairro de Alvalade. Anda há meses pela cidade, a distribuir empatia. O CDS tem fé que esta empatia dê resultados quando for altura de ir a votos, a 1 de outubro. Sociais-democratas e analistas acreditam mais na base eleitoral e resultante peso político de cada partido, remetendo a expectativa centrista para uma certa insignificância. Mas, enquanto no PSD há quem se indigne por o CDS ter conseguido pôr o partido a discutir o segundo lugar em Lisboa, do Largo do Caldas responde-se que “o CDS não é a primeira força política nas legislativas, mas ganha câmaras. Quando as candidaturas são fortes, vota-se nos candidatos e não nos partidos”.

Impassível perante tudo isto, Passos Coelho continuou fiel a si mesmo. Abrandou o discurso de que o diabo estava a caminho, mas não se tornou otimista nem mais próximo de um País confrontado com os números e as palavras de António Costa de que era possível fazer diferente. Assim vai enfrentar às autárquicas.

Em 2013, o CDS chegou ao penta, juntando à sua tradicional Ponte de Lima as câmaras de Albergaria-a-Velha, Santana, Vale de Cambra e Velas. Mas com este salto também chegaram as dores de crescimento. Em Ponte de Lima, o escolhido pelas estruturas locais do CDS terá de defrontar o ex-dirigente e ex-deputado Abel Baptista, que renunciou a todos os cargos partidários para se dedicar à sua terra numa candidatura própria. E para contrariar o panorama nacional, de acordos à esquerda, o PS decidiu apoiá-lo a ele, um candidato democrata-cristão.

Mesmo assim, e porque a política local é, em muito, diferente daquela que se faz a nível nacional, CDS e PSD reforçaram as coligações. Se em 2013 firmaram 88 acordos PSD-CDS e quatro CDS-PSD, este ano perspetivam-se mais de cem, apesar de ter sido decretado o divórcio entre as duas partes no distrito da Guarda. É que em Meda, apesar de o CDS pesar mais, o PSD não quis mudar a relação de forças, na hora de negociar o acordo. E assim se zangam as partes.

O PS ENTRE AS MULHERES

Enquanto Fernando Medina não deixa o papel de presidente para assumir a pele de candidato, a campanha em Lisboa divide-se entre João Ferreira (CDU), Pedro Robles (BE), Assunção Cristas e Teresa Leal Coelho (PSD). Não é a primeira vez que os alfacinhas se deparam com uma candidata do CDS – em 2005, já Maria José Nogueira Pinto havia concorrido, com o azul e amarelo do seu partido. No PSD é uma estreia, mas Leal Coelho já fora a segunda na lista de 2013 e o partido pode gabar-se de ter tido uma líder mulher (Manuela Ferreira Leite), além das muitas candidatas à Assembleia da República.

Surpreendente é que o partido que mais defendeu as quotas e teve, no tempo de António Guterres, um Ministério da Igualdade, nunca tenha candidatado mulheres no distrito de Viana do Castelo. Miguel Alves, líder daquela distrital pelo PS, pode gabar-se de ser o promotor dessa estreia, lançando não uma mas duas mulheres à presidência de câmaras: para defrontar o atual presidente de Arcos de Valdevez, lança a advogada e deputada municipal Dora Brandão; em Valença, e nas mesmas condições, vai a psicóloga e vereadora Anabela Rodrigues. A sua lista ainda está a ser feita, mas Miguel Alves avisa: “Os homens vão ter de se pôr a pau, porque, pelas movimentações e convites que vejo aceites, ainda precisarão de ter quota na lista.”

Se é responsável pela estreia de candidatas no feminino, Miguel Alves, que acumula a presidência da distrital com a da Câmara de Caminha, também quer ser responsável pela derrota de outra mulher – de Júlia Paula Costa, a candidata do PSD, que esteve no seu lugar entre 2001 e 2013 e regressa, após quatro anos fora das lides. “Ironias da política”, diz.

NARCISO E ISALTINO

Júlia Paula Costa não é a única a regressar, após ter deixado funções, por ter atingido o limite de mandatos (três) permitidos por lei. O cenário, de regresso de históricos autárquicos repete-se, por exemplo, em Matosinhos, Oeiras e Anadia.

