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Facilitismo No Ensino, Ou Aproximação A "padrões Internacionais"?


panayotopoulos
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Bom, o título é só para brincar um pouco, aqui vai:

Se sabe contar até 8 já não tinha negativa no teste de Físico-Química

Será razoável que um aluno do 9.º ano tenha, apenas, de saber contar até 8 para ter nota máxima numa pergunta de um teste?

Saber contar até oito era mais do que suficiente para obter a classificação máxima no teste intermédio de Físico-Química realizado este mês nas escolas.

A abrir o Caderno 2 - Grupo 5 da prova elaborada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) do Ministério da Educação surgia a seguinte pergunta: "O sistema solar é constituído pelo Sol e pelos corpos celestes que orbitam à sua volta. Atualmente, considera-se que os planetas que fazem parte do sistema solar são Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. Em 2006, Plutão deixou de ser classificado como um planeta, embora continue a fazer parte do sistema solar. Atualmente, considera-se que o sistema solar é constituído por quantos planetas?"

A pergunta está a deixar os professores perplexos, relançando debate sobre o facilitismo no sistema de ensino, mas há mais.

No Caderno 1 - Grupo 1 da polémica prova, os alunos teriam de saber que a água, a 100 graus centígrados, entra em ebulição em vez de solidificar.

Realizados pela primeira vez no ano lectivo de 2005/2006, os testes intermédios "têm como principais finalidades permitir a cada professor aferir o desempenho dos seus alunos por referência a padrões de âmbito nacional, ajudar os alunos a uma melhor consciencialização da progressão da sua aprendizagem e, complementarmente, contribuir para a sua progressiva familiarização com instrumentos de avaliação externa", informa o gave no seu site.

Mas para o colunista do "Jornal de Notícias ", Manuel António Pina, distinguido este ano com o prémio Camões, "com testes destes, visando aferir o desempenho dos alunos 'por referência a padrões de âmbito nacional' lá se vão o 'direito ao sucesso' desses alunos e a sua rápida entrada no mercado do desemprego".

link

E então malta? Q acham disto?

E os professores cá do Fórum? Confirmam esta realidade?

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O teste foi de tal maneira que alunos que tinham ja desistido da disciplina tendo 2 muito fracos no período passado tiveram agora positiva.... ainda hoje confirmei isso com uma prof de fq que estava aflita...e agora que faço? dizia ela...será que sou eu que estou errada?

Amanha vou pedir a prova para ver... constou-me que não seria só essa pergunta, mas depois comentarei aqui!

Edited by ruit
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Confere... Eu tirei um curso com programação numa turma de 20 e tal pessoas... Ainda conseguiram chumbar 10 com 3 anos de aulas sem saberem distinguir as variáveis nas PAF's... Técnicos de Informática talvez saiam dali 4 ou 5.. Programadores saíram de lá 2 incluindo eu.

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A pergunta é: Fazer o 9.º ano no sistema de ensino em Portugal é fácil?

Depende.

Se for para "fazer" o 9.º ano, nem é preciso estudar. Basta passar a ideia de estúpido para ter uma bateria de Leis à sua mercê para justificar que é uma criança com dificuldades de aprendizagem, falta de condições económicas, bla bla bla e no final, depois de Planos de Recuperação e Planos de Acompanhamento, passa de ano e conclui o 9.º ano.

Se o aluno pretende fazer o 9.º ano com todos os pré-requisitos que vai necessitar para prosseguir os estudos com sucesso, aí já não é tão fácil e é necessário trabalhar para lá chegar.

Agora, o que se conclui particularmente dessa notícia (e atenção que eu sou extremamente crítico relativamente à maior parte das coisas relacionadas com o Sistema de Ensino) é que temos um JORNALISMO DE MERDA em Portugal.

Ler a notícia dessa forma dá a entender que seriam perguntas do 2º ou 3º ano de escolaridade, quando na realidade não são. Aliás, estou plenamente convencido que o próprio jornalista que fez a peça iria ter algumas dificuldades para ter positiva, dada a "inteligência" com que explora a notícia.

