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Quem Já Viu Os All Blacks Jogar Futebol Levante A Mão!


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E a selecção portuguesa de râguebi ergue os braços em jeito de afirmação. Em 2007, no Mundial de França, os Lobos até ganharam aos neozelandeses

Um amador no meio dos profissionais salta sempre à vista. No futebol, quando uma equipa pequena faz cair um grande na Taça de Portugal, por exemplo, a festa é interminável. Há espaço para sorrir, chorar, comer, beber, celebrar sem pensar, como os outros, que logo a seguir vem outro jogo. Em 2007, no Mundial de râguebi, em França, Portugal deu uma lição no meio dos monstros da modalidade. Sisudos, demasiado fechados em si mesmos, muitos não souberam desfrutar da presença portuguesa. Os Lobos queriam aproveitar cada segundo, fazer a festa, como um pequeno no meio dos grandes, porque sabiam que essa era a sua realidade.

Portugal sai do torneio só com derrotas. É o que dizem os registos da competição - e quem somos nós para duvidar. O que não fica assinalado nos livros é o segundo jogo entre Lobos e All Blacks, a selecção da Nova Zelândia, em Lyon. Depois do tradicional haka, dos 108-13 do resultado final, a bola arrendonda-se e passa a andar mais tempo junto à relva. As mãos ficam mais quietas, os pés mexem-se mais. Num ápice, Portugal e Nova Zelândia trocam o râguebi pelo futebol. É tempo de conviver, tempo de fazer a festa. À portuguesa.

"Até foram eles que sugeriram", conta António Aguilar, jogador da selecção portuguesa. "Foram a equipa mais acessível, os mais simpáticos, mesmo sendo as maiores estrelas. Nós éramos amadores, eles profissionais. E foram os únicos com quem conseguimos confraternizar, com os outros foi impossível." A Nova Zelândia tinha deixado de fora do jogo (de râguebi) algumas das principais figuras, para dar minutos aos menos utilizados. O respeito manteve-se, o objectivo continuava a ser só um: ganhar pelo máximo de pontos possível. Mas quando mudam para o futebol - e entram vedetas como Richie McCaw e Dan Carter - é Portugal quem sai por cima.

Nas bancadas ainda está muita gente. Afinal, está ali uma (dupla) oportunidade única. Podem passar-se décadas até Portugal reaparecer num Mundial e sabe-se lá quando esta Nova Zelândia voltará a jogar futebol em público. Por isso, toca a ligar as câmaras e captar o momento. "A maioria dos adeptos era portuguesa. Nós tínhamos sempre mais do que os adversários. Mesmo os All Blacks, que são a equipa mais mediática, tinham menos do que nós", recorda Aguilar. E agora não há como escapar: Portugal domina a Nova Zelândia.

Não há marcador para confirmar o resultado, mas os Lobos ganham por 3-0. Os neozelandeses, temendo o pior, desistem. "Disseram mesmo: ''Epá, não vale a pena continuar. Vamos fazer um touch rugby [variação do râguebi, sem placagens], porque no futebol já percebemos que não temos hipóteses.''" O jogo fica por aqui. Portugal ganha à Nova Zelândia e o estádio delira. Jornalistas de todo o mundo aplaudem o momento, registam-no nas crónicas e guardam-no na memória. Todos se rendem aos Lobos.

A festa segue para o balneário dos All Blacks. "Muitos de nós pediram autógrafos. Mas eles recusaram: 'Não vamos fazer isso a uma equipa com quem jogámos. Se quiserem tiramos umas fotos, trocamos camisolas e bebemos umas cervejas juntos, como equipas iguais, com respeito'", explica o jogador português. Dois jogos depois, com Itália e Roménia, e Portugal é eliminado do Mundial. Para muitos, o torneio fica mais pobre.

ionline

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