Matosinhos: Narciso Miranda, que liderou a autarquia entre 1979 e 2005 (com um interregno entre outubro de 1999 e setembro de 2000, para assumir o cargo de secretário de Estado da Administração Marítima e Aeroportuária) está de regresso. Em 2005, um ano após a morte de Sousa Franco, na sequência do episódio da lota de Matosinhos, durante uma ação de campanha para as europeias de 2004, é afastado das autárquicas. O PS transfere o apoio para Guilherme Pinto, seu vice-presidente. Em 2009, Narciso lança-se na batalha, como independente, mas perde com Guilherme Pinto, recentemente falecido. Agora, Narciso (que nas ruas ainda é tratado por “presidente”) volta para confrontar Luísa Salgueiro (a candidata do PS, apoiada pelo presidente interino). O PSD também está numa situação difícil. A concelhia queria lançar Joaquim Jorge, presidente do Clube dos Pensadores, mas este tem sido contestado por algumas áreas do PSD local. Em surdina, a distrital diz “nem pensar” ao seu nome, tendo como alternativa Virgílio Macedo, ex-presidente daquela estrutura. Quem ganhará o braço de ferro?

Matosinhos vive tempos difíceis, mas é em Oeiras que se fazem mais descobertas arqueológicas. Afinal, é por lá que correm Isaltino Morais (ex-presidente pelo PSD) e Joaquim Raposo (ex-autarca da Amadora, pelo PS). Estudos de opinião dão Isaltino como o mais bem posicionado, com larga vantagem sobre o candidato do PSD (o jovem Ângelo Pereira) e o seu ex-delfim, Paulo Vistas, que volta a correr como independente. Será que as sondagens acertam?

NO PAÍS DOS VIRA-CASACAS

Há-os em muitos concelhos e partidos. Viajemos até Amares, distrito de Braga. 
O presidente da autarquia, Manuel Moreira, socialista desde 1974, é candidato a um novo mandato, como independente, mas pelo PSD. Com ele, leva (do PS para o PSD) a vereadora socialista Cidália Abreu. Na base desta troca está a quebra de confiança entre Manuel Moreira e Jorge Tinoco que, além de seu vice, era também presidente da concelhia de Amares. Para o lugar de Tinoco convidou Isidro Araújo, que havia sido o cabeça de lista da coligação PSD-CDS.

A história de Belmonte precisaria de várias páginas para ser bem contada. Tentando tornar curta uma história longa, diga-se que tudo começa há 30 anos, com António Dias Rocha eleito presidente da câmara. Para seu número dois leva Amândio Melo. No primeiro governo guterrista, José Sócrates, então ministro do Ambiente, convida António Rocha para presidente das Águas do Zêzere e Coa. Amândio Melo assume as funções até que, em 1997, se candidata pelo PS e se mantém no lugar durante três mandatos seguidos. Atingido o limite de mandatos, o PS convida, para substituir Amândio, António Dias Rocha. Nas próximas eleições, Dias Rocha volta a candidatar-se pelo PS. Amândio Melo, passados os quatro anos de descanso forçado, regressa, como independente, apoiado pelo PSD.

Em Proença-a-Nova, o caso é mais simples: Helena Mendonça era vereadora do ex-presidente da Câmara socialista (que saiu antecipadamente, antes de completar os três mandatos), demitiu-se dos seus pelouros e foi até Castelo Branco anunciar que seria candidata à mesma Câmara (de Proença), mas pelo PSD. Na Sertã, o caminho foi o inverso: o PS foi buscar José Luís Jacinto (colaborador de Cavaco Silva no governo e em Belém) para encabeçar a sua candidatura.

E o CDS até pode ser um partido sem expressão autárquica, mas não está alheado deste jogo político. Em Alcobaça, Celorico da Beira, Marco de Canaveses e Tondela, os seus candidatos à presidência da câmara vêm, respetivamente, do PSD (Carlos Bonifácio foi vice-presidente da autarquia entre 2002 e 2009), do PS (António Silva foi vereador independente eleito pelo PS durante dois mandatos), e novamente do PSD (Paulo Teixeira tornou-se conhecido a nível nacional aquando da queda da ponte de Entre-os-Rios, concelho do qual era presidente, eleito pelo PSD; por fim, António Dinis foi dirigente da JSD, membro da concelhia e da distrital do PSD e vereador da câmara, pelo PSD, entre 2005 e 2013).

