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Caso Bwin


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Caso Bwin: futebol pode perder mais de 20 milhões de euros

A decisão do Tribunal do Porto de recusar os efeitos suspensivos do recurso apresentado em conjunto por Liga Portuguesa de Futebol Profissional e Bwin contra a sentença de 28 de setembro, que considerou ilegal a atividade da casa de apostas em Portugal na sequência de uma queixa apresentada pela Associação Portuguesa de Casinos e Santa Casa da Misericórdia, coloca para já em risco o patrocínio da Bwin à Taça da Liga, que esta época se cifra em quatro milhões de euros, distribuídos pelos clubes que na competição participam e tendo em conta os objetivos que atingem.

A decisão ainda não é definitiva, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional aguarda que uma decisão sobre o recurso apresentado seja tomada em fevereiro, mas a verdade é que se a sentença for negativa a Bwin deixa de facto de poder dar o seu nome à Taça da Liga (esta época denominada Bwin Cup), obrigando a Liga a procurar novo patrocinador para a prova. Mas o desfecho deste caso pode encerrar cenário bem mais grave para o futebol em Portugal.

É que se neste processo está apenas em causa o patrocínio da Bwin, uma nova decisão que confirme a ilegalidade da atividade desta casa de apostas em Portugal abre um precedente para todas as outras que operam no País. E que patrocinam também o futebol, nomeadamente através de publicidade, nos estádios ou nas camisolas de quase todos os clubes das ligas profissionais. E aí não estaremos a falar de apenas quatro milhões de euros, mas sim de uma comparticipação que na globalidade ultrapassa os 20 milhões de euros. O que, percebe-se, num momento de enorme aperto financeiro para quase todas as empresas, poderá provocar enormes danos aos orçamentos dos clubes portugueses, que poderão ver-se privados de parceiros importantes. Muitos emblemas portugueses poderão mesmo ter o seu futuro ameaçado por aquilo que, independentemente das interpretações que se possam dar ao caso, constitui um violentíssimo ataque ao futebol.

Em causa em todo este processo está, já se sabe, a legalização das casas de apostas online em Portugal, pretensão há muito defendida mas à qual o Governo ainda não acedeu.

Liga obrigada a retirar publicidade da bwin

Em comunicado, a Liga informou que foi obrigada a retirar todas as referências à bwin, patrocinador da Taça da Liga.

A decisão terá efeitos a partir de segunda-feira, sendo que a competição ficará igualmente desassociada da marca. A Liga vai recorrer da decisão.

Eis o comunicado na integra:

No seguimento da decisão do Tribunal do Porto de negar efeito suspensivo do recurso da sentença proferida em Setembro de 2011, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional está obrigada, a partir de segunda-feira, a retirar toda a publicidade referente à bwin, patrocinador da Taça da Liga.

Essa retirada abrangerá o site oficial da Liga, bem como todas as referências à bwin nos jogos da Taça da Liga. A decisão lesa de forma muito significativa o financiamento do futebol profissional em Portugal.

A Liga recorrerá desta decisão para o Tribunal da Relação do Porto, a fim de anular a sentença produzida na primeira instância.

Bwin suspende patrocínio da Taça da Liga

A empresa de apostas Bwin que irá suspender a promoção da sua actividade em Portugal, na sequência da decisão do Tribunal do Porto de recusar o efeito suspensivo do recurso

por si interposto em conjunto com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional contra a decisão de 28 de Setembro de 2011, que considera ilegal a atividade da casa de apostas em Portugal, na sequência de uma queixa apresentada pela Associação Portuguesa de Casinos e a Santa Casa da Misericórdia.

Perante este veredicto, a Bwin deixa de poder promover a sua marca, o que implica que deixará de poder fazer publicidade. A Taça da Liga, até agora denominada Bwin Cup, deixará de poder sê-lo já a partir de amanhã e até à decisão definitiva sobre o recurso. Perante isto, a Bwin anunciou em comunicado que suspende o patrocínio à competição, bem como todas as campanhas publicitárias em Portugal.

Comunicado

«Esta decisão não é definitiva e a Bwin aguarda a decisão do Tribunal da Relação, a quem compete fixar definitivamente os efeitos do recurso apresentado. No entanto, enquanto o recurso não é decidido, a bwin vai suspender a promoção da sua marca «Bwin» em Portugal, nomeadamente através do patrocínio à Taça da Liga e de campanhas publicitárias, mantendo de resto a sua normal actividade.

A Bwin mantém o seu empenho na regulação deste sector em Portugal, à semelhança do que tem acontecido na grande maioria dos países europeus, pois só um mercado regulado garante a protecção dos consumidores e proporciona um contexto jurídico seguro e justo para os operadores idóneos.»

