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Geração Sem Remuneração


Kopien
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Porquê fechar vagas? Porque raio é que têm de obrigatoriamente ficar a trabalhar em Portugal? Vivemos numa aldeia global, senão há emprego aqui vão para fora, agora não é meterem-se num curso que já sabem que não vai ter saída em Portugal, e depois quando o tiram virem cá para fora reclamar que coitadinhos não arranjam um poleiro em Portugal, quando já sabiam isso antes de entrar na grande maioria dos casos. Era só o que faltava, agora o estado andar feito papá dos meninos, a tomar medidas para eles não cometerem o erro de tirar cursos que não têm saída... não têm aqui, mas têm noutro lado do mundo qualquer.

Simplesmente isto.

Simplesmente isso o quê? E o papel do estado em adequar a oferta às necessidades previstas de certas profissões/aprendizagens tendo em conta as necessidades do país? Ou a culpa é só de quem escolhe o curso?

Em 1º lugar, quem escolhe um curso sabe bem ao que vai. Basta ver a quantidade de alunos nos dias de hoje em Direito, Educação,etc.

Em 2º lugar, se o Governo fechasse vagas nesses (e outros) cursos, lá se vinham queixar as universidades ( + alunos = + guito), os alunos ("Tiranos, salazaristas!") e os pais dos alunos a reclamar que os seus filhos também têm direito de serem doutores...

Sinceramente acho que as pessoas, os alunos de agora e não só, estão demasiado encostados ao Estado. E como disse outro elemento, ninguém é obrigado a ficar em Portugal. Se uma oportunidade interessante surgir não hesito em emigrar.

Não não, estás errado. A função principal do estado é certificar-se que os nossos recursos são usados da melhor maneira possível para ajudar no desenvolvimento do país.

O estado tem o DEVER de regular a oferta tendo em conta as necessidades previstas para o país para o futuro a curto/médio prazo.

Não quero com isto dizer que os candidatos ao ESuperior não devam adequar a sua escolha tendo em conta a empregabilidade, mas esse também não deve ser o único ponto a guiar a escolha dos candidatos.

LOL, e que moral é essa de "escorraçares" quem não arranja emprego cá? Essa é sem dúvida uma escolha individual apenas, mas o papel do estado não é desbaratar dinheiro para formar recursos humanos para irem trabalhar nos outros países.

De novo, o estado tem o dever de aplicar e gerir o dinheiro público da melhor maneira possível ;)

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Porque raio é que tenho de ir lá para fora se eu nasci aqui? Essa agora... Ainda para mais emigrar não ajuda em nada Portugal a sair da situação em que está.

dava-se em geografia no 7º ano k emigração ajuda o país com entrada de divisas.

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:lol: O pessoal quer é garantias que tem emprego.

Com a constante subida dos licenciados dentro de uns anos, a maior parte das áreas estão saturadas.

Os nossos netos então coitados não :dumb:

A licenciatura é só uma parte, neste país dá-se demasiada importância ao canudo. É importante, mas não garante nada.

É óbvio se temos maior número de licenciados em línguas do que engenharias, saúde ou matemáticas é por alguma razão. Porque o pessoal segue toda essa área.

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Porque raio é que tenho de ir lá para fora se eu nasci aqui? Essa agora... Ainda para mais emigrar não ajuda em nada Portugal a sair da situação em que está.

Ninguém te obriga a ir para lado nenhum, agora senão arranjam emprego na vossa área, adaptem-se à realidade que encontram, não é tirarem um curso e depois virem reclamar que a culpa é do estado porque os deixou tirar aquele curso que não lhes dá emprego como querem.

É tudo culpa do estado, é uma alegria!

@HERiTAGE: Não meto tudo no saco, estou a falar das pessoas que têm cursos e dizem que a culpa é do estado de não conseguirem arranjar trabalho na área deles, acho que isso não tem cabimento nenhum. Epá o mercado de engenharia civil está cheio? Paciência. Eu neste momento para pagar as propinas ando à procura de um full time porque o meu part time não chega, e queria ir trabalhar para uma Media Markt ou Worten... o mais provável é não conseguir por não haver vagas, vou culpar o estado?

