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Brexit e Política Britânica


Vasco G
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Brexit  

53 members have voted

  1. 1. A Grã Bretanha vai sair da União Europeia?

    • Sim
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    • Não
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  2. 2. Isso será positivo ou negativo para a União Europeia e o seu futuro?

    • Positivo
      23
    • Negativo
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Brexit: Sair ou não sair, eis a questão

MUNDO

17.02.2016 às 10h25

http://images-cdn.impresa.pt/visao/2016-02-17-InfoInglaterra.jpg/original/mw-680

O que ninguém imaginava possível há pouco tempo pode mesmo acontecer. As sondagens indicam que os britânicos vão dizer não à União Europeia no referendo que o primeiro-ministro David Cameron pretende agendar já para junho. A crise promete: a Escócia ameaça uma vez mais separar-se do Reino Unido e ninguém faz previsões sobre o que pode acontecer no Velho Continente. Na cimeira desta quinta e sexta-feira, os 28 vão discutir o assunto

FILIPE FIALHO

Jornalista

Será que o destino de um primeiro-ministro – e de um país – pode estar dependente das fintas e dos golos de um jogador de futebol? A resposta pode ser afirmativa. É o que acha Daniel Hough, professor de estudos políticos na Universidade de Sussex. Este académico acaba de publicar um artigo cujo provocador título fala por si: “Como Wayne Rooney [avançado do Manchester United] pode ajudar o Reino Unido na União Europeia”.

O seu pretexto é abordar um dos temas que promete alimentar inúmeras polémicas e teorias apocalípticas nas próximas semanas e meses: o referendo para os britânicos saírem da União Europeia. Embora o primeiro-ministro David Cameron ainda não tenha confirmado a data, os meios de comunicação social dão como certo que será a 23 de junho. Ora três dias antes, no campeonato da Europa a disputar em França, a seleção inglesa, capitaneada por Wayne Rooney, tem um jogo decisivo. Se vencer essa partida com a Eslováquia, o mais provável é que ultrapasse a fase de grupos. O que deixaria os adeptos eufóricos e convencidos que o título europeu fica logo ao alcance de Rooney, Jamie Vardy, John Stones e companhia. Como explica Daniel Hough, o desempenho dos jogadores pode refletir-se na popularidade do Executivo. E invoca um antecedente histórico: no verão de 1970, o governo trabalhista de Harold Wilson perdeu surpreendentemente as legislativas para os conservadores de Edward Heath devido ao afastamento prematuro da seleção inglesa no campeonato do mundo, disputado no México.

David Cameron – que ainda não revelou a forma como votará, fazendo depender a sua opção do resultado de negociações com a UE – parece não correr grandes riscos se agendar o referendo para uma quinta-feira de junho. Além dos imponderáveis futebolísticos, o também líder dos tories quer ver a “questão europeia” resolvida quanto antes: a situação económica doméstica e internacional pode agravar-se a qualquer momento e não faz sentido adiar o assunto para 2017, ano de legislativas na Alemanha e de presidenciais na França. Chamar os eleitores em dezembro, outubro ou mesmo setembro seria uma aposta mais arriscada porque os estudiosos dos fenómenos eleitorais garantem que a abstenção tende a ser superior nos meses mais frios e com menos luz. Como em julho e agosto é suposto haver muita gente de férias é natural que a escolha venha a recair no mês do solstício de verão. No entanto, todas estas contas são minudências tendo em conta o que está em causa: o futuro do Reino Unido e da Europa. Algo que os dirigentes dos 28 terão de discutir esta quinta e sexta-feira (18 e 19) em Bruxelas.

Até há bem pouco tempo, poucos levavam a sério um Brexit – a saída dos britânicos da comunidade à qual aderiram em 1973, quando esta era ainda um restrito clube de seis estados membros e vulgarmente conhecida por CEE. Agora, as sondagens revelam que esse é um cenário bem real. Um estudo de opinião da empresa YouGov, publicado há duas semanas pelo eurocético The Times, revela que 45% do eleitorado são “outers” (defensores do abandono), 36 são “inners” (adeptos da permanência) e 19% continuam indecisos. Algo nunca visto nos últimos três anos. O que, a confirmar-se nas urnas, pode ser um cataclismo de consequências imprevisíveis, capaz de pôr mercados e investidores à beira de um ataque de nervos perante a possibilidade de uma nova recessão global. Mas não só.

