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Futsal 2015/2016


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Parece contagioso isto. Não estavam a jogar um corno (as bolas nos postes também não estavam a ajudar) e foi também preciso entrar em desespero.
Arre que ser adepto do Benfica nos tempos que correm não é para meninos.

Boa reviravolta :slb: 

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Joel Rocha – O Mourinho do futsal (artigo de Manuel Sérgio, 103)

 

Sempre foi meu empenho mais engrandecer as grandes figuras do desporto, realçar as suas qualidades, definir-lhes os perfis, legar à posteridade (se a tanto posso eu aspirar) um retrato feito de palavras, que pudesse considerar-se a transcrição verbal de um quadro, de uma estátua, ou de um desenho de bom recorte.

 

 

Por favores de Deus (ou do destino, ou do acaso) tenho beneficiado do convívio de alguns treinadores desportivos, mormente do futebol, o que me permite poder pintar (com palavras, só com palavras!) a presença viva e flagrante de figuras, com lugar certo, na história do nosso desporto. Mário Moniz Pereira, o maior treinador da história do atletismo (e portanto não só do atletismo português), o José Maria Pedroto, Fernando Vaz, Artur Jorge, José Mourinho, Jorge Jesus, o “metodólogo do treino” David Monge da Silva ocorrem-me agora, entre os mais relevantes. Anotar os traços preponderantes da fisionomia, incluiundo a moral, de um treinador de futsal nunca o fiz, porque de facto nunca de mim nenhum se aproximou... até há duas semanas atrás! Precisamente, há duas semanas, o editor Jaime Cancella de Abreu disse-me, à boca fechada, que o Joel Rocha, treinador de futsal do Benfica, “quer falar consigo”. Na minha memória, povoada como uma cidade, de treinadores desportivos, não residia nenhum treinador de futsal. E, tendo também em conta o prestígio que o rodeia, como treinador de eleição, pedi, por isso, ao Cancella de Abreu que lhe levasse a minha resposta: “É uma honra, para mim, poder falar com o Joel Rocha”. E foi num almoço (Joel Rocha, Cancella de Abreu e eu próprio) que pessoalmente nos conhecemos. Joel Rocha tem 33 anos de idade. É casado e licenciado em Educação Física e Desporto. Treinou a Associação Desportiva do Fundão e com tanto êxito que o Benfica lhe acenou, com um contrato sedutor. “Agora que trabalho no Benfica, apetece-me dizer que, neste grande Clube, antes do dinheiro, há os valores”. E com uns olhos de bondade, em que se refletia uma quente chama interior, acrescentou: “que o colocam entre os grandes Clubes do mundo”. 

Deste almoço nasceu um convite do Joel Rocha: que eu acompanhasse um dia de treinos da equipa de futsal do Benfica e que não lhe escondesse uma crítica séria a tudo o que tinha visto e pressentido. E assim foi. No dia 30 de Agosto último, na companhia do dr. Cancella de Abreu, assisti aos treinos do futsal benfiquista, liderados pelo dr. Joel Rocha e pela sua equipa técnica: um treinador-adjunto, um treinador de guarda-redes, um fisiologista e um fisioterapeuta. Empresa, para mim, de enorme envergadura, já que nunca fui treinador de nada, nem de ninguém, esta de criticar um treino de alta competição desportiva. Mas, ao fim de tantos anos a conviver com desportistas e licenciados em Desporto; melhor: ao fim de tantos anos de aprendizagem com mestres tão insignes, no treino e na competição; integrando equipas de trabalho, com alguns deles, na Direção-Geral dos Desportos, no Centro de Medicina Desportiva e no INEF, no ISEF e na FMH e até na Universidade Estadual de Campinas (Brasil), onde fui professor visitante durante dois anos - cumpri o que me foi solicitado, o melhor que sei, com o pouco que sei. Não me prevaleço poder traçar o retrato de Joel Rocha, de modo exaustivo, complexo e completo mas, findo o dia 30 de Agosto de 2015, eu passei a conhecer mais um líder, com mentalidade de líder (há muitos líderes qiue a não têm) que me disse, sorridente e convicto: “Tenho três fundamentos éticos da liderança: a justiça, a imparcialidade e a solidariedade. E três fundamentos executivos: a disciplina, que é também autodisciplina, tenaz capacidade de trabalho e de organização e atenção e respeito às críticas dos jogadores”. E proferiu, em voz pausada: “Quero que os jogadores sintam que são parte fundamental de jogo. Sem eles, não se ganham jogos”. E rematou: “E a coroar tudo isto – saber motivar!A motivação é um trabalho de todos os momentos e em todas as situações. Uma equipa de alta competição deve sentir-se sempre motivada a cumprir os objetivos por que luta”. E eu atalhei: “O que supõe saber comunicar”. E o Joel Rocha: “A linguagem comunicacional do líder está antes de tudo o mais. Quem não sabe comunicar não pode ser treinador desportivo, designadamente de alta competição”.

