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FADO - património imaterial da humanidade


panayotopoulos
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Quando escrevi "indiferente" não é ao Fado como gosto pessoal mas sim ao anúncio da Unesco. Julgava que estava claro. Nem escrevi em resposta a ti em específico

Quanto a essa percentagem:

Adoram

Indiferente

Não apreciam

não me parece muito correta. Eu não me encaixo em nenhuma por exemplo.

Edited by Kinas_
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Há mais uma ou outra coisa que me irrita sobre o Fado e sim, podem dizer que lá venho eu com a minha conversa mesquinha, de anti-centralismo.

Sim, apesar de me ser indiferente o Fado (com a excepção do "Povo Que Lavas No Rio", cantado pela Marisa - quando ainda não era muito conhecida (VIP) - no programa do Herman, na SIC, que até o Sting ficou boquiaberto), não posso deixar de ficar minimamente contente com a notícia.

Mas... O Fado e as pessoas ligadas a ele, tornaram-se VIPs de mais, como se um Fadista fosse uma pessoa IN (Carlos do Carmo, Marisa, Carminho, Camané, etc... São tudo pessoas de posses ou com demasiado protagonismo na nossa sociedade comparando com outros artistas de outros géneros musicais). Excepção feita à Amália, personalidade verdadeiramente do Povo... Tudo o resto são "barões", "viscondes" e afins...

Outra coisa que não me agrada muito é o facto de se associar o Fado sempre a Lisboa, quando ele é cantado pelo pais inteiro (veja-se o exemplo do Fado de Coimbra, que tem características diferentes do Fado de Lisboa (nacional (?)) mas que não deixa de ser Fado... Porquê falar sempre em Alfama, Cais do Sodré e afins? Se o Fado é nacional, o que é nacional não é só Lisboa...

<_<

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Ahhhhhh...então o

Não me aqueceu nem arrefeceu...

não é bem verdade no que respeita à notícia mas sim ao gosto pelo Fado!

Sim, apesar de me ser indiferente o Fado, não posso deixar de ficar minimamente contente com a notícia.

Era só a isto que me referia camurso_. thumbsup.gif

Edited by Kinas_
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Há mais uma ou outra coisa que me irrita sobre o Fado e sim, podem dizer que lá venho eu com a minha conversa mesquinha, de anti-centralismo.

Sim, apesar de me ser indiferente o Fado (com a excepção do "Povo Que Lavas No Rio", cantado pela Marisa - quando ainda não era muito conhecida (VIP) - no programa do Herman, na SIC, que até o Sting ficou boquiaberto), não posso deixar de ficar minimamente contente com a notícia.

Mas... O Fado e as pessoas ligadas a ele, tornaram-se VIPs de mais, como se um Fadista fosse uma pessoa IN (Carlos do Carmo, Marisa, Carminho, Camané, etc... São tudo pessoas de posses ou com demasiado protagonismo na nossa sociedade comparando com outros artistas de outros géneros musicais). Excepção feita à Amália, personalidade verdadeiramente do Povo... Tudo o resto são "barões", "viscondes" e afins...

Outra coisa que não me agrada muito é o facto de se associar o Fado sempre a Lisboa, quando ele é cantado pelo pais inteiro (veja-se o exemplo do Fado de Coimbra, que tem características diferentes do Fado de Lisboa (nacional (?)) mas que não deixa de ser Fado... Porquê falar sempre em Alfama, Cais do Sodré e afins? Se o Fado é nacional, o que é nacional não é só Lisboa...

dry.png

Se não estou em erro o Fado de Coimbra não está associado nesta proposta que foi feita.

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Fala-se em Fado de Lisboa porque tem origem em Lisboa, a era de ouro do Fado foi em Lisboa e com fadistas de Lisboa, e faz parte da identidade da cidade. Tal como o traje académico nacional é o traje de Coimbra e se vendem galos de Barcelos nas lojas de Lisboa.

Agora, ele é completamente nacional porque como o seu habitat e ecossistema natural é esse grande património nacional que são as nossas tascas e tabernas facilmente se expandiu para o resto do país. O que eu não percebo é como é que conseguem ver que o Fado, ao ser associado a Lisboa, esteja a ser retirado do resto do país. Se houvesse uma única alminha que não tivesse noção da da sua importância para todo o país..