“O Brexit seria o caso mais espetacular de masoquismo da diplomacia britânica desde que o rei Jorge III perdeu a América por causa dos impostos sobre o chá”, escreveu na revista Prospect Anatole Kaletsky, presidente do Instituto Para o Novo Pensamento Económico. É que o corte com a UE e o regresso de Londres à sua política de “esplêndido isolacionismo” – como ficou conhecido no final do século XIX – parece hoje um contrassenso que teria implicações imediatas no reino de Isabel II. A líder do Governo da Escócia, Nicola Sturgeon, já avisou que convocará uma nova consulta popular sobre o futuro do território para não ficar refém de Londres. Ou seja, os nacionalistas escoceses admitem referendar a independência e pedir a adesão formal à UE, preenchendo o lugar vago deixado por Cameron. Um exemplo que pode também alastrar à Irlanda, onde os republicanos do Sin Fein podem voltar a lutar pela reunificação da ilha, para que Dublin e Belfast falem a uma só voz e decidam o seu destino em conjunto e de forma soberana. Tudo cenários que mudariam por completo a configuração do reino e voltam a evidenciar um problema recorrente: “O Reino Unido perdeu um império e ainda não encontrou o seu papel no mundo”, afirmou em 1962, Dean Acheson, antigo chefe da diplomacia dos Estados Unidos. Um comentário que poderia ter sido feito esta semana. Muitos britânicos ainda olham com nostalgia para a época vitoriana e recusam admitir que o seu país é uma potência de segunda ordem, dependente da “relação especial” com os EUA, como lhe chamou Winston Churchill. Claro que o arsenal atómico e o direito de veto no Conselho de Segurança da ONU ainda lhe concedem um poder imenso mas Londres não deixa de ser um parceiro que Washington olha de cima para baixo – basta recordar a famosa expressão de Condi Rice, a secretária de Estado de George W. Bush, sobre quem faz o quê nas questões internacionais: “US cooks. Europe does dishes” (Os EUA cozinham. A Europa lava os pratos).

“Se nós queremos ter um papel global em matéria de ajuda ao desenvolvimento, proteção ambiental, política externa e de segurança, então precisamos dos britânicos”, disse há pouco mais de um mês o presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schultz, à revista Der Spiegel. É dos poucos que nunca escondeu publicamente o seu receio pelo Brexit. O mesmo se pode dizer do Presidente da Comissão, Jean Claude-Juncker, muito criticado pela sua pessimista antevisão para 2016. Na sua primeira conferência de imprensa do ano, o antigo líder do Luxemburgo admitiu as “múltiplas crises” (refugiados, avanço do euroceticismo e dos populismos, a falta de credibilidade dos governos e das instituições comunitárias), mas afirmou ter “toda a certeza” sobre um acordo – uma “solução permanente” para evitar o Brexit. Nas últimas semanas, David Cameron e Donald Tusk, o polaco que preside ao Conselho Europeu, chegaram a um entendimento sobre as reivindicações de Londres, incluindo a possibilidade de limitar temporalmente a livre circulação e as ajudas sociais a trabalhadores da UE residentes no Reino Unido (84 mil indivíduos). Esse suposto entendimento que dispensaria alterações aos tratados terá agora de ser aprovado – ou não – durante o Conselho Europeu desta semana.

Alguns eurodeputados, diplomatas e funcionários da UE assumem como real a possibilidade de uma “desintegração” da comunidade que garantiu a paz e a prosperidade a milhões de europeus nas últimas seis décadas. No entanto, tendo em conta a devoção da chanceler Angela Merkel pelo desporto-rei, talvez ela recorde ao seu homólogo britânico que o Brexit obrigaria Londres a celebrar novos acordos bilaterais com os 27 estados da UE e ainda muitos mais com o resto do mundo. Em suma, uma enorme chatice. Que pode muito bem ser evitada para ambos ficarem livres em junho para ver a bola...

http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2016-02-17-Brexit-Sair-ou-nao-sair-eis-a-questao?utm_source=newsletter&utm_medium=mail&utm_campaign=newsletter&utm_content=2016-02-17

Edited by Vasco G
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se saírem, vão perder be mais do que o que ganham, e ao fim de uns meses apenas vão andar a bater com a cabeça na parede.

Obviamente que a UE fica de igual forma muito fragilizada, mas há alternativas +/- viáveis e ali ao lado (criar um regime especial usando os países baixos - Holanda por exemplo) de forma a compensar o funcionamento do mercado.

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Bem se vê o que eles têm a perder... lá estão os mercados a funcionar, a libra a cair a pique, as notícias em catadupa a provar que eles têm muito mais a perder do que a ganhar, o risco de cerca de 3M de pessoas perderem empregos... como referi anteriormente, quem tem dinheiro e poder é a UE, não eles, eles têm é uma situação privilegiada (até historicamente falando), se optarem mais uma vez pelo fetiche que os envolve com a mania das grandezas e do god save the queen pode bem ser o fim deles como os conhecemos enquanto suposta potencia.

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Mas a União Europeia também perde se eles saiem, para já as sondagens dão vitória à saída, aquilo vai ser renhido, mesmo dentro do partido conservador está tudo muito dividido, penso que seja o líder da câmara dos representantes (conservador) que já anda a fazer campanha convicta pela saída (contra o PM Cameron também conservador).