DUELOS ENTRE PAIS E FILHOS

Poderíamos ter contado esta história ao falar dos vira-casacas. Mas cabe muito bem aqui, onde se aborda o complexo contrário ao de Édipo, ou seja, aquele em que o pai quer destronar o filho, no qual se concentram as atenções não da mãe mas dos partidos e do eleitorado.

Retomemos o caso de Litério Marques, o autarca social-democrata que dirigiu a Câmara de Anadia entre 1995 e 2013. Impedido de se recandidatar, em 2013, por ter atingido o limite de mandatos, criou um movimento independente e com ele elegeu Maria Teresa Cardoso, que o substituiu na presidência do concelho. A brincadeira de afrontar um candidato do PSD teve consequências e foi decretado o seu afastamento do partido por indecente e má figura. Mas quatro anos passados, quem é que o PSD quer, para retirar Maria Teresa Cardoso da presidência da autarquia? Litério. E este aceitou o desafio.

Em Barcelos, Domingos Pereira, que foi vice-presidente de Miguel Costa Gomes na câmara, candidata-se como independente depois de ter sido apontado pelos órgãos concelhio e distrital do PS como o melhor candidato à câmara. Com a direção nacional do partido a avocar o processo e a aplicar, também em Barcelos, a regra de recandidatar os presidentes em funções, Costa Gomes viu o seu vice-presidente transformar-se no seu primeiro rival autárquico. Em Vizela, aconteceu sensivelmente o mesmo: Vítor Hugo Salgado era vice-presidente de Dinis Costa quando convocou eleições na concelhia socialista para determinar o candidato à câmara. Salgado não só perdeu por quatro votos (teve 14, contra os 18 de Dinis Costa) mas também a confiança política do presidente, que lhe retirou os pelouros da câmara.

Em Bragança e na Maia, o caso é outro. Não houve disputas entre pais e filhos (políticos), entre mentores e aprendizes. As histórias, nestes dois concelhos, são mesmo de sangue. O CDS lança na corrida Francisco Pinheiro, filho do primeiro presidente da câmara bragantina, José Luís Pinheiro, eleito em 1975 pelo CDS e que se manteve no lugar até 1990. Na Maia, surge outro filho. É com Francisco Vieira de Carvalho, filho de José, o histórico autarca do concelho (que foi presidente entre 1970 e 1974 e de 1979 a 2002, pelo CDS, PSD e pelos dois juntos), que o PS pretende roubar a autarquia à direita, agora que Bragança Fernandes tem de sair por ter atingido o limite de mandatos. Enfim, coisas de família.

O PESO DOS INDEPENDENTES

Marco Almeida é o exemplo acabado dos falsos independentes. Militante social-democrata, em 2013 foi preterido pelo PSD (que apostou em Pedro Pinto) na corrida a Sintra e não teve dúvidas em afastar-se do partido e concorrer como independente. Quatro anos depois, é o PSD que lhe vem bater à porta, desejoso de cavalgar a dinâmica que o ex-vereador conseguiu construir. Mas, se ganhar, quem será eleito ganhador? O movimento de Marco Almeida (apoiado pelo excomungado António Capucho) ou o PSD?

Depois de ter sido 12 anos vice-presidente de Fernando Seara na autarquia, Marco Almeida alcançou, com a sua candidatura independente, 25,4% dos votos (o vencedor, Basílio Horta, não passou dos 26,8%) e o segundo melhor resultado dessas autárquicas. A vida correu-lhe bem, como correu bem a Adelaide Teixeira (a social-democrata que se candidatou como independente em Portalegre), a Teresa Cardoso, em Anadia; a António Anselmo, em Borba, e a Luís Filipe Mourinha, em Estremoz. Correu muito bem a 13 candidatos que se assumiram como o rosto de um verdadeiro movimento de cidadãos-eleitores (caso de Teresa Cardoso, em Anadia, ou Rui Moreira, no Porto) ou foram movidos pela discordância ou o ressentimento face ao seu partido de origem (caso de Marco Almeida, em Sintra, Adelaide Teixeira, em Portalegre, Paulo Vistas, em Oeiras, ou do centrista Abel Baptista, que concorre em Ponte de Lima com o apoio do PS).