Não arranjas emprego na tua área? Cria uma empresa do teu ramo, e dás emprego a ti próprio! É dificil? É! É impossível? Não! O mais provável é não teres sucesso à primeira, mas não te podes queixar que não tens oportunidades porque pelo que sei o processo de criar uma empresa é cada vez mais fácil. Um milionário nos EUA em média vai à falência 6 vezes antes de o ser.

As coisas estão dificeis, tenho perfeita noção de que falar é fácil, mas a verdade é que o povo português está muito mal habituado e muito conformista.

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:lol: O pessoal quer é garantias que tem emprego.

Com a constante subida dos licenciados dentro de uns anos, a maior parte das áreas estão saturadas.

Os nossos netos então coitados não :dumb:

A licenciatura é só uma parte, neste país dá-se demasiada importância ao canudo. É importante, mas não garante nada.

É óbvio se temos maior número de licenciados em línguas do que engenharias, saúde ou matemáticas é por alguma razão. Porque o pessoal segue toda essa área.

tem td um medinho da matemática :-..

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Porque raio é que tenho de ir lá para fora se eu nasci aqui? Essa agora... Ainda para mais emigrar não ajuda em nada Portugal a sair da situação em que está.

dava-se em geografia no 7º ano k emigração ajuda o país com entrada de divisas.

LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL

Está bem está. Não vês todos os jovens a ganhar lá fora a mandarem envelopes cheios da nota cá para dentro? Sinceramente, vocês vivem em que mundo? Isso era nos anos 60 quando os filhos iam lá para fora, viviam em barracões, passavam alguma fome mas mandavam mais do dobro do que ganhavam para as famílias que ficaram cá pois esses nem tinham o que comer.

Hoje em dia a malta quer é ir á Abercrombie e Fitch.

Ninguém te obriga a ir para lado nenhum, agora senão arranjam emprego na vossa área, adaptem-se à realidade que encontram, não é tirarem um curso e depois virem reclamar que a culpa é do estado porque os deixou tirar aquele curso que não lhes dá emprego como querem.

É tudo culpa do estado, é uma alegria!

E o que sugeres? Que as pessoas que desde cedo foram ensinadas de que devem tirar um curso, de repente se vejam a arranjar carros? A conduzir taxis? Falas de pança cheia, parece-me.

Meu caro, se o estado vê que não há absorção de mercado para advogados que saem das faculdades todos os anos, então nas instituições PÚBLICAS tem a OBRIGAÇÃO DE BAIXAR AS VAGAS. A mesma coisa para professores e etc. Só que ao Estado o que interessa é que todos tirem o curso. E cada vez mais! Quantos mais melhor! Porquê?

PROPINA.

DINHEIRO FÀCIL.

CHULANÇO.

O estado não tem culpa? Pois não, tenho eu!!! A culpa é minha! Primeiro vendem-me a ideia de que tenho de ter um curso para singrar, depois quando saio de lá dizem-me que afinal mais valia ter ficadoo como 12º e ido pela via profissional... E neste momento é verdade. Se tivesse feito isso, já tinha uma experiência profissional de 8 anos, como carpinteiro, ou talhante ou agricultor e estava a ganhar o dobro do que um Engenheiro...

Edited by Kubrick
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se o estado vê que não há absorção de mercado para advogados que saem das faculdades todos os anos, então nas instituições PÚBLICAS tem a OBRIGAÇÃO DE BAIXAR AS VAGAS. A mesma coisa para professores e etc. Só que ao Estado o que interessa é que todos tirem o curso. E cada vez mais! Quantos mais melhor! Porquê?

PROPINA.

DINHEIRO FÀCIL.

CHULANÇO.

