Jump to content

As Pequenas Bestas (E Os Animais)


Kinas_
 Share

Recommended Posts

"(...)

Dois miúdos, cada um com a sua câmara de vídeo. Um vai para o alto de um castelo, ou muralha, ou lá o que é. O outro fica lá em baixo. O lá de cima leva um gato nas mãos. Ri-se, mostra o animal à câmara e depois atira-o das alturas. Filma o seu gesto, o animal pelo ar. O de lá de baixo, já adivinharam, filma a parte final do voo do animal, o seu impacto no chão, a sua absurda morte emigalhada. Ri-se também para a câmara. Em ambos os casos, fazem comentários a condizer com a sua bestialidade.

Julgando ter graça, colocam sobre o voo do animal um som de gritos arábicos, jogando com a ideia de um gato-suicida. (...) Foi, digamos, a parte 'objectiva' desta crónica. Mas, na verdade, esclarecidos os factos, apetece-me ser pouco objectivo, e muito menos politicamente correcto. Porque em todos os casos em que falamos de miúdos vem logo a lengalenga da sua "condição sócio-económica", e do tipo de "referências que marcam a sua educação", mais o blá-blá de que não "há crianças más", e por aí a diante. Ouço estas explicações do costume, olho as imagens que não julgava possíveis, e só me apetece, confesso-vos, oportunidade de apanhar os miúdos e desabar-lhes uma chuva de estaladas até me fazer doer o braço, e fazê-los engolir ao pontapé o sorriso psicótico de imberbe homicida. Chocado com a minha afirmação? À vontade. Assumo-a e até a repetiria (...).

Acredito piamente que estes miúdos são umas bestas precoces, e quero lá saber do seu background. Quem faz isto dificilmente deixará de cometer outras crueldades. E não me venham, por favor, com a conversa que já ouvi de alguns amigos meus: "Ó pá, não me digas que quando eras puto nunca mandaste umas pedras aos gatos ou aos cães?..." Não, não mandei, desculpem lá. Não mandei nunca e não compreendi nunca quem o faça, embora viva num país onde uma das cançonetas para educar as criancinhas diz que "atirei o pau ao gato mas o gato não morreu". Sendo que a selvajaria de que falo não se compara com o atirar do calhau. Trata-se de uma maldade planeada, com um requinte de crueldade inimaginável.

(...)

Porque há uma certeza que ninguém me tira: quem é capaz de olhar nos olhos de um gato, ou qualquer outro animal, e prosseguir com o seu plano nojento e maquiavélico, será capaz de muitas coisas mais. Quem abusa, descarrega ou maltrata seres fracos ou indefesos, sejam gatos ou homens, só mosta que é uma besta cobarde. Tenha lá a idade que tiver. De pequenino se torce o pepino."

By Rodrigo Guedes de Carvalho

25079521636125171735515.jpg

Pouco ou nada a acrescentar.

Edited by Kinas_
Link to comment
Share on other sites

O texto é mesmo do Rodrigo Guedes de Carvalho? Não é que esteja mal escrito, mas não o consigo ver a escrever isto lol

Já desde o outro texto em que se dizia que era do Mia Couto sobre a Geração à Rasca "Um dia, isto tinha de acontecer" e depois se veio a descobrir que não, fico sempre um pouco de pé atrás. :)

Neste a fonte é credível e anuncia que foi uma opinião publicada na TvMais. Se houver quem confirme, by all means. Nem sei se é recente ou não.

Edit: acho que tem um par de anos.

Edited by Kinas_
Link to comment
Share on other sites

Não só não resolve nada como também piora a situação... O puto até pode não "atirar mais pedras aos gatos", mas como ele disse e capaz de igual ou pior, ficando na consciencia que é à força que se resolve as coisas ....

Link to comment
Share on other sites

Uma pessoa/criança não tem comportamentos desses só porque sim. Ele diz que não quer saber do "background" porque ou é parvo ou não quer encontrar explicações. Quer ficar cego e partir pa agressão, que belo exemplo de pessoa. Quem me diz que o "background" dele também não o incita a ter comportamentos violentos e daí ter estas reacções. Como ele diz, e bem, quem é capaz de fechar os olhos para uma coisa também é capaz para muitas outras.