Os enunciados das provas podem ser facilmente consultados aqui:

Caderno 1

Caderno 2

A notícia diz que seria suficiente responder às questões apresentadas para não ter negativa. LOL. Saber contar até 8 deve ser suficiente para ser jornalista, só pode. Basta consultar os critérios de classificação da prova (AQUI) para verificar que não é verdade.

A estruturação de um enunciado de prova de avaliação obedece a um conjunto de critérios muitos mais profundos do que fazer uma notícia com a qualidade dessa. Não vou estar aqui a explorar isso em profundidade, mas a sequência do grau de dificuldade das questões é um factor determinante na promoção de condições facilitadoras para a realização da prova.

Podemos fazer uma análise aprofundada da prova, mas isso já é trabalho para quem é da área e não para um qualquer jornalista incompetente que não conhece o programa da disciplina.

E não me vou alongar mais porque isto até mete nojo... ;)

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Agora, o que se conclui particularmente dessa notícia (e atenção que eu sou extremamente crítico relativamente à maior parte das coisas relacionadas com o Sistema de Ensino) é que temos um JORNALISMO DE MERDA em Portugal.

Ler a notícia dessa forma dá a entender que seriam perguntas do 2º ou 3º ano de escolaridade, quando na realidade não são. Aliás, estou plenamente convencido que o próprio jornalista que fez a peça iria ter algumas dificuldades para ter positiva, dada a "inteligência" com que explora a notícia.

(...)

A notícia diz que seria suficiente responder às questões apresentadas para não ter negativa. LOL. Saber contar até 8 deve ser suficiente para ser jornalista, só pode. (...)

A estruturação de um enunciado de prova de avaliação obedece a um conjunto de critérios muitos mais profundos do que fazer uma notícia com a qualidade dessa. (...)

Exacto, mas era essa a noção que eu "desconhecia" e que o jornalista não explica (ou melhor, explica erradamente) - que bastava responder acertadamente aquela pergunta para se poder passar ;)

Mas sim, quanto ao jornalismo de merda, sem dúvida. Infelizmente, e no fundo, acaba por reflectir tb o país em que vivemos :(

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Se até houve anos que os exames nacionais eram uma piada...

E as provas de aferição ? A minha irmã está no 4º ano e teve que fazer duas, diz ela que os professores lhe davam as respostas...!

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Mas repara que esta notícia em si não é propriamente preocupante. Preocupante é pensar-mos que, se uma grande parte das notícias são produzidas de acordo com os mesmos critérios de isenção e qualidade, então temos uma opinião pública, por si já ignorante, a ser influenciada por gente ainda mais ignorante.

Já não quero "teorizar" de que possa ser uma conspiração... já seria dar valor a mais à notícia.

E as provas de aferição ? A minha irmã está no 4º ano e teve que fazer duas, diz ela que os professores lhe davam as respostas...!

Isso é outra história que a avaliação de professores nunca irá corrigir.

Este ano tive conhecimento de "gente" que tem a profissão de professor do 1.º ciclo que colocaram algumas respostas no quadro da escola.

Como as provas são realizadas, muitas vezes, em escolas perdidas no meio do monte, é muito improvável que a inspecção lá vá a essa hora.

Mas o que eu gostava mesmo era que a inspecção entrasse nas escolas todos os dias, em vez de andarmos a gastar rios de dinheiro com essa farsa escandalosa das Novas Oportunidades. Tenho aqui em casa um exemplo vivo das Novas Oportunidades (a minha mulher) e posso-vos dizer o que é que ela precisou de fazer para "tirar" o 12º ano.

É UM ESCÂNDALO!.

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Mas repara que esta notícia em si não é propriamente preocupante. Preocupante é pensar-mos que, se uma grande parte das notícias são produzidas de acordo com os mesmos critérios de isenção e qualidade, então temos uma opinião pública, por si já ignorante, a ser influenciada por gente ainda mais ignorante.

Já não quero "teorizar" de que possa ser uma conspiração... já seria dar valor a mais à notícia.

Ao primeiro negrito: pelo menos a mim preocupa-me que uma questão no 9º ano seja contagem simples, independentemente do resto.