O estado não tem culpa? Pois não, tenho eu!!! A culpa é minha! Primeiro vendem-me a ideia de que tenho de ter um curso para singrar, depois quando saio de lá dizem-me que afinal mais valia ter ficadoo como 12º e ido pela via profissional... E neste momento é verdade. Se tivesse feito isso, já tinha uma experiência profissional de 8 anos, como carpinteiro, ou talhante ou agricultor e estava a ganhar o dobro do que um Engenheiro...

Isto

Aliás acho que já aqui tinha sugerido que se há licenciados a mais em determinadas áreas pelo menos ao nível do ensino publico a oferta tem que ser diminuida. Se mesmo assim quiserem seguir essas areas é para isso que serve o privado.

O estado tem que se preocupar em formar os recursos necessários e apenas isso.

E penso que também já disse aqui que se soubesse o que sei hoje tinha seguido um curso profissional, andava aí como electricista por exemplo a cobrar 60 euros por ligar um fio e merdas assim.

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@Kubrick: Parece mal, apenas fazeres quote a metade do meu post, ainda para mais acusares-me de falar de pança cheia, quando na outra metade digo que ando a trabalhar para pagar as propinas, acho que não preciso de fazer um desenho.

Ou seja, o estado é culpado das vossas escolhas? O estado é uma máquina maquiavélica que vos encaminhou para o caminho errado, ai o maroto, e ainda vos obrigou a pagar propinas para encher os bolsos! Porque raio é que não se tornam electricistas agora, já que desejam tanto essa profissão? Que eu saiba o estado não vos proibe de o fazerem. Ou os electricistas também têm um cartel, e todas as obras vão para os mesmos?

Para concluir, no vosso entender, o culpado das escolhas das pessoas no curso que tiraram, bem ou mal, é do estado? Mesmo que seja indirectamente por não extinguir vagas a mais, estou correcto? Ou seja, o estado devia criar mecanismos de protecção para o cidadão não fazer escolhas erradas, como por exemplo que curso seguir.

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  • 2 weeks later...
Insegurança no emprego tem vindo a agravar-se desde 1998

Mais de metade dos jovens têm um contrato não permanente vazio.gif?ts=1301302748,6974

28.03.2011 - 07:30 Por João Ramos de Almeida

Não é de agora a insegurança contratual que está na base das manifestações recentes e que afecta sobretudo os jovens. Mas os números pintam a razão da revolta.

Tem sido um longo caminho. No início de 1998, um em cada cinco assalariados de idades até 34 anos tinha um contrato de trabalho não permanente. Doze anos depois, é já um em cada três. Mas é entre os jovens até 24 anos que essa tendência é mais pronunciada. Em 1998, era um em cada três. Hoje, são quase três em cada cinco (55 por cento) dos contratos.

Não é nova a insegurança contratual que está na base do descontentamento das gerações mais novas. Desde a década de 90, a tendência tem sido para a redução do peso dos contratos permanentes. Só que, a fazer fé nos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), o fenómeno ganhou uma nova dimensão. E não é por acaso que os protestos abrangem já várias gerações.

Primeiro, grande parte da precariedade não passa por falsos recibos verdes, mas sobretudo pela contratação a termo que inclui os contratos a prazo (usados para lá daquilo que a lei permite), ou trabalhos temporários (através de empresas).

É de admitir que os dados do INE sobre falsos recibos verdes estejam subavaliados (ver caixa). Mas, mesmo assim, entre 1998 a 2010, a contratação a prazo passou de 11 para 19 por cento do total dos assalariados. Actualmente, já são 720 mil pessoas, quando há doze anos eram menos de 400 mil. E essa tendência, ao que tudo indica, continuará.

Não é por acaso que as organizações patronais retomam, na concertação social, o Código do Trabalho de 2003 (aprovado pelo PSD/PP e revisto em 2008) e defendem a necessidade de um alargamento do número de renovações de contratos a prazo (de três para seis) e do número limite de anos (actualmente em três anos).