Em relação às supostas posses e burguesismo dos atuais fadistas nem sei bem o que dizer.. lol

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É sempre bom ter algo reconhecido mundialmente.

Portugal não fica de certeza a perder por uma manifestação musical (e cultural) sua passar a ser património da humanidade.

É natural que dê um bocadinho mais de notoriedade e que o próprio turismo em Portugal se comece a servir (ainda mais) do fado a partir de agora.

Já estou a ver as romarias ás casas de fado. happy.png

E não será só isso, é natural que agora possa surgir ainda mais interesse na "exportação" do nosso fado e dos fadistas. Estes reconhecimentos levam naturalmente a um maior interesse para quem observa isto de fora.

Eu pessoalmente não sendo minimamente fanático tenho que reconhecer que sou apreciador de fado. Não sou conhecedor mas aprecio ouvir uma boa voz a cantar fado. Eu sei, para quem me conhece daqui é um bocadinho os antípodas dos meus gostos musicais. 14.gif

Edited by Walt Sousa
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Fala-se em Fado de Lisboa porque tem origem em Lisboa, a era de ouro do Fado foi em Lisboa e com fadistas de Lisboa, e faz parte da identidade da cidade. Tal como o traje académico nacional é o traje de Coimbra e se vendem galos de Barcelos nas lojas de Lisboa.

Agora, ele é completamente nacional porque como o seu habitat e ecossistema natural é esse grande património nacional que são as nossas tascas e tabernas facilmente se expandiu para o resto do país. O que eu não percebo é como é que conseguem ver que o Fado, ao ser associado a Lisboa, esteja a ser retirado do resto do país. Se houvesse uma única alminha que não tivesse noção da da sua importância para todo o país..

Em relação às supostas posses e burguesismo dos atuais fadistas nem sei bem o que dizer.. lol

Então não digas nada, porque um lol é bem pior que estar calado... <_<

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Fala-se em Fado de Lisboa porque tem origem em Lisboa, a era de ouro do Fado foi em Lisboa e com fadistas de Lisboa, e faz parte da identidade da cidade. Tal como o traje académico nacional é o traje de Coimbra e se vendem galos de Barcelos nas lojas de Lisboa.

Agora, ele é completamente nacional porque como o seu habitat e ecossistema natural é esse grande património nacional que são as nossas tascas e tabernas facilmente se expandiu para o resto do país. O que eu não percebo é como é que conseguem ver que o Fado, ao ser associado a Lisboa, esteja a ser retirado do resto do país. Se houvesse uma única alminha que não tivesse noção da da sua importância para todo o país..

Em relação às supostas posses e burguesismo dos atuais fadistas nem sei bem o que dizer.. lol

Tudo dito. O resto são os delírios, paranóias e obsessões constantes das personagens do costume :y:

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O fado actualmente é efectivamente algo um bocado aburguesado, começou por ser do povo mas esses tempos já lá vão.

Basta ver o que se paga para comer em qualquer casa de fado em Lisboa, não são propriamente conhecidas por serem baratas, assim como assistir a um espectáculo de fado numa qualquer sala de espectáculos que os passe.

Não é acessível a todas as bolsas, só às mais recheadas.

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O fado actualmente é efectivamente algo um bocado aburguesado, começou por ser do povo mas esses tempos já lá vão.

Basta ver o que se paga para comer em qualquer casa de fado em Lisboa, não são propriamente conhecidas por serem baratas, assim como assistir a um espectáculo de fado numa qualquer sala de espectáculos que os passe.

Não é acessível a todas as bolsas, só às mais recheadas.

Então imagina agora. Fazem-se valer do "património da humanidade"

"Quer ouvir fadinho e comer um bifinho à moda da casa? Então passe para cá 50 mocas."

O teatro de revista tb é tido como o teatro do povo (mais popular) e não é por isso que os bilhetes para ir ver uma revista são baratos.

A partir de 2012 logo se vê quando o IVA recair sobre os espectáculos. Não no preço dos bilhetes mas na queda de receitas e nos despedimentos.

Edited by Walt Sousa
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Uma pergunta, isto quer dizer, em termos práticos o quê, em concreto?