Em 2013, foram eleitos 13 presidentes de câmara sem partido, fazendo da categoria “independentes” a quarta maior força autárquica em Portugal, depois do PS (que conquistou 149 câmaras), do PSD (106) e da CDU (35). Só a seguir aos movimentos independentes (sejam eles verdadeiros movimentos de cidadãos, independentes, ou “falsos independentes”, como são chamados os que se afastaram dos seus partidos para se candidatar) surge o CDS, com as cinco câmaras que conquistou em 2013.

Mesmo com uma associação constituída, ainda é cedo para saber quantos candidatos independentes se apresentarão ao eleitorado, a 1 de outubro. A Associação Nacional de Movimentos Autárquicos Independentes foi criada para apoiar candidaturas, tirar dúvidas, explicar procedimentos. Mas a inscrição dos movimentos não é obrigatória. O que se sabe é que o seu presidente, Aurélio Ferreira, será candidato à Marinha Grande. “Nenhuma das pessoas que está connosco teve ligações a partidos. Ninguém se zangou nem anda contra alguém. Andamos todos pela nossa terra”, diz, explicando assim também os trunfos das candidaturas independentes, que são “mais soltas, mais desprendidas” e, à sua medida e perante cada realidade, “tentam responder às necessidades das comunidades, aos problemas concretos das terras, sem diretivas que vêm de cima.” É o que se propõe José Manuel Silva, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos que se candidata, como independente, à Câmara de Coimbra e que convidou Rui Moreira, “um candidato verdadeiramente independente, com sucesso na eleição e na governação” do Porto, para uma conferência onde quis ouvir e “aprender com outras experiências.”

Há quem, no PSD, aponte baterias às estruturas locais por não terem apostado em José Manuel Silva. A verdade é que nem o ex-bastonário teve contactos formais com a concelhia e a distrital laranja, “só houve uma conversa de amigos, absolutamente indefinida”, nem o presidente da distrital, Maurício Marques, tem “conhecimento de contactos com dirigentes do PSD.” Foi um processo em tudo inverso ao de Abel Baptista, o ex-deputado do CDS, candidato independente a Ponte de Lima com o apoio do PS. “Não existimos para ter listas em todo o lado, mas para ter alternativas em todo o lado”, explicou à VISÃO o socialista Miguel Alves.

Além do mais, nem sempre se conseguem, nas fileiras do partido, os melhores quadros. No mundo laranja, são frequentes as críticas de que “há excelentes quadros no PSD, mas para ir para o governo ou para cargos de nomeação”. “Disponibilidade autárquica” é que é mais difícil de encontrar, desabafou um dirigente distrital. José Manuel Fernandes, líder da distrital de Braga, está bem ciente do seu papel: se a presidência da “Associação Nacional de Municípios [ANMP] é o objetivo definido pela direção nacional, temos de ser ambiciosos nos objetivos.” Até lá, diz, “cada um tem de fazer a sua parte, porque não é Passos Coelho o candidato às câmaras.”

Para o liderar a ANMP, o PSD tem de roubar 23 câmaras ao PS sem perder nenhuma. Há quem, olhando para o panorama, clame “desgraça” e “desastre”; os que, como Isaltino Morais, garantam que “o PSD vai perder as eleições”, e aqueles que apontam o dedo ao “amadorismo” e à “falta de criatividade” e de “proximidade” com que o PSD geriu o processo autárquico. Depois, há os criativos, que acreditam que, se o partido “ganhar mais câmaras do que tinha, já será uma vitória.”

Sobre o “a seguir”, as opiniões oscilam entre o “depende do resultado”, o “se perder, o partido vai pedir-lhe que saia” e, por fim, a ideia de que “se ele [Passos] não quiser sair, que vá às autárquicas, para lhe comerem os ossos. A seguir sim, hão de aparecer vários candidatos”.

(Artigo publicado na VISÃO 1259, de 20 de abril de 2017)

 

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Este tópico podia ser usado para partilhar os cartazes das campanhas locais onde cada um vive. 

Há sempre grandes pérolas do design de cartazes e outdoors de campanha! 

Venham daí essas fotos! 