E essa será uma trajectória que tocará todos os escalões etários, embora uns mais do que outros. Quando se olha para o universo dos assalariados com idades entre 25 e 34 anos - em que se esperaria uma atenuação na contratação a termo, como acontece na União Europeia -, verifica-se que quase 30 por cento estão a prazo. Doze anos antes, eram 18 por cento. No escalão seguinte, entre 35 e 44 anos, a contratação a prazo toca 13 por cento desse universo, quando doze anos atrás era de 8 por cento. E mesmo para quem tem mais de 44 anos, passou de 4 para 8 por cento.

Não é, pois, de estranhar que os falsos recibos verdes estejam a crescer, mas sobretudo nos assalariados com mais de 35 anos. Este grupo abrangia 36 por cento dos 43 mil falsos recibos verdes em 1998 e passou para 46 por cento dos 77 mil em 2010.

Jovens mais afectados

Esta realidade parece mostrar que a precariedade entre os jovens - aceite no início da vida activa - tende a prolongar-se nas idades seguintes. Ou seja, pelos números actuais se antevê os daqui a uma década.

De facto, a penetração do fenómeno é mais acentuada nos jovens. Se, à primeira vista, os dados mostram que, entre os assalariados a prazo, o escalão de 14 e 25 anos perdeu peso, a realidade é outra. Se passaram de 40 para 20 por cento dos contratos a prazo, isso só aconteceu por causa de uma quebra demográfica.

Era visível na pirâmide etária apurada nos Censos de 2001 um "rombo" no escalão entre os 5 e 15 anos que iria reflectir-se no número de jovens dez anos depois. Mas o relevante é que a entrada desses novos jovens foi se fazendo em condições progressivamente mais precárias. Caiu o número de jovens assalariados - 587 mil para 300 mil - e caiu o número de contratos permanentes - de 379 mil para 132 mil. E expandiram-se os contratos a prazo: em 1998, abrangiam 30 por cento dos jovens até 24 anos; em 2010, eram já metade (ver gráfico).

Em segundo lugar, a precariedade parece penetrar mais entre os jovens universitários. Seja na contratação a prazo, como nos recibos verdes. E penaliza proporcionalmente menos a mão-de-obra menos qualificada.

Talvez seja por serem os universitários quem está a chegar ao mercado. Em 1998, havia 377 mil entre 3,4 milhões de assalariados. Em 2010, eram já 737 mil. Uma subida que coincide com a descida da mão-de-obra com o ensino básico - de 2,61 para 2,26 milhões. Entre os assalariados com contratos permanentes, havia em 1998 cerca de 77 por cento com curso básico e 11 por cento com curso superior. Em 2010, os primeiros desceram para 59 por cento e os segundos para 19 por cento. Mas nem todos o conseguiram. Em 1998, quatro em cada cinco assalariados universitários tinham contratos permanentes. Mas, doze anos depois, desceram para três em cada quatro.

Essa evolução foi bem mais acentuada entre os falsos recibos verdes. O número de falsos recibos verdes quase duplicou em 12 anos, e de forma marcada entre os detentores de cursos superiores. De um em cada quatro falsos recibos verdes em 1998 passou-se para dois em cada cinco em 2010. O que explica que, entre o universo dos universitários assalariados, tenha crescido o peso dos falsos recibos verdes - de 2,8 para 4,7 por cento do total. Mas pouco se alterou o peso dos recibos verdes entre os assalariados de ensino básico - de 1 para 1,2 por cento.

A progressiva precariedade dos contratos sempre foi - e continua a ser - explicada como necessária por razões de competitividade económica. Mas falta explicar ainda por que não tem contribuído para melhorar esse défice nacional.

in Público

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isto tá mau e ainda vai ficar pior.. quem pensa que com PSD e Passos Coelho isto vai melhorar desengane-se, o PSD sempre foi conhecido como o partido dos ricos e das empresas, esses miúdos só mandam políticas positivas para os patrões, foram esses xulos que trouxeram para Portugal a precariedade dos contratos de trabalho, então se conseguem maioria absoluta começam a mexer na constituição, a lei das leis, e aí meus amigos.. tá tudo fodi**!!!!!!

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Percebo perfeitamente que ter um emprego a recibos verdes ou com contrato precário não é boa política, mas nos tempos que correm, é preferível ter vários contratos precários do que não ter emprego.