Carlos Pereira (Presidente do Marítimo): «Governo tem de intervir»

Carlos Pereira, presidente do Marítimo, também já reagiu ao caso Bwin. E como quase todos os dirigentes que já falaram a A BOLA, o líder do emblema mostrou-se apreensivo. «É uma situação que naturalmente preocupa qualquer dirigente desportivo em Portugal», começou por dizer Carlos Pereira, defendendo uma nova legislação:

«Temos que evoluir como as grandes ligas europeias. O Governo tem que intervir e resolver esta situação, pois criou uma legislação da qual agora está refém. A Bwin tem o direito de exercer a sua atividade em Portugal. Esta decisão, a ser definitiva, é lesiva para os interesses dos clubes portugueses.»

António Fiúsa (Presidente do Gil Vicente): «Apostas online devem ser legalizadas»

António Fiúsa abordou o caso Bwin de uma forma muito pragmática. O presidente do Gil Vicente defende que os campeonatos profissionais deviam parar como forma de alerta: «Acho que o futebol português está precisar de uma greve geral, de parar. Depois do aumento do IVA, com reflexos nos bilhetes, essa questão da Bwin é mais outra situação penalizante para o futebol, sobretudo num País onde os patrocinadores não abundam e as empresas começam a retrair-se por causa da crise.»

Por esta razão, o líder dos galos pede a intervenção urgente do Governo, desafiando-o a liberalizar o negócio das apostas: «O Governo tem procurado fontes de rendimento em todo o lado. Não se percebe porque razão não acaba com o lobby da Santa Casa e legaliza de uma vez por todas as apostas online, retirando daí dinheiro extra para os cofres do Estado. É uma situação que se arrasta no tempo e que prejudica os clubes, pois eles próprios veem a sua imagem a ser utilizada sem o retorno que seria justo.»

João Bartolomeu (Presidente do Leiria) fala de necessidade de nova legislação

João Bartolomeu, presidente do UD Leiria, mostra-se muito preocupado com a possibilidade de os clubes portugueses poderem vir a perder os patrocínios das casas de apostas na sequência do caso que envolve a Bwin e Liga Portuguesa de Futebol Profissional contra a Associação Portuguesa de Casinos e a Santa Casada Misericórdia. «O Leiria vê este caso com muita preocupação, porque nos parece que nos podem retirar uma das poucas receitas que os clubes podem ter. E, ao invés, aumentam o IVA dos bilhetes, o preço do policiamento... O futebol é de facto o parente pobre da sociedade», afirmou o presidente dos leirienses, que não tem dúvidas:

«Nesta altura, perder qualquer receita é muito mau. Este caso pode de facto destruir muitos clubes.»

O caminho, na opinião de João Bartolomeu, é muito simples. «Há que criar legislação própria para o efeito, algo de que já se fala há muito tempo. Mas a verdade é que ninguém resolve», concluiu.

António Regala (Presidente Beira-Mar): «Afastamento destes patrocinadores é mau para o futebol»

António Regala, presidente do Beira-Mar, reagiu com serenidade à decisão do tribunal do Porto de obrigar a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) a retirar todas as referência à Bwin do Campeonato e da Taça da Liga. O clube é patrocinado por outra casa de apostas [a Betclic] e o dirigente compreende o que está em jogo:

«Estamos perante uma situação antiga, relacionada com a existência de um monopólio da Santa Casa da Misericórdia. Esta circunstância advém de uma desatualização que há em termos de mercado de apostas em Portugal, o que origina sentenças deste género.»

Por isso mesmo, o dirigente defende o fim deste monopólio e a «entrada de outros atores na venda de apostas».

«Temos de nos adaptar à realidade. Não fazê-lo é continuar a viver no passado e prejudicar o posicionamento do futebol português em relação aos outros países, onde essa questão não se coloca. O afastamento deste tipo de patrocinadores é muito mau para o futebol e terá consequências graves para as competições e os clubes.»

António Regala espera que a Bwin «seja inteligente e paciente» quanto ao resultado do recurso apresentado pela LPFP e aproveite «a publicidade que se gerou em torno da marca» por causa deste braço-de-ferro.

Isidoro Sousa (Presidente do Olhanense): «Estamos a dar tiros nos pés»

O presidente do Olhanense, Isidoro Sousa, não esconde a preocupação com a possibilidade da Bwin deixar de apoiar o futebol português e, em particular, retirar o seu patrocínio à Taça da Liga.