Segundo negrito: mais do mesmo. Falta de responsabilidade, e uma cultura de empenho, trabalho e esforço, apenas poderia resultar no facilismo generalizado

ao terceiro negrito: mas por quem? A quem interessa este estado de coisas? Acho que apenas acaba por reflectir a tendência generalizada de de receber e ler notícias por sms, num facilitismo generalizado, e tentar resumir o conteúdo da notícia num parágrafo apenas :(

E as provas de aferição ? A minha irmã está no 4º ano e teve que fazer duas, diz ela que os professores lhe davam as respostas...!

Isso é outra história que a avaliação de professores nunca irá corrigir.

Este ano tive conhecimento de "gente" que tem a profissão de professor do 1.º ciclo que colocaram algumas respostas no quadro da escola.

Como as provas são realizadas, muitas vezes, em escolas perdidas no meio do monte, é muito improvável que a inspecção lá vá a essa hora.

Mas o que eu gostava mesmo era que a inspecção entrasse nas escolas todos os dias, em vez de andarmos a gastar rios de dinheiro com essa farsa escandalosa das Novas Oportunidades. Tenho aqui em casa um exemplo vivo das Novas Oportunidades (a minha mulher) e posso-vos dizer o que é que ela precisou de fazer para "tirar" o 12º ano.

É UM ESCÂNDALO!.

Uou!!!! Tu vê lá JLDR. As tuas palavras são um insulto aos 500.000 portugueses que tiveram a coragem de prosseguir estudos. Tu tens é uma visão elitista do ensino, e que só os mais favorecidos devam ter as oportunidades... Tu és é contra a escola e ensino público de qualidade....

***fechar a porta do carro para levar os miúdos para a escola privada*** Vrummmmmmmmmmm :-..

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Mas o que eu gostava mesmo era que a inspecção entrasse nas escolas todos os dias, em vez de andarmos a gastar rios de dinheiro com essa farsa escandalosa das Novas Oportunidades.

Tu gostavas disso, eu por exemplo gostava que a inspecção entrasse todos os dias em todas as empresas para confirmar as horas que cada um tem de laborar e quantas é que são efectivamente pagas.

Existem milhentas coisas que não são viáveis e mesmo que o fossem vão estar sempre ao lado do lado mais forte infelizmente.

Sobre o programa das Novas Oportunidades permite discordar, deve ter sido das melhores coisas que se fizeram em Portugal, mas como em tudo o que é feito por cá, e com a mentalidade Portuguesa, acabou por ser usado para ser mais um esquema de interesses de alguns.

B)

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Sobre o programa das Novas Oportunidades permite discordar, deve ter sido das melhores coisas que se fizeram em Portugal, mas como em tudo o que é feito por cá, e com a mentalidade Portuguesa, acabou por ser usado para ser mais um esquema de interesses de alguns.

Não me referi apenas às pipas de massa que foram parar ao bolso de muita gente.

Cardoso, pedagogicamente as Novas Oportunidades SÃO UM LOGRO!

Já chegámos ao cúmulo de ter agora os nossos miúdos do 2.º ciclo (5.º e 6.º ano) a dizerem que vão deixar de estudar no 9.º ano porque o pai está nas Novas Oportunidades e não tem que estudar nada para fazer o 12.º ano, para além de o conseguir fazer em poucos meses.

Não há testes.

A única coisa que têm que fazer é criar um portefólio onde relatam a vida que tiveram até agora.

O portefólio da minha mulher já vai na astronómica quantidade de 12 páginas e a professora que a acompanha disse que já falta pouco para a minha mulher ter o 12.º ano.

UMA VERGONHA!

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mas isso é que está errado, há que corrigir isso mesmo, porque a iniciativa é boa e de saudar, agora a aplicação da mesma é que é irreal em muitos casos. Sobre os putos eles têm mais é que levar 2 tabefes e estudar, mais nada.

B)

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Deixem-nos estar...

Quando tiver filhos, vão ser educados em colégios privados. Nessa altura, quanto mais burros e ignorantes existirem, melhor.

Esta é um pouco a minha visão de não pessimista, já que está visto que ladrar contra a parede em nada resulta.

