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Capitão Falcão - O Super-Herói fascista português


tiagoalvin
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Não vi mas sei. :-..

Episódio-piloto de Capitão Falcão é exibido hoje no Shortcutz Porto

Hoje à noite o episódio-piloto de "Capitão Falcão", de João Leitão, será exibido no Hard Club do Porto, como curta convidada do evento Shortcutz Porto. A sessão terá lugar a partir das 22h00 e é de entrada gratuita.

Protagonizada por Gonçalo Waddington, no papel do dito Capitão e com David Chan Cordeiro (responsável também pela coordenação do trabalho de duplos) no papel do seu parceiro Puto Perdiz, este produção é apresentada como uma recuperação de uma série produzida no Estado Novo e que tinha estreia marcada para 26 de Abril de 1974, tendo sido prontamente cancelada após a Revolução dos Cravos.

Uma sátira delirante à paranóia anti-comunista nos tempos da ditadura fascista, a série segue as aventuras do “famoso super-herói lusitano”, o ultra-patriótico Capitão Falcão, que segue as ordens directas de António de Oliveira Salazar na luta contra a “ameaça vermelha”.

Quando o episódio piloto de «Capitão Falcão» foi exibido no MOTELx, o público do fantástico nacional ficou boquiaberto: um super-herói do Estado Novo enfrentava um grupo de feroz de comunistas liderados por uma múmia armada de foice e martelo, num delírio visual que trouxe o Cinema São Jorge abaixo.

Uma semana depois, já 16.000 pessoas haviam isto o trailer no Youtube e 2.800 e eram amigas deste “Capitão Portugal” no Facebook (agora, o trailer já leva mais de 70.000 hits). A produtora Individeos procura agora um canal de televisão que nos queira dar o resto das aventuras que João Leitão (da série «Um Mundo Catita») e a sua equipa prepararam para Capitão Falcão e o seu “side-kick”, Puto Perdiz.

Aqui deixamos a entrevista realizada pelo c7nema a João Leitão.

c7nema
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Estouramos todo o nosso orçamento na produção do episódio piloto do "Capitão Falcão".

E se por um lado isso significa que fizemos um bom trabalho... por outro significa também que o nosso departamento de marketing e promoção está sem dinheiro nenhum.

Hoje contratamos um papagaio para nos ajudar a promover a série.

:lol:

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Capitão Falcão, o super-herói que é um fascista do carago

O primeiro super-herói português casou-se aos 18 anos (nunca mais dormiu com outra mulher) e come comunistas ao pequeno-almoço

O Capitão Falcão é um pai de família. Tem três filhos, casou-se aos 18 anos e nunca mais dormiu com outra mulher. “Queremos que ele seja o super-herói mais conservador do mundo”, contou ao P3 João Falcão Capitão Leitão — o realizador gosta do trocadilho, nós também.

João Leitão, realizador da produtora Individeos, cresceu entre “muita, muita banda desenhada” e “sem super-heróis portugueses (e o Major Alvega não conta porque é uma banda desenhada inglesa traduzida para português)”. “Portugal sempre precisou de um super-herói”. O projecto nasceu dessa urgência.

O nosso herói (interpretado pelo actor Gonçalo Waddington, a par do sidekick David Chan, que veste a pele de Puto Perdiz) vive nos anos sessenta e é “um fascista do carago, o oposto do Batman de certa maneira”. “É um total idiota que começa todas as conversa a bater em alguém. É como ele diz olá”.

As questões políticas da série são evidentes. Comunistas de macacão (tipo Super Mario), múmias munidas de martelo e foice, raios que convertem “os fracos de mente”, o actor José Pinto na cadeira de Salazar e um super-herói que come comunistas ao pequeno-almoço.

Comer comunistas ao pequeno-almoço

“Há muita gente nesta fase de crise que comete a estupidez de falar nos bons velhos tempos. Não eram bons velhos tempos. Um dos nossos objectivos era gozar com essa ideia ‘ah no meu tempo é que era’”.

O episódio piloto, apresentado na abertura doMOTELx, irritou algumas pessoas. “Podia ter escolhido um vilão que tivesse irritado menos pessoas”, (não) lamenta João Leitão. “Tenho sempre medo quando alguém leva aquilo a sério. É uma paródia. E há pessoas que levaram aquilo a sério. Estou a falar de partidos ultra-mega-hiper-conservadores a roçar o fascista”.

Mas esta “não é uma série sobre um gajo que bate em comunistas”. Esse combate é apenas para o primeiro episódio, uma espécie de

Nos restantes “nem sequer voltam a aparecer comunistas”. “Porque há muita, muita coisa para gozar no Estado Novo e na sociedade portuguesa pré 25 de Abril”.