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  • 3 months later...
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Reviravolta nas sondagens após morte de deputada

MANUEL ESTEVES | [email protected] | 19 Junho 2016, 20:42

 

A tendência de subida dos partidários da saída do Reino Unido da União Europeia perdeu força nas sondagens e os defensores da permanência voltam a liderar. A imigração marcou o dia em que se retomou a campanha, suspensa após a morte da deputada trabalhista.

A tendência é inequívoca nas duas sondagens publicadas após o assassinato da deputada trabalhista e defensora da permanência do Reino Unido (RU) na União Europeia (UE), Jo Cox: o Brexit perdeu a dinâmica de subida registada uma semana antes e os partidários da permanência na UE voltaram a liderar, ainda que por uma margem muito escassa. O referendo realiza-se já nesta quinta-feira, devendo os resultados serem conhecidos nas primeiras horas do dia seguinte.


Uma sondagem realizada online pela YouGov para o Sunday Times, realizada entre 16 (dia em que Cox foi atacada) e 17 de Junho dão 44% à permanência na UE e 43% à saída do espaço europeu. Nas duas sondagens anteriores feitas pela mesma entidade, o Brexit liderava recolhendo a preferência de 46% (12 e 13 de Junho) e 44% (15 e 16 de Junho) dos eleitores britânicos.


Outro estudo de opinião, da Survation, realizado por telefone entre 17 e 18 de Junho e publicado pelo Mail on Sunday, revela a mesma tendência: os dois lados trocaram de posições e "ficar" na União Europeia passou a liderar com 45% dos votos, contra 42% dos que defendem a saída (no dia 15, a posição era simétrica).


Um dos principais rostos da campanha pela saída admitiu, de resto, que o assassinato de Cox terá prejudicado o Brexit. "Tínhamos um impulso até esta terrível tragédia", afirmou Nigel Farage, líder do partido anti-europeísta UKIP. "Não sei o que se passará nos próximos três ou quatro dias… Mas a acção de uma pessoa com sérios problemas mentais… Francamente, o que vimos foi um acto de terrorismo", disse Farage, que sexta-feira depositou uma coroa de flores em homenagem à deputada.


É precisamente Farage que está neste momento envolto em mais uma polémica, desta vez desencadeada por um cartaz, onde se lê "Breaking point" por cima de um enorme grupo de refugiados a caminhar, na grande maioria homens e quase nenhuma mulher ou criança. O cartaz foi criticado por um dos líder da campanha do Brexit, Michael Gove, que considerou ser "a coisa errada a fazer".


O tema da imigração tem marcado, crescentemente, a campanha do referendo, que arrancou este domingo depois da suspensão decretada após o ataque à deputada trabalhista. Este fim-de-semana também, Boris Johnson, antigo presidente da Câmara de Londres e uma das vozes mais críticas da UE e da imigração, surpreendeu ao defender uma amnistia para todos os imigrantes clandestinos que entraram no Reino Unido há mais de 12 anos - o que suscitou reacções adversas entre o público que o ouvia num comício, descreve o The Guardian.


Se a imigração anima os discursos do "sair", do lado do "ficar" o principal argumento é económico. David Cameron e o seu ministro das Finanças, George Osborne, reforçaram os alertas sobre o impacto económico de uma eventual saída, lembrando que não há volta atrás.


O debate prosseguiu ontem além fronteiras. Wolfgang Schäuble disse que a Europa está preparada para a saída do RU e Passos Coelho lembrou que, independentemente do resultado, a Europa não voltará a ser igual depois deste referendo. 

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao_europeia/detalhe/reviravolta_nas_sondagens_apos_morte_de_deputada.html

Teoria da conspiração mode on:

Assassinato encomendado para dar a volta à votação

Teoria da conspiração mode off

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Pergunto-me se algum dia o Texas fizer um referendo para sair dos Estados Unidos, se algum programa humorístico Europeu vai dedicar um episodio inteiro a chamar racistas a quem for a favor do Texit.

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2 minutes ago, PunK_BoY said:

Se o principal motivo para a saída do Texas for um motivo racista não vejo porque não...

Motivo pode ter , mas o factor Dont give a fuck provavelmente vai pesar e não fazem lol , comeco tb a ficar farto deste Oliver , obvio que tem rqazão em muita coisa, e o monologo é genial  , mas é facil pegar em algo e só focar os pontos negativos !Eu por exemplo gostva de ver o UK fora da EU , aliás eu acho a EU um cancro que destruiu muita coisa da Europa !

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Sem duvida mas como em tudo na vida também tem aspectos negativos, e os países mais fracos como o nosso ficou prejudicado em muita coisa, principalmente porque sempre tivemos o previlégio de ser governados por corruptos e tachistas que apenas ajudaram a puxar-nos mais para o fundo.

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