O nosso país está a tornar-se numa utopia da incompetência. Ao mesmo tempo, estamos a ficar emburrecidos, letárgicos e domesticados que é justamente o que se pretende. Um futuro cada vez mais risonho para Portugal!

Não gosto nada de ser velho do Restelo, mas fdx, deixem lá os Lusíadas e vejam de uma vez por todas o que está mal! O problema não é o jornalista, o problema é o que ele relatou. O problema é eu falar com professores que nem para estivadores serviam! E por acaso até falo várias vezes com uma de Físico-Química... Coitada! O problema é andar-se a ensinar transmitir durante 12 anos, uma carrada de coisas óbvias que nunca farão puxar pela cabeça a ninguém.

Outro dia tive a dar explicações de Matemática do 12º ano a um puto e foi um drama... O puto tinha positivas mas está preocupado com as médias e em fazer um apanhado final da matéria. Epá mas ele sabe tão pouco que até dá dó! A preocupação dele era como meter as cábulas na máquina, etc...

Por acaso até tenho alguns testes meus de matemática, entre outros, do 12º ano. Os meus pais guardaram isso, nem sei bem pq, mas fui-lhos mostrar e ele próprio reconheceu que ou não deram nada daquilo, ou se deram, era muito mais à frente do que é agora. Se é assim, ou vão estudar para burros ou estou para ver como é com as análises matemáticas da faculdade e com as álgebras, etc...

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mas isso é que está errado, há que corrigir isso mesmo, porque a iniciativa é boa e de saudar, agora a aplicação da mesma é que é irreal em muitos casos. Sobre os putos eles têm mais é que levar 2 tabefes e estudar, mais nada.

B)

Mas jr_cardoso, esse tem sido o problema. Não é o admitir que na teoria, algumas propostos/medidas implementadas por este governo desde há 6 anos até cá sejam boas. O problema é que na prática, as coisas não se passam/passaram como dizes, e não há sinais de se querer corrigir o que está mal.

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mas isso é que está errado, há que corrigir isso mesmo, porque a iniciativa é boa e de saudar, agora a aplicação da mesma é que é irreal em muitos casos. Sobre os putos eles têm mais é que levar 2 tabefes e estudar, mais nada.

B)

Mas jr_cardoso, esse tem sido o problema. Não é o admitir que na teoria, algumas propostos/medidas implementadas por este governo desde há 6 anos até cá sejam boas. O problema é que na prática, as coisas não se passam/passaram como dizes, e não há sinais de se querer corrigir o que está mal.

mas é o que eu digo, o que está mal é o povo Português e a nossa mentalidade, por exemplo, e deste caso concreto, conheço um caso em que numa fábrica os funcionários eram inscritos nas novas oportunidades e que depois havia um esquema entre o professor e o director dos recursos humanos por causa dos portáteis, isto é, os funcionários pediam os mesmos ao abrigo do programa mas nunca os viam.

De quem é a culpa? do governo? pá, a culpa é de todos nós.

B)

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mas isso é que está errado, há que corrigir isso mesmo, porque a iniciativa é boa e de saudar, agora a aplicação da mesma é que é irreal em muitos casos. Sobre os putos eles têm mais é que levar 2 tabefes e estudar, mais nada.

B)

Mas jr_cardoso, esse tem sido o problema. Não é o admitir que na teoria, algumas propostos/medidas implementadas por este governo desde há 6 anos até cá sejam boas. O problema é que na prática, as coisas não se passam/passaram como dizes, e não há sinais de se querer corrigir o que está mal.

mas é o que eu digo, o que está mal é o povo Português e a nossa mentalidade, por exemplo, e deste caso concreto, conheço um caso em que numa fábrica os funcionários eram inscritos nas novas oportunidades e que depois havia um esquema entre o professor e o director dos recursos humanos por causa dos portáteis, isto é, os funcionários pediam os mesmos ao abrigo do programa mas nunca os viam.

De quem é a culpa? do governo? pá, a culpa é de todos nós.

B)

Óbvio. Então tu esperas q as coisas apenas fiquem num papel, e não se fiscalize, não se avalie, não haja averiguação ou aferição do sucesso da iniciativa?