«É um processo que se tem vindo a arrastar. A concretizar-se, é uma grande perda para o futebol português e, particularmente, para os clubes», afirmou a A BOLA o presidente dos algarvios, considerando a Bwin «uma das poucas empresas do estrangeiro que traz dinheiro para Portugal e para o futebol.»

Em relação à Taça da Liga, Isidoro Sousa confessa mesmo que não sabe se vai ter futuro.

«Os apoios são cada vez menores e o governo tem de intervir. Estamos a dar tiros nos pés e as entidades têm de olhar para esta situação com olhos de ver. Não é uma boa medida, seguramente, e quem fica a perder é o futebol português. Trata-se de um grande rombo para os clubes», conclui Isidoro Sousa.

Fernando Oliveira (Presidente do V.Setúbal): «Futebol devia parar»

O presidente do V. Setúbal, Fernando Oliveira, defende que o futebol português devia parar por algum tempo, em protesto com a decisão do Tribunal do Porto, que considerou a atividade da Bwin ilegal. O líder sadino está descontente com o tratamento dado pelo Governo ao futebol.

«O futebol português devia parar, devido aos ataques do Governo. Primeiro foi a subida dos preços dos bilhetes, com o aumento do IVA e, agora, existe este caso. Os clubes têm de unir-se», defendeu Fernando Oliveira, a A BOLA.

Os sadinos são um dos clubes patrocinados por outra empresa de apostas on-line, a Betclic. O dirigente aguarda por uma nova legislação em Portugal, que autorize a atividade destas empresas. Mas está descrente.

«Infelizmente, este é o País que temos. O Governo tira nas reformas e ataca o futebol. É preciso união dos clubes», reforçou Fernando Oliveira.

Carlos Barbosa (Presidente do P.Ferreira) preocupado com decisão do tribunal

Foi com alguma apreensão que Carlos Barbosa, presidente do Paços de Ferreira, reagiu à deliberação do Tribunal do Porto, que considerou ilegal o patrocínio da empresa de apostas Bwin ao futebol português.

«Ainda não existe uma decisão definitiva, pois a Liga vai recorrer novamente, mas a confirmar-se esse cenário será muito mau para os clubes portugueses. A Taça da Liga já vai a meio e não pode perder o patrocinador. Se os clubes portugueses já estão mal a nível financeiro, isto em nada ajuda. Antes pelo contrário, faz com que as coisas piorem. Espero que haja o bom-senso e que a Bwin continue a ajudar o futebol nacional».

José Mendes (Presidente do Sporting da Covilhã): «Os clubes da Liga Orangina estão falidos»

O presidente do Sporting da Covilhã, José Mendes, está preocupado com o caso Bwin e com a possível perda de patrocínios por parte dos clubes profissionais, sobretudo os da Liga Orangina.

«Os clubes da Liga Orangina já estão falidos. Estas receitas são muito importantes. Sem este dinheiro, será cada vez mais difícil gerir os clubes», sublinhou José Mendes, a A BOLA.

O líder dos serranos defende que os clubes devem receber parte das receitas das empresas de apostas na Internet.

«A imagem dos clubes é utilizada por parte destas empresas, que vivem à custa do futebol. Só o Governo é que pode regular o setor», explicou José Mendes.

Mais uma machadada no futebol português. :facepalm:

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Não percebo o escândalo. Já toda a gente sabia que a atividade da BWIN é ilegal em Portugal. E se da BWIN é, as outras casas de apostas também viriam a ser mais tarde ou mais cedo.

Alias, já houve stresses anteriormente quando a BWIN patrocinou a liga.

A culpa disto é só de quem os escolheu como patrocinadores.

Quem brinca com o fogo acaba por se queimar.

Also:

Não concordo que se passem leis só porque os dirigentes do futebol fazem birra.

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Mas é estado, né? ;)

As casas de apostas são tão ilegais como é ilegal jogares poker (ou outro jogo a dinheiro) com amigos fora de locais previstos para o efeito, ou seja, onde pagues os impostos devidos.

Claro que não concordo com isto, mas neste país nem é o que me choca mais.

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Digam-me uma razão lógica para casa de apostas online serem ilegais em Portugal.

Nenhuma, neste caso perde o futebol receitas e até o Estado. Que regulem a coisa que a Inglaterra já o fez há imenso tempo, a maior parte dos sites de apostas são mesmo de lá.

Mais uma vez estamos atrasados em relação a outros e só nos resta acordar para a realidade e criar regulamentação.

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Impostos.

A Santa Casa da Misericórdia é ligada ao Estado e também não paga os impostos dos prémios Totoloto, Totobola, Euromilhões, etc...

Mas parece me que te estas a esquecer que quando metes uma chave estás a pagar imposto... o que nao acontece com estes sites.

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