O que o pessoal quer é rir! 

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Ja agora, alguém que tenha jeito para o desenho que faça um cartaz do FNF para as autárquicas....

Tipo::-..

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Edited by Prince
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Rui Moreira rompe com apoio do PS

O autarca do Porto vai prescindir do apoio do PS na recandidatura nas próximas eleições autárquicas. Decisão foi tomada na sequência de declarações de Ana Catarina Mendes à comunicação social.

 

5 DE MAIO DE 2017, ÀS 11:34

A recandidatura de Rui Moreira à Câmara Municipal do Porto já não vai contar com o apoio do PS. O independente rompeu com o apoio dos socialistas na sequência das recentes declarações de Ana Catarina Mendes de que uma vitória de Rui Moreira seria uma vitória do PS. A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira numa reunião do núcleo próximo da candidatura, avançou o Expresso.

Ver perfil Rui Moreira

O verniz estalou esta semana, depois da secretária-geral adjunta do PS ter dito ao Observador que “na noite eleitoral todas as vitórias dos candidatos do PS e das listas que o PS integra serão vitórias dos socialistas”, na sequência de uma pergunta concreta nesse sentido. Declarações semelhantes já tinham sido feitas ao Expresso e, nessa altura, Moreira tinha deixado o recado de que não haveria “jobs for the boys“, recorda o jornal.

Ainda não é claro se a rotura influenciará um eventual convite ao socialista Manuel Pizarro, nome próximo de Moreira na autarquia. Fonte da candidatura disse ao Expresso que não o iria convidar “enquanto socialista”, deixando em aberto um convite à margem das ligações de Pizarro com o partido. Já esta manhã, à Rádio Renascença, Rui Moreira recusou comentar a polémica. “Não vou falar sobre isso”, rematou.

http://www.sapo.pt/noticias/economia/rui-moreira-rompe-com-apoio-do-ps_590c552c4eb9a86802e2ee4f

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Onde vai o Metro de Cristas. CDS quer 20 novas estações até 2030

Plano proposto pela candidata à Câmara de Lisboa é crescimento de 36% face à atual rede. Metro chegaria a Loures, Sacavém e Algés até 2030, passando por Campo de Ourique e Alcântara.

 
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Treze anos, 20 novas estações, que levariam o Metro de Lisboa até Sacavém, Algés ou Loures, sem esquecer Campo de Ourique, Campolide e Alcântara Terra. Os planos do CDS para a expansão do Metro de Lisboa — a grande bandeira do partido para as autárquicas de outubro — preveem que, até 2030, a rede possa ser alvo de um alargamento de mais de um terço face ao número atual de estações.

Foi a grande surpresa do debate quinzenal. Assunção Cristas, que é candidata à presidência da Câmara de Lisboa, apresentou uma alternativa para a expansão do Metro de Lisboa, mostrando um plano mais arrojado e generoso do que aquele que foi anunciado esta semana pelo Governo. Em declarações ao Observador, a líder do CDS-PP admite que a proposta que tem em cima da mesa para apresentar aos lisboetas (e ao Governo) assenta num calendário “ambicioso” para a expansão. Cristas adianta que o partido fez a avaliação dos custos, mas ainda não divulgou essa informação.

 

Ou há rasgo, horizonte e ambição para o metro de Lisboa ou os problemas da área metropolitana não se vão resolver (… ) A nossa proposta são 20 novas estações para o metro de Lisboa e espero que possam ser estudadas, planeadas, financiadas e tratadas.”

O plano é não apenas “ambicioso”, mas também “necessário”, considera João Gonçalves Pereira, atual vereador do CDS na capital. O centrista sublinha a importância do projeto — que surge integrado num conceito mais lato, o da “mobilidade” em Lisboa, o ponto forte da campanha do partido — e destaca que, “à cabeça”, na discussão da proposta do CDS, terá sempre de surgir o Governo.

Os centristas estão conscientes da dimensão da proposta que a líder divulgou esta quarta-feira. No plano oficial, o CDS fala num projeto a concretizar “no médio prazo”. Até porque, a avançar nos moldes apresentados por Cristas, o alargamento da rede passaria por mais de um quadro de apoio comunitário — além de quatro mandatos autárquicos –, o que poderia trazer dificuldades ao calendário idealizado. Mas o Observador sabe que, em termos ideais, no melhor cenário haveria 20 novas estações a funcionar nos próximos treze anos.