E a quem cabe isso? À junta de freguesia? Eu sei que não é tudo da responsabilidade do PM, mas cabe a quem decide estas coisas, que se preocupem em verificar o sucesso e mesmo a fiscalização da iniciativa. E é isso que está mal, e é isso que se tem de mudar.

Mas isso são outras coisas. O que o JLDR mencionou é igualmente grave: o facto de estares a habilitar indevidamente cidadãos, que são enganados a terminar estudos, quando no fim terminam com algo que não lhes acrescentou competências extra ou de maior valor ;)

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Mas o que eu gostava mesmo era que a inspecção entrasse nas escolas todos os dias, em vez de andarmos a gastar rios de dinheiro com essa farsa escandalosa das Novas Oportunidades.

Tu gostavas disso, eu por exemplo gostava que a inspecção entrasse todos os dias em todas as empresas para confirmar as horas que cada um tem de laborar e quantas é que são efectivamente pagas.

Existem milhentas coisas que não são viáveis e mesmo que o fossem vão estar sempre ao lado do lado mais forte infelizmente.

Sobre o programa das Novas Oportunidades permite discordar, deve ter sido das melhores coisas que se fizeram em Portugal, mas como em tudo o que é feito por cá, e com a mentalidade Portuguesa, acabou por ser usado para ser mais um esquema de interesses de alguns.

B)

Isso é fácil... Fazes um contrato por objectivos temporais. Tanto faz que um trabalhador faça o trabalho em 1h, 2h ou 3h.. desde que o faça.

Eu só fiquei escandalizado com o facto de ser escolha múltipla. Agora se é fácil ou difícil não sei. Agora sei responder a tudo o que lá estava, mas com 12 anos, não sei se sabia. Já não me lembro dos meus testes e da prova global.

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Isso é fácil... Fazes um contrato por objectivos temporais. Tanto faz que um trabalhador faça o trabalho em 1h, 2h ou 3h.. desde que o faça.

Pelo contrário, é muito difícil.

Medir por objectivos temporais... como é que se mede o trabalho de um polícia? Pelo número de detenções, pelo número de multas?...

E os professores? Pelo número de alunos que aprovam?

Só há, em meu entender, uma forma aplicável a todas as profissões com vista à melhoria da produtividade e do grau de profissionalismo: uma inspecção avalizada.

No caso dos privados, uma comissão indicada pela entidade patronal. No caso dos públicos, uma entidade independente.

Custa dinheiro isto? Claro que custa, mas no final acho que a relação custo/benefício seria positiva.

Post Scriptum: (não escrevo PS porque dá-me urticária)

Sou da opinião que um trabalhador inadaptado ao serviço deve sair do emprego. É um dos principais cancros da função pública.

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O programa Novas Oportunidades foi bom sim. Para aquelas que pessoas com a 4ª classe ou algo parecido conseguirem ter um diploma na área que andaram a trabalhar uma vida. Também foi bom para pessoas que não podiam andar na escola por causas monetárias como foi o meu caso. Foi sem dúvida quase uma salvação para mim. Mas se há dúvidas que metade das pessoas nesses cursos saem pior do que quando entraram, porque ficam mal habituados, porque os professores deixam os meninos a jogar CS e nos testes deixam fazer cábulas e no fim têm menos 3,4 pontos que eu que sou só praí o melhor da turma sem me esforçar minimamente, porque se forem ver a folha de excel que calcula as médias notam que os melhores alunos vêm as suas notas baixar em relação aos testes e os piores a subir porque fazem média com coisas como higiene, apresentação... E não estamos a falar de 1 valor de diferença... Estamos a falar de senhores e senhoras que se fossem tentar passar o 9º ano neste momento como as pessoas normais provavelmente não conseguiam... Esperam uns tempos e fazem do 7º ao 12º (6 anos normais) em menos de 3 anos.

Por isso acho bem o jornalista usar esta táctica alarmista porque sinceramente o ensino português está a ficar miserável. Por acaso até fui ver os testes que linkaram acima e não me parece que puxem nada pelo cérebro dos mais pequenos.

Edited by BooM
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Isso é fácil... Fazes um contrato por objectivos temporais. Tanto faz que um trabalhador faça o trabalho em 1h, 2h ou 3h.. desde que o faça.