Talvez isto te dê algumas pistas

SPA congratula-se com a consagração do Fado como Património Imaterial da Humanidade

A Sociedade Portuguesa de Autores manifesta a sua profunda satisfação com a escolha pela UNESCO do Fado como património imaterial da humanidade, considerando que esta decisão confirma a importância desta forma de expressão musical no quadro de um mundo marcado pela diversidade cultural, mas ao mesmo tempo globalizado e sujeito à influência hegemónica de linguagens e produtos provenientes dos países mais ricos e poderosos.

Este triunfo da candidatura do Fado é importante para compositores, poetas, intérpretes e músicos, para a imagem de Portugal no mundo e para o contributo que a cultura e as artes podem dar para a recuperação da economia nacional, designadamente através da exportação da música feita em Portugal. Daí a importância que poderá e deverá assumir o Gabinete de Exportação da Música Portuguesa, cuja instalação depende, neste momento, das instâncias de decisão política, uma vez que o projecto se encontra há meses estruturado.

A SPA apoiou desde o início esta candidatura e orgulha-se de o ter feito, sobretudo porque o Fado esteve desde sempre ligado à memória e à vida da nossa cooperativa. Foram ou são sócios da SPA nomes como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Carlos Ramos, Fernando Farinha, Fontes Rocha, Maria Teresa de Noronha, Vicente da Câmara, Jorge Fernando, António Chaínho, Mafalda Arnaut, Carminho, Aldina Duarte e tantos outros, o que significa que este é também um momento histórico para esta cooperativa de autores.

No passado dia 7 de Novembro foi gravada e depois transmitida pela RTP, a partir da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, a Homenagem ao Fado, gala na qual a SPA celebrou a importância do fado na vida cultural e artística portuguesa, destacando muitas dezenas de contributos individuais de artistas, autores e instrumentistas ao longo de décadas.

Um protocolo celebrado com o Museu do Fado disponibiliza o rico acervo documental da SPA para trabalhos de investigação que venham a ser desenvolvidos por aquela estrutura museológica, que tem tido um papel tão relevante na dignificação e difusão do Fado.

Congratulando-se com a decisão da UNESCO tomada em Bali, na Indonésia, no dia 27 de Novembro, a SPA saúda na pessoa do Dr. António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, e do Prof. Rui Vieira Nery, presidente da comissão científica desta candidatura vitoriosa e presidente da Mesa da Assembleia Geral da SPA, este relevante acto de reconhecimento internacional de uma forma de expressão musical que tanto projecta e dignifica Portugal no estrangeiro.

Lisboa, 28 de Novembro de 2011

spautores

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Não acho que seja de agora que teja associado ao burguesismo. Provavelmente nasceu mesmo do povo por causa dos marinheiros e pescadores, mas a noção que tenho é que desde muito cedo ficou associado à boémia. E como tal entram os burgueses e novos ricos, e não esquecer os vícios dos nossos fadistas mais conhecidos do antigamente. E além de que, e aqui falo com total desconhecimento, quando a guitarra portuguesa entra em cena não sei se seria um instrumento acessível a qualquer um.

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Mas eu não estou a dizer o contrário.

O que quero referir é que, actualmente, há gente que usa o Fado e usa-se do Fado para ser "Famoso". E há aqueles da "Velha Guarda" que se "elevam" acima da população (até posso estar enganado neste ponto, mas tu olhas, por exemplo, para um Carlos do Carmo e vês que ele não é propriamente "povinho", ao contrário da Amália)...

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Não acho que seja de agora que teja associado ao burguesismo. Provavelmente nasceu mesmo do povo por causa dos marinheiros e pescadores, mas a noção que tenho é que desde muito cedo ficou associado à boémia. E como tal entram os burgueses e novos ricos, e não esquecer os vícios dos nossos fadistas mais conhecidos do antigamente. E além de que, e aqui falo com total desconhecimento, quando a guitarra portuguesa entra em cena não sei se seria um instrumento acessível a qualquer um.

O Fado é de todos realmente, tanto chega ao pobre, como ao rico. O problema é que o pobre não tem dinheiro para ir ver um espectáculo de fado e de ir comer a uma casa de fado. Nesse aspecto o fado "aburguesou-se". São as classes mais altas que têm maior capacidade de acesso ao "espectáculo" fado.

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