Se olharmos para trás, para os últimos treze anos, verificamos que o ritmo de aberturas “ideal” é quase o dobro das 11 novas estações que foram inauguradas desde 2003, ainda que neste período tenha sido feita uma importante extensão do metro, a ligação entre as estações de S. Sebastião, Saldanha e Alameda. Por outro lado, muitas da aberturas que aconteceram neste período resultaram de projetos com muito tempo de planeamento e execução e muitas surpresas negativas na fase de construção, como aconteceu no Terreiro do Paço. A extensão da Linha Vermelha ao aeroporto demorou cerca de oito anos a ficar pronta depois de anunciada.

20 contra 4, duas decididas e duas sem data

Em vez de quatro novas estações, duas decididas e para fazer até 2022 e duas em estudo e sem data anunciadas esta semana, a proposta da líder do CDS contempla 20 novas estações. Para além das quatro apresentadas pelo Executivo — Santos e Estrela já decididas e Campo de Ourique e Amoreiras em estudo e sem data — a Linha Vermelha iria crescer até Algés, passando por Campolide, Prazeres, Alvito (ligando à estação ferroviária a caminho da ponte 25 de Abril), Alcântara Terra, Santo Amaro, Ajuda, Belém e Algés, em paralelo com a Linha de Cascais. Na direção contrária, a Linha Vermelha iria crescer para a Portela e Sacavém.

A Linha Amarela ia crescer para Santo António de Cavaleiros, Frielas e Loures, para além de chegar à Linha Verde no Cais do Sodré com as já referidas Estrela e Santos. A Linha Verde continuaria para F. Namora, Srª da Luz e Padre Cruz até cruzar com a Linha Azul na Pontinha. Esta linha teria duas novas estações a partir do Colégio Militar, Uruguai e Benfica. Está ainda prevista a ligação da Linha Verde no Campo Grande ao Aeroporto, que está a ser estudado pelo Metro de Lisboa.

 

No calor do debate com o primeiro-ministro, não foram revelados os valores de investimento, nem o calendário para a execução desta expansão — que o Observador apurou mais tarde — ou o número de quilómetros que seria acrescentado. Já em número de estações, o projeto representa um crescimento de 36% face à atual rede do metro que chegaria a dois novos concelhos, Loures e Oeiras (Algés).

Alargamento não é “prioridade” para o PSD

Teresa Leal Coelho não estava no hemiciclo quando Assunção Cristas puxou do cartaz que tinha em cima da bancada, preparado para a revelação. E o primeiro-ministro deu nota disso mesmo. “Não é muito leal” fazer essa apresentação quando a candidata do PSD, Teresa Leal Coelho, não estava na sala.

A social-democrata só teve conhecimento da proposta de campanha do CDS, e em traços muitos largos, mais tarde. Aos jornalistas, nos corredores do Parlamento, a cabeça-de-lista do PSD à autarquia disse considerar que “o alargamento do Metro é bom para a cidade” e até “é necessário”, mas não neste momento. Essa, sublinha, não é uma “prioridade” para o partido — ainda que os sociais-democratas estejam a “estudar” a viabilidade de avançar até 2021 (durante o próximo mandato, portanto) com o alargamento.

Neste momento, estamos numa circunstância em que o serviço prestado pelo Metro perdeu muita qualidade porque às composições foram retiradas duas carruagens (no tempo do Governo PSD/CDS) e porque se alargou o tempo que intermedeia entre [a passagem de] cada uma das composições”, disse Teresa Leal Coelho.

Antes de pensar em expandir a rede, o PSD quer apostar na melhoria da qualidade do serviço prestado. “Essa é a prioridade, pegar no metro que temos e pô-lo a trabalhar em condições”, diz a social-democrata. Como? Revendo horários, aumentando o número de composições a circular e reabilitando as carruagens paradas nos estaleiros, à espera de serem recuperadas.