Perguntaram, em entrevista da revista do Expresso, de 2015/9/5) à Rita Sousa Nunes, bioquímica que o mundo científico muito respeita, pois que é autora de 10 papers científicos, onde revela uma contribuição inequívoca ao tratamento dos tumores cerebrais, perguntaram-lhe, dizia, quais os seus livros de cabeceira, neste momento. Resposta pronta: “Sonets, de Shakespeare. Também Poems, de John Keats e Tess of d`ubervilles de Thomas Hardy e Think Like an Artist, de Will Gompertz e The Man Who Mistook His Wife for a Hat, de Oliver Sacks. Tenho muitos autores preferidos: Hardy, Ian Mcewan, Jane Austen, Emily Bronte, Herman Hess, Milan Kundera, Albert Camus, Fernando Pessoa”. E chegou ao ponto de afirmar, na mesma entrevista: “Procuro ler coisas um bocadinho fora da minha área, para ter ideias, inspiração”. O José Peseiro, meu aluno no ISEF de Lisboa, teve a bondade de afirmar publicamente o seguinte: “O Professor Manuel Sérgio falava-nos de temas, nas aulas, que só hoje verdadeiramente compreendemos. Principalmente quando nos dizia: Leiam grandes autores, para entenderem o futebol que é nada mais do que vida”. Ou seja, assim como a Profa. Rita Sousa Nunes, bioquímica de renome mundial, encontra em Shakespeare, ou em John Keats, ou em Camus, ou em Pessoa, alguns temas que podem esclarecê-la, nas investigações que leva a cabo, na sua especialidade, também me parecia, e me parece, embora as minhas inúmeras limitações (em bioquímica sinto-me virgem, como no começo das coisas) que o conhecimento científico forma um todo, onde as várias ciências se comunicam, condicionam e apoiam. Também a interdisciplinaridade veio à tona, na conversa que nos ocupou, no Estádio do S.L.Benfica, ao Joel Rocha e a mim. E foi ele a dizer-me: “Quando decidi procurá-lo, não foi outra a minha intenção senão tentar consigo um trabalho interdisciplinar”. E, simpático, acrescentou: “E sei que não darei este tempo por perdido”...

Joel Rocha é um beirão genuíno, da Covilhã. E, se o homem (e a mulher) é, de certo modo um produto do meio, o treinador de futsal do Benfica traz consigo a dedada da terra agreste que lhe serviu de berço. Daí, a sua frontalidade e a sua linguagem viva e buliçosa, como água que sai da rocha. Deixei-lhe, por isso, a interrogação: “Quais, para si, as três palavras que definem um líder`”. Embora com a altivez dos homens livres da sua tribo, que não tiram o chapéu quando falam ao abade ou ao doutor, Joel Rocha fez uma pausa, para responder: “Não esperava esta pergunta. Mas aí vão as três, não, as quatro palavras que definem um treinador: compreensão, conhecimento, comunicação e vencer. Compreensão pelo homem que sou e pelos homens que comigo trabalham; conhecimento típico de um especialista na área das ciências sociais e humanas; e a comunicação que me permita motivar... até os próprios dirigentes! E que, por fim, o seu trabalho teórico se concretize em vitórias”. E continuei o diálogo:” De facto, o meu amigo trabalha, em alta competição, onde portanto quem não ganha não mostra saber...”. O Joel Rocha nem me deixou acabar a frase: “Principalmente num clube como o Benfica, onde todos os jogos são para ganhar. Não há alternativa: ou vencer ou vencer!”. Retomei a palavra: “Mas, para além, da sua competência e da equipa técnica e do valor individual e coletivo dos jogadores, o que lhe falta, em estruturas materiais e humanas, para poder perseguir um campeonato europeu ou mundial?”. No seu estilo vigoroso, foi terminante, foi categórico: “Nada! O Benfica dá-nos tudo o que pode, que para mim é o suficiente, para competirmos com as melhores equipas do mundo”. Tenho a certeza que ele não me avaliou, pelo meu saber da prática do futsal, mas pela medida do seu afeto e da sua fraterna bonomia. Ele enche o treino com o vozear da sua voz de líder respeitado e admirado. Chamam-lhe o “Mourinho do futsal”. É, com toda a certeza, um dos treinadores mais informados que conheci, na minha vida. E vencedor – no primeiro ano que chegou ao Benfica (época de 2014/2015) sagrou-se campeão nacional. Entretanto, no passado domingo, primeira jornada do Nacional, no pavilhão do Rio Ave, ganhou aos “vilacondenses” por nove golos, sem resposta. Não esqueçam o nome: Joel Rocha, atual treinador de futsal do Sport Lisboa e Benfica!

 

Manuel Sérgio é Professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana e Provedor para a Ética no Desporto

 

 

 

 

Put* de exagero, o gajo só ganhou um campeonato. Considero o ND ou o Adil superiores mas pronto.

 

 

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"O melhor do mundo é o Ricardinho

Em declarações a O JOGO, Falcao, o melhor jogador de futsal do Brasil e um dos melhores do mundo, admite que, neste momento, o internacional português está por cima.

"A minha história faz com que as pessoas falem de mim como o melhor, mas não tenho dúvida de que, atualmente, o número um do mundo é o Ricardinho. Mas também falam de mim como o melhor de todos os tempos. Agarro-me a isso. Então vamos ter o melhor de todos os tempos contra o melhor do mundo da atualidade [Portugal defronta na próxima madrugada o Brasil]".

in http://www.ojogo.pt/Modalidades/Futsal/interior.aspx?content_id=4791570

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