Link to comment
Share on other sites

Não vou dizer que não lhe dou razão porque ia tar a mentir, lembro-me desse caso e é um caso claro de proto-psicopatas. Mas ele tá a juntar coisas que devem ser separadas. As crianças são mesmo cruéis independentemente da personalidade ou da educação.

Eu percebo o que ele diz e sei que está só a dizer o que lhe veio à cabeça na altura, mas quando se deixa escrito à que pensar mais do que dois segundos.

Link to comment
Share on other sites

Nunca mandaram mesmo uma pedra a um cão ou um gato quando era putos?

não.

Não.

Fiz muitos disparates quando era puto, mas sempre que reparei que há pessoas com limites muito mais elevados.

Fui sempre educado para respeitar os outros.

Algumas pessoas têm uma educação mais "liberta". Isto não quer dizer que tive educação militar, longe disso, apenas que sempre que era mal educado ou pouco respeitoso já sabia o que me esperava uma repreensão.

O ser humano tem o lado animal que é controlado pela sociedade. Algumas pessoas têm maior predisposição para o lado animal que outras, a genética é diferente em todos e se não controlada leva a actos considerados normais há 3000 anos.

Conheci algumas pessoas puramente maldosas com os seus 13-14 anos. Não acredito que mudaram. Felizmente o algumas foram só 2 pessoas.

Eram pessoas que uma não tinha quase limites morais, fazia cenas por pura divertimento. Outra era maldosa por natureza, tinha gosto em maltratar as outras pessoas.

O resto normalmente ia atrás, mas pelas conversas mostravam-se arrependidos ou não achavam piada. Agora esses dois nunca lhes vi ponta de arrependimento.

Link to comment
Share on other sites

As crianças são mesmo cruéis independentemente da personalidade ou da educação.

Não, não são. Eu nasci em Lisboa e vivi em Chelas até aos 7 anos.

Tive a sorte de não viver em más condições como muitos viviam na altura (e ainda hoje vivem) e não era cruel enquanto criança.

Também nunca fui de atirar pedras nem a cães nem a gatos.

Quanto ao texto em si, de certa forma concordo com o que disseste.

Não vi nada disto na televisão na altura, e li isto agora pela primeira vez.

Primeiramente a minha reação foi a mesma do autor, de repugnância para com duas crianças claramente desequilibradas.

Porém, após pensar um pouco, concordo que escrever um texto destes não é o melhor exemplo de "maturidade".

Sem dúvida que as crianças têm problemas. Mas...

Se creio que a educação que tiveram justifica o comportamento delas? Não.

Se acho que o comportamento delas reflete o tipo de educação/ambiente em que foram criadas? Talvez.

Se isso justifica as suas ações? Para mim, não. E é tudo o que uma pessoa pode dizer, independentemente do seu grau de educação e/ou peritagem no assunto.

No entanto, custa-me compreender como é que alguém é capaz de fazer uma coisa dessas só por gozo.

Só faz com que qualquer sentimento de pena que sinta para com esse tipo de pessoas desapareça por completo.

Link to comment
Share on other sites

Eu já atirei pedras a gatos, só para ter o prazer de os ver a fugir, quando era puto...

(Acho que) não me tornei num mostro, mas se visse um puto a fazer isso, de certeza que lhe ia dar uma desanda.

Atirar pedras a gatos não é o mesmo que pegar num bicho e matá-lo por prazer...

Link to comment
Share on other sites

Create an account or sign in to comment

You need to be a member in order to leave a comment

Create an account

Sign up for a new account in our community. It's easy!

Register a new account

Sign in

Already have an account? Sign in here.

Sign In Now
 Share

  • Recently Browsing   0 members

    • No registered users viewing this page.
×
×
  • Create New...

Important Information

We have placed cookies on your device to help make this website better. You can adjust your cookie settings, otherwise we'll assume you're okay to continue.