Recusando comentar a proposta do CDS, que, insistiu a vice-presidente diversas vezes, não conhecia em concreto, ficou no ar a crítica à proposta dos centristas, em particular quando Teresa Leal Coelho defendeu que é preciso “encarar com realismo as questões de natureza financeira”. Ainda que “necessário”, e estando “no horizonte” da intervenção que o PSD pretende fazer na capital, esse não será um projeto para concretizar “no imediato”.

Mas esta gente tem noção da realidade, ou é só mandar larachas pro ar? :facepalm: 

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Desconhecia que os submarinos do tio Portas tinham capacidade para escavar túneis... 

É que 20 estações é assim qq coisa de estúpido. Não só em termos de escavação e construção dos túneis em si, mas também nas construções das estações. 

Tia São é doida. Sabe que vai perder e está aflita para conseguir captar atenção, mas a verdade é que estas propostas só a descredibilizam. 

:facepalm:

 

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É obviamente uma parvoeira de todo o tamanho mas também é um bocado normal pessoal que tem noção que não tem hipóteses de ganhar fazer estes disparates.

Mas também é preciso admitir que o crescimento do metro em Lisboa tem sido uma vergonha, a questão de metro até Algés por exemplo já há muito que devia ter sido pensada e efectuada por forma a tirar o comboio dali que parte completamente a zona ribeirinha ao meio.

Não haver metro em zonas como as Amoreiras é surreal, metro no Monsanto por exemplo iria certamente levar muito mais pessoas aquela zona da cidade.

E antes de se ter feito a expansão até à Reboleira onde existe comboio era prioritário expandir a linha amarela para Loures onde não há nada.

E por aqui podia continuar. Já para não falar que para se construírem duas ou três estações levam 10 anos.

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  • 3 weeks later...
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Valentim Loureiro recandidata-se a Gondomar como independente

31 mai 2017 13:12

 

O ex-autarca Valentim Loureiro vai candidatar-se como independente à Câmara de Gondomar, que liderou durante 20 anos e à qual não concorreu em 2013 por causa da lei de limitação de mandatos, revelou à Lusa fonte da candidatura.

O ex-militante do PSD completou cinco mandatos como presidente da Câmara de Gondomar (entre 1993 e 2013), distrito do Porto, fruto de cinco atos eleitorais: nas três primeiras eleições, o então social-democrata foi o candidato do PSD e, nas duas autárquicas seguintes, apresentou-se como independente.

Em 2013 a lei da limitação de mandatos impediu uma sexta candidatura, mas Valentim Loureiro encabeçou a lista à Assembleia Municipal da candidatura do Movimento Independente “Valentim Loureiro - Gondomar no Coração”, que apresentava Fernando Paulo como cabeça-de-lista à autarquia e não foi a votos por ter sido rejeitada pelo Tribunal Constitucional a menos de duas semanas das eleições.

http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/valentim-loureiro-recandidata-se-a-gondomar-como-independente

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Bom, vamos lá ver o que sai daqui. :rolleyes:

Nestas eleições sou candidato à minha Junta de Freguesia (~17 mil eleitores, predominantemente urbana).

Tenho 29 anos e candidato-me contra o atual Presidente, de 70 anos. A opção dos eleitores - seja entre candidatos a Presidente, equipa e projetos - é bastante clara: optar pela continuidade, uma gestão mais tradicional +90% focada na pavimentação e arranjo de bermas, ou tentar uma gestão mais moderna, virada para projetos mais inovadores e outras áreas como a tecnologia e o social, claro sem esquecer as preocupações tradicionais.

Quero ouvir os vossos contributos! O que vos mobilizaria? Que iniciativas de campanha consideram importantes? O que esperam de um autarca para os próximos anos? Como chegar aos que não têm qualquer interesse em votar (em particular os mais jovens), o que os pode convencer?

O FNF é um misto muito diversificado, de gerações, formação, experiências de vida. E, por isso, pensei que pode ser um excelente local para vos ouvir e saber quais os temas que mais vos interessam, o que esperam de um candidato à vossa Junta de Freguesia.

Tenho várias ideias e tenho recolhido muitos contributos, mas nunca são demais!