Pelo contrário, é muito difícil.

Medir por objectivos temporais... como é que se mede o trabalho de um polícia? Pelo número de detenções, pelo número de multas?...

E os professores? Pelo número de alunos que aprovam?

Só há, em meu entender, uma forma aplicável a todas as profissões com vista à melhoria da produtividade e do grau de profissionalismo: uma inspecção avalizada.

No caso dos privados, uma comissão indicada pela entidade patronal. No caso dos públicos, uma entidade independente.

Custa dinheiro isto? Claro que custa, mas no final acho que a relação custo/benefício seria positiva.

Post Scriptum: (não escrevo PS porque dá-me urticária)

Sou da opinião que um trabalhador inadaptado ao serviço deve sair do emprego. É um dos principais cancros da função pública.

Certo. Há profissões e profissões.

Mas eu disse isto a propósito da afirmação da afirmação do Cardoso, em que ele dizia que era necessário que todas as profissões fossem fiscalizadas. E eu disse, que bastava os pontos do contratos estarem claro, para que isso deixasse de ser necessário.

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O programa Novas Oportunidades foi bom sim. Para aquelas que pessoas com a 4ª classe ou algo parecido conseguirem ter um diploma na área que andaram a trabalhar uma vida. Também foi bom para pessoas que não podiam andar na escola por causas monetárias como foi o meu caso. Foi sem dúvida quase uma salvação para mim. Mas se há dúvidas que metade das pessoas nesses cursos saem pior do que quando entraram, porque ficam mal habituados, porque os professores deixam os meninos a jogar CS e nos testes deixam fazer cábulas e no fim têm menos 3,4 pontos que eu que sou só praí o melhor da turma sem me esforçar minimamente, porque se forem ver a folha de excel que calcula as médias notam que os melhores alunos vêm as suas notas baixar em relação aos testes e os piores a subir porque fazem média com coisas como higiene, apresentação... E não estamos a falar de 1 valor de diferença... Estamos a falar de senhores e senhoras que se fossem tentar passar o 9º ano neste momento como as pessoas normais provavelmente não conseguiam... Esperam uns tempos e fazem do 7º ao 12º (6 anos normais) em menos de 3 anos.

Por isso acho bem o jornalista usar esta táctica alarmista porque sinceramente o ensino português está a ficar miserável. Por acaso até fui ver os testes que linkaram acima e não me parece que puxem nada pelo cérebro dos mais pequenos.

Eu não coloco em causa a ideia das Novas Oportunidades, apenas coloco em causa os requisitos necessários para diplomar as pessoas e algumas das atribuições que lhe são inerentes:

Todos os adultos que concluam processos de RVCC de nível secundário, podem aceder ao ensino superior através da realização de provas especialmente adequadas, realizadas pelos estabelecimentos de ensino superior, enquadradas pelo regime de acesso por maiores de 23 anos (Decreto-Lei nº 64/2006, de 21 de Março), ou através da realização de exames nacionais do ensino secundário, cuja classificação final a atribuir aos candidatos cujo certificado de conclusão do ensino secundário não inclua uma classificação, é a que resulta da classificação ou da média das classificações obtidas nos referidos exames (Deliberação nº 1650/2008, de 13 de Junho, da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior).

link

Reduzindo a miúdos: eu andei a estudar 12 anos, 3 dos quais (os últimos) a batalhar para ter a melhor média final possível, para depois fazer exames nacionais e ingressar no Ensino Superior.

Do mesmo modo, um indivíduo com a mesma idade que a minha, pode fazer o 12º ano numa questão de meses, com requisitos de exigência incomparavelmente inferiores aos que eu tive, chegar ao fim, candidatar-se aos exames nacionais, fazer os exames e ver a sua média resultar da média das notas alcançadas nos exames. Grande avaria.

Para finalizar apenas coloquei a bold o texto pelo seguinte: A minha formação é na área da docência, mas actualmente especializei-me a título individual na área da programação de computadores e até tenho um pequeno negócio em torno dessa área. Pelas mesmas razões que fundamentam as Novas Oportunidades, eu deveria agora ter direito a ser diplomado em Informática porque é uma experiência que eu adquiri na minha vida.