Shaw Brothers vs Bergman

Se o argumentista Tiago Rodrigues quer fazer um episódio musical, João Leitão, que também esteve nas rédeas do “Mundo Catita”, quer muito fazer “um episódio noir, a preto e branco, tipo Maltese Falcon, narrado pelo Falcão, uma coisa tipo Humphrey Bogart”.

Existirá sempre o tom pastel de Batman (versão Adam West), piruetas made in http://www.youtube.com/watch?v=te8gSOccfJQ, muito Shaw Brothers e “filmes manhosos de acção do videoclube Rambo, que já não existe”.

“A maioria das referencias não são muito boas. Não é Pasolini nem Bergman ou nouvelle vague”, avisa João Leitão, orgulhoso de ter um nome que encaixa no manual Stan Lee. “A primeira letra de cada nome tem que ser igual (Puto Perdiz) ou rimar (Capitão Falcão)”.

hxxp://p3.publico.pt/vicios/ecra/1312/capitao-falcao-o-super-heroi-que-e-um-fascista-do-carago

e tem um video na pagina do link acima...

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Na rodagem do filme «Capitão Falcão», uma paródia ao Estado Novo

O Santiago Alquimista, em Lisboa, foi transformado num bar dos anos 1960, onde Capitão Falcão e Puto Perdiz derrubam um líder comunista, numa das cenas de rodagem do filme de estreia de João Leitão, uma paródia ao Estado Novo.

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A longa-metragem «Capitão Falcão», que só estreará no verão de 2014, está a poucas semanas do final da rodagem, tendo já sido feitas filmagens numa prisão desativada em Santarém ou nos antigos Armazéns Abel Pereira da Fonseca, em Lisboa. Este será o primeiro filme de João Leitão, com Gonçalo Waddington no papel de Capitão Falcão e David Chan no de Puto Perdiz, uma espécie de «Batman e Robin, mas fascistas», disse o realizador à agência Lusa numa pausa entre filmagens.

«Capitão Falcão» «é um filme de aventura e ação passado nos anos 1960 em Portugal, em que o super-herói tem como missão, a mando de Oliveira Salazar, defender os valores do Estado Novo e combater os vilões - os que lutam pela liberdade e pela democracia -, como os comunistas e os capitães de abril».

«É um acérrimo defensor do Estado Novo e altamente fiel, pode ser um cão de fila do Salazar e não olha a meios para atingir os fins», descreveu Gonçalo Waddington.

Segundo João Leitão, o filme ridiculariza tudo o que de mau aconteceu no Estado Novo, invertendo, com uma grande dose de sarcasmo, os papéis da luta entre o Bem e o Mal: «A piada do filme... o nosso protagonista é [na verdade] o vilão e o nosso antagonista é o herói».

«Alguém vai ficar ofendido, tenho a certeza absoluta», afirmou o realizador, esclarecendo, no entanto, que a única figura histórica que surge no filme é António de Oliveira Salazar, papel interpretado por José Pinto, apesar de haver referências à PIDE, aos comunistas, às feministas e aos protagonistas da revolução de abril.

O elenco inclui ainda Rui Mendes, Luís Vicente, Miguel Guilherme, Carla Maciel, Bruno Nogueira, Nuno Lopes, Ricardo Carriço e um grupo de duplos que interpretarão grande parte das cenas coregrafadas de pancadaria ao jeito oriental, quedas e explosões, supervisionadas pelo ator David Chan.

Este é um filme que se inspira na banda desenhada, nos super-heróis norte-americanos, na estética e na linguagem dos filmes de lutas dos anos 1960 e 1970, em séries televisivas e personagens que marcaram o imaginário de João Leitão, com poucos recursos a tecnologia para efeitos especiais: «A atitude é do cinema dos anos 1960 e 1970, muito «old school». Não há pós-digital», disseram o realizador e David Chan.

«Capitão Falcão», com argumento de João Leitão e Núria Leon Bernardo, foi pensado para ser uma série de televisão, mas ao final de três anos e sem qualquer resposta por parte da direção da RTP - disse Gonçalo Waddington -, a produtora Indivídeos decidiu avançar com o projeto de uma longa-metragem, com distribuição assegurada pela Zon Lusomundo.

A longa-metragem só estreará no próximo ano, mas João Leitão e Gonçalo Waddington não descartam a hipótese de avançar para uma sequela, dependendo da adesão dos espetadores portugueses.

Por ora, estão ocupados com as filmagens, como as que decorrem no espaço Santiago Alquimista, onde foi recriado um bar frequentado por criminosos e onde Capitão Falcão derrota o comunista Lenine (o ator Luís Vicente) dizendo, fanfarrão: «Não te preocupes Puto Perdiz, está simplesmente atordoado. Ninguém aguenta tanto comunismo».

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