Com a crise que atravessa o Mundo poucos são os empresários que se arriscam a contratar pessoas sem ser nesses moldes porque o Mundo muda rapidamente e o que hoje é um negócio rentável, amanhã pode não o ser.

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Percebo perfeitamente que ter um emprego a recibos verdes ou com contrato precário não é boa política, mas nos tempos que correm, é preferível ter vários contratos precários do que não ter emprego.

Com a crise que atravessa o Mundo poucos são os empresários que se arriscam a contratar pessoas sem ser nesses moldes porque o Mundo muda rapidamente e o que hoje é um negócio rentável, amanhã pode não o ser.

E é isso que muita gente não quer ver. Acredito que, como eu, que já estou efectivo numa empresa, logo tenho alguma "segurança" (a mais, no meu ver), muita gente que não está nas mesmas condições, sinta "inveja" e queira/exija estar. Mas há que entender que o mundo mudou muito e ter algum emprego é melhor que não ter nenhum...

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E especialmente não é agora em tempo de crise real que as empresas vão passar a ter efectivos.

Pensarmos do outro lado também ajuda.

Temos uma empresa com 10 empregados efectivos. A empresa devido à crise tem uma quebra grande das receitas. Já não consegue cobrir os ordenados.

O que fazer?

-Não podes despedir

-reduzir horários só com acordo com os trabalhadores

Ou tens um fundo da empresa para despedir funcionários e perder dinheiro estupidamente porque gastas dinheiro e perdes funcionários ou se a situação não melhorar podes ir à falência

Edited by Kopien
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Ah e tal coitadinhos dos patrões, ah e tal coitadinhas das empresas, o que devia estar sempre acima de tudo eram as pessoas, as pessoas é que trabalham e levam o país e as empresas para a frente, em ultima instância as pessoas deviam sempre ser recompensadas por isso e recolher os devidos méritos.

Mas não, ah e tal as empresas devem poder despedir à vontade porque podem ir à falência, mas se forem à falência é por má gestão de quem manda nelas, que normalmente sai sempre de barriga cheia.

Não ponho em causa que há muita gente que vive à sombra de contractos efectivos de trabalho e não faz nada mas liberalizar a precariedade nunca será uma solução que eu aceite de bom grado, um bocado como tudo na vida tem de haver atitude positiva por parte tanto dos trabalhadores como dos patrões, o problema é que cada um dos lados só se preocupa em sacanear o mais possível.

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Mas tu estás sempre a pensar em empresas grandes.

O exemplo que eu dei é de uma micro empresa. Em quase todas o patrão não ganha 10x ou 100x mais que os empregados.

E se ganha e nós é que temos o trabalho todo, então toca a aprender o máximo possível para abrirmos nós a empresa.

Se fosse tão fácil já toda a gente tinha aberto uma grande multinacional não?

Como disse é preciso olhar para os dois lados e chegar a um entendimento.

E como isto é uma selva mas mais evoluída, quem tem o capital é quem manda.

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Ah e tal coitadinhos dos patrões, ah e tal coitadinhas das empresas, o que devia estar sempre acima de tudo eram as pessoas, as pessoas é que trabalham e levam o país e as empresas para a frente, em ultima instância as pessoas deviam sempre ser recompensadas por isso e recolher os devidos méritos.

Mas não, ah e tal as empresas devem poder despedir à vontade porque podem ir à falência, mas se forem à falência é por má gestão de quem manda nelas, que normalmente sai sempre de barriga cheia.

Não ponho em causa que há muita gente que vive à sombra de contractos efectivos de trabalho e não faz nada mas liberalizar a precariedade nunca será uma solução que eu aceite de bom grado, um bocado como tudo na vida tem de haver atitude positiva por parte tanto dos trabalhadores como dos patrões, o problema é que cada um dos lados só se preocupa em sacanear o mais possível.

Eu já ia responder mas entretanto vi que o Kopien já deu uma resposta à altura.