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vi ontem uma coisa interessante para as autarquias por acaso

https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/wifi4eu-wi-fi-gratuito-para-todos-na-europa

 

Penso que será algo mais do foro autárquico, mas fica aqui de qualquer forma

E boa sorte :y: 

 

infelizmente é só à junta, mas depois quando subires avisa, que quero um tacho :kiddo:

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4 minutes ago, Perks said:

vi ontem uma coisa interessante para as autarquias por acaso

https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/wifi4eu-wi-fi-gratuito-para-todos-na-europa

 

Penso que será algo mais do foro autárquico, mas fica aqui de qualquer forma

Tenho esse mesmo separador aberto, para trabalhar esse assunto. Também está no âmbito da Junta de Freguesia, que também é uma autarquia, em especial esta que é essencialmente urbana.

Obrigado pela dica!

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A sugestão do @perks é excelente, ainda direccionado para os jovens, dinamização de actividades culturais (concertos/teatros/outros eventos), ocupação de tempos livres para filhos.

Espaços verdes arranjados/cuidados, ciclovia onde possivel...

Sempre tive ideia que um autarca de freguesia tem poderes/capacidades muito limitadas mas dentro do possivel...

 

Edited by systemoff
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1 minute ago, systemoff said:

A sugestão do @perks é excelente, ainda direccionado para os jovens, dinamização de actividades culturais (concertos/teatros/outros eventos), ocupação de tempos livres para filhos.

Sempre tive ideia que um autarca de freguesia tem poderes/capacidades muito limitadas mas dentro do possivel...

 

As delegações de competências em 2013 e as que se esperam para breve têm vindo a mudar isso. Um autarca de freguesia tem a possibilidade de fazer muito, desde que haja imaginação para isso.

E esta Junta de Freguesia gere um orçamento que já dá para fazer umas coisas interessantes.

Ocupação de tempos livres é uma questão que já me chamaram a atenção, em especial fora dos horários habituais das creches e ATLs.

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A questão do sinal wi-fi aberto e grátis em toda a freguesia é uma excelente medida e que capta sobretudo eleitorado mais jovem, já os velhos estão-se a cagar para isso e se for essa a população alvo...

Como pai uma coisa que me preocupa muito é a oferta de ocupação de tempos livres para a minha filhota, hoje em dia as creches e escolas já começam a ter horários mais alargados mas é preciso que isso seja universal e prática comum em todos os estabelecimentos.

Depois o normal: espaços verdes e de lazer, ordenamento do estacionamento.

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Há uns anos um dos trabalhos duma cadeira na Universidade foi arranjar maneira de colocar WiFi free numa freguesia aqui de Leiria. Tivemos de ir levantar os pontos mais altos lá do sítio, analisar os mapas topográficos com um software todo pipi, etc.
Velhos tempos.

Boa iniciativa. :y:

 

Eu gostava que se arranjassem as estradas sem ser em ano de eleições. E que não fizessem como estão a fazer na minha zona: fodem as estradas e estacionamentos todos em 2 dias. Depois bloqueiam os estacionamentos durante 1 semana sem sequer lá porem os pés. Depois vão arranjando aleatoriamente (ok, não deve ser de forma aleatória, mas é o que parece), devagarinho, um bocadinho de cada vez...

<_< Não fazem nem deixam fazer...Há 2 meses foram rebentar a estrada toda para trocar o lancil ou lá que merda era aquela. Agora com tudo rebentado é que começam a dar a entender que vão alcatroar aquilo. Entretanto o lancil daquela zona já se rebentou todo. Está pior do que estava... :no:

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3 minutes ago, Mini0n said:

Eu gostava que se arranjassem as estradas sem ser em ano de eleições. E que não fizessem como estão a fazer na minha zona: fodem as estradas e estacionamentos todos em 2 dias. Depois bloqueiam os estacionamentos durante 1 semana sem sequer lá porem os pés. Depois vão arranjando aleatoriamente (ok, não deve ser de forma aleatória, mas é o que parece), devagarinho, um bocadinho de cada vez...

<_< Não fazem nem deixam fazer...Há 2 meses foram rebentar a estrada toda para trocar o lancil ou lá que merda era aquela. Agora com tudo rebentado é que começam a dar a entender que vão alcatroar aquilo. Entretanto o lancil daquela zona já se rebentou todo. Está pior do que estava... :no:

Infelizmente maus exemplos encontramos em todo o lado.

Mas eu estou é à procura dos bons exemplos:-..

Edited by _Mighty_
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