:lol:

Em minha opinião, as Novas Oportunidades deveriam:

- Ensinar a ler, escrever e fazer contas aos analfabetos;

- Atribuir diplomas de proficiência profissional comprovada a quem não tem cursos profissionais ou similares, mas que comprovadamente adquiriu pela prática os conhecimentos necessários ao desenvolvimento de uma determinada actividade. Mas nunca com carácter semelhante a um diploma de ensino superior.

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Esta é mais uma notícia do género daquela da Procuradora bêbada.

O que me parece é que para ser jornalista deve ser muito fácil, basta ver a quantidade de actores "amorangados" e amostras de Modelos, que estudam Comunicação Social ou Jornalismo.

Agora em relação ao assunto Qualidade do Ensino, também penso que há muito facilitismo para quem quer apenas ter as Habilitações Literárias certificadas. Já quem quer estudar e seguir uma carreira com boa base científica ou literária tem em Portugal todas as condições para o fazer, a começar pelos Professores.

Quanto às Novas Oportunidades, o que me vem à mente é que aquilo não é um programa de ensino mas um simples programa político, e como todos, não passa de papel de campanha política sem qualquer estrutura, pensado à pressa e executado ainda mais rápido.

Sem saudosismos, posso dizer que entrei na Faculdade de Direito em 1985, com média de 17,80, onde a média de entrada foi de 17,50, ou assim parecido. Hoje, na mesma Faculdade a média é cerca de 15 valores, mais coisa, menos coisa.

Não é sinal de gerações mais estúpidas, não é sinal de gerações mais espertas, não é sinal de maior nº de vagas, nem é sinal de piores professores. Tão só sinal de políticas de ensino com o único objectivo de apresentar números mais convenientes para a opinião pública e para estrangeiro ver.

Vejam agora no aniversário do Instituto Superior Técnico a quantidade de Universidades Europeias que realçaram o mérito do velhinho "técnico", classificando-o como dos melhores estabelecimentos de ensino da Europa. Isso não aparece com maus alunos e maus professores.

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Esta é mais uma notícia do género daquela da Procuradora bêbada.

O que me parece é que para ser jornalista deve ser muito fácil, basta ver a quantidade de actores "amorangados" e amostras de Modelos, que estudam Comunicação Social ou Jornalismo.

Agora em relação ao assunto Qualidade do Ensino, também penso que há muito facilitismo para quem quer apenas ter as Habilitações Literárias certificadas. Já quem quer estudar e seguir uma carreira com boa base científica ou literária tem em Portugal todas as condições para o fazer, a começar pelos Professores.

Quanto às Novas Oportunidades, o que me vem à mente é que aquilo não é um programa de ensino mas um simples programa político, e como todos, não passa de papel de campanha política sem qualquer estrutura, pensado à pressa e executado ainda mais rápido.

Sem saudosismos, posso dizer que entrei na Faculdade de Direito em 1985, com média de 17,80, onde a média de entrada foi de 17,50, ou assim parecido. Hoje, na mesma Faculdade a média é cerca de 15 valores, mais coisa, menos coisa.

Não é sinal de gerações mais estúpidas, não é sinal de gerações mais espertas, não é sinal de maior nº de vagas, nem é sinal de piores professores. Tão só sinal de políticas de ensino com o único objectivo de apresentar números mais convenientes para a opinião pública e para estrangeiro ver.

Vejam agora no aniversário do Instituto Superior Técnico a quantidade de Universidades Europeias que realçaram o mérito do velhinho "técnico", classificando-o como dos melhores estabelecimentos de ensino da Europa. Isso não aparece com maus alunos e maus professores.

então já que estás todo lançado, explica-me outra coisa:

- Na tua opinião, pq é que em termos internacionais (estatisticamente, a nível mundial), as Universidades Portuguesas em geral não aparecem (nem digo em posições cimeiras) em lugares de relevo nas diferentes classificações - achas que o estudo está "enviesado" porque os critérios de elaboração da tabela não são definidos por nós? Ou achas que existem mais causas? E quais?

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