Esta conversa contra os patrões é a típica conversa de quem não faz a mínima ideia do que se passa e papa tudo o que Louçã e Jerónimo vomitam cá para fora. Tu não fazes ideia da quantidade de patrões de micro e pequenas empresas que passam dificuldades e não podem despedir trabalhadores para reduzir custos. E às vezes com motivos de sobra devido à incompetência dos mesmos!

Mais vale despedir 2 trabalhadores (os menos competentes) e garantir que 8 não perdem o emprego a longo-prazo do que ficar com os 10 e ao fim de um ano a empresa estar falida e irem todos para o olho da rua. E não, a culpa na esmagadora maioria das vezes não é da má gestão. Este tipo de discurso tira-me do sério, daqueles que pensam que os patrões são só os manda-chuva da Galp, EDP e similares :dumb:

Edited by Sem_Identidade
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Um dia, isto tinha de acontecer.

Existe uma geração à rasca?

Existe mais do que uma! Certamente!

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa

abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes

as agruras da vida.

Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar

com frustrações.

A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também

estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.

Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância

e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus

jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a

minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)

vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós

1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram

nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles

a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes

deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de

diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível

cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as

expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou

presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o

melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas

vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não

havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado

com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A

vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.

Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem

Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde

não se entra à borla nem se consome fiado.

Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar

a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de

aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a

pais.

São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e

da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que

os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,

nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter

de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e

que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm

direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,

porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,

querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo

menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.

Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por

escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na

proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que

o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois

correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade

operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em

sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso

signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas

competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por

não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração

que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que

queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a

diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que

este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo

como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as

foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.

Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não

lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de

montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o

desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e

inteligência nesta geração?

Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!

Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no

retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e

nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como

todos nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados

pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham

bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados

académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos

que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,

oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a

subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos

nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares

a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no

que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida

e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme

convicção de que a culpa não é deles.

A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem

fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e

a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.

Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.

Haverá mais triste prova do nosso falhanço? "

Mia Couto

Se é repost... Azar! <_<

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Ah e tal coitadinhos dos patrões, ah e tal coitadinhas das empresas, o que devia estar sempre acima de tudo eram as pessoas, as pessoas é que trabalham e levam o país e as empresas para a frente, em ultima instância as pessoas deviam sempre ser recompensadas por isso e recolher os devidos méritos.

Mas não, ah e tal as empresas devem poder despedir à vontade porque podem ir à falência, mas se forem à falência é por má gestão de quem manda nelas, que normalmente sai sempre de barriga cheia.

Não ponho em causa que há muita gente que vive à sombra de contractos efectivos de trabalho e não faz nada mas liberalizar a precariedade nunca será uma solução que eu aceite de bom grado, um bocado como tudo na vida tem de haver atitude positiva por parte tanto dos trabalhadores como dos patrões, o problema é que cada um dos lados só se preocupa em sacanear o mais possível.

Eu já ia responder mas entretanto vi que o Kopien já deu uma resposta à altura.

Esta conversa contra os patrões é a típica conversa de quem não faz a mínima ideia do que se passa e papa tudo o que Louçã e Jerónimo vomitam cá para fora. Tu não fazes ideia da quantidade de patrões de micro e pequenas empresas que passam dificuldades e não podem despedir trabalhadores para reduzir custos. E às vezes com motivos de sobra devido à incompetência dos mesmos!

Mais vale despedir 2 trabalhadores (os menos competentes) e garantir que 8 não perdem o emprego a longo-prazo do que ficar com os 10 e ao fim de um ano a empresa estar falida e irem todos para o olho da rua. E não, a culpa na esmagadora maioria das vezes não é da má gestão.Este tipo de discurso tira-me do sério, daqueles que pensam que os patrões são só os manda-chuva da Galp, EDP e similares :dumb:

word

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Ao que parece, o texto não é do Mia Couto e já foi confirmado publicamente pelo próprio.

E falta isto no final do texto

Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.

Pode ser que nada/ninguém seja assim.

Edited by Kinas_
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