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Médicos Convidados A Assinar Papel Para Evitar Processos Por Erros


fisherman
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Médicos convidados a assinar papel para evitar processos por erros

Eu, abaixo-assinado, não me responsabilizo por eventuais danos, mesmo que muito graves, em doentes que fui obrigado a atender. De forma resumida, é este o conteúdo de uma minuta que o Sindicato Independente dos Médicos decidiu disponibilizar desde ontem aos clínicos que trabalham em centros de saúde sobrelotados em todo o país.

O SIM denuncia "crescentes pressões para que os médicos de família tudo atendam e resolvam", motivadas pela falta de pessoal e que se vai agravar com as férias de Verão. E aconselha "vivamente" os profissionais nesta situação a protegerem-se de eventuais processos, assinando o documento e entregando-o aos seus superiores.

O sindicato diz que o número de portugueses sem médico de família está a aumentar - agravado pelos pedidos de reforma - e os clínicos de serviço são pressionados a ver todos os utentes sem clínico em atendimentos complementares. "Há unidades em que há tantos doentes sem médico como doentes com médico de família. Só no centro de saúde de Algueirão-Mem Martins, há 40 mil. É muito complicado funcionar assim", critica o secretário-geral do SIM, Carlos Arroz. Para o sindicalista, "é inevitável que os erros comecem a aparecer". Até porque as Unidades de Saúde Familiar não atendem doentes fora das suas listas, "porque não há dinheiro para contratualizar" mais cuidados, e este trabalho fica entregue unicamente aos centros de saúde tradicionais, critica.

Com esta minuta, o sindicato quer evitar a responsabilidade do médico perante falhas no atendimento de um doente que não integre a sua lista habitual e, por isso, que não acompanha de forma sistemática. Um resultado de um exame médico que não foi tido em conta, um diagnóstico mal feito, um problema ou uma doença não detectados são algumas das muitas situações abrangidas. A minuta especifica "erro clínico involuntário, omissão involuntária, prestação de cuidados insuficiente ou tardia, que possam causar prejuízos, eventualmente muito graves, na saúde e até na vida dos doentes". De fora ficam apenas as situações de má prática médica - que só podem ser imputadas ao próprio clínico.

Carlos Arroz garante que este papel tem validade legal, já que a legislação permite remeter a responsabilidade directamente aos directores dos agrupamentos de centros de saúde pela quebra de atendimento por falta de pessoal. A Constituição diz que "é excluída a responsabilidade do funcionário ou agente que actue no cumprimento de ordens ou instruções emanadas de legítimo superior hierárquico e em matéria de serviço, se previamente delas tiver reclamado ou tiver exigido a sua transmissão ou confirmação por escrito". E o mesmo princípio é repetido no Estatuto Disciplinar Dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas.

Por isso, um médico que queira assinar este documento deve explicar, de forma concreta, as situações e imposições feitas pelos superiores que considera não serem as adequadas para atender doentes. Depois, assina o protesto contra essas mesmas instruções superiores e diz não se responsabilizar pelas consequências, transferindo para os seus superiores a responsabilidade perante eventuais queixas dos doentes. Fica com uma cópia e entrega a outra nos serviços administrativos da unidade onde trabalha, dirigindo-o ao director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde. O sindicato revela que o gabinete jurídico está à disposição de todos os profissionais e espera que "ajam proactivamente nesta questão".

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Ou seja, ate eu sou responsabilizado na minha empresa, caso faça Merda...

E os Medicos, que são obrigados a ter uma responsabilidade infinitamente maior que a minha pois estão a trabalhar com a saude das pessoas, não vão ter responsabilidades?

É o LOL

Quer dizer, se um medico por engano, deixa um bisturi dentro do meu corpo, e passado usn dias, eu morro... Ele tá na boa, não pode ser responsabilizado...

Eu se fizer um grande BUG num Software, e devido a isso a empresa perder um projecto de milhões de €... Perco logo tudo que é prémio e com sorte ainda se leva um processo disciplinar em cima.

É bem :D

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É um dos maiores flagelos em Portugal os bisturis dentro do corpo quando és consultado num centro de saúde. ó Rev lol os centros de saude tem pequena cirugia, dar uns pontos numa ferida e coisas do género, tudo o resto vai para os hospitais

Quanto à medida do sindicato, parece-me mais uma forma de pressão para a contratação de mais médicos para os centros de saude

Convem ler as noticias antes de se fazerem comentarios e nao ficar só pelo titulo :P

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É um dos maiores flagelos em Portugal os bisturis dentro do corpo quando és consultado num centro de saúde. ó Rev lol os centros de saude tem pequena cirugia, dar uns pontos numa ferida e coisas do género, tudo o resto vai para os hospitais

ROTFL...

Cada vez mais começo a pensar em fazer seguro de saúde...!

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Quanto à medida do sindicato, parece-me mais uma forma de pressão para a contratação de mais médicos para os centros de saude

Mais médicos e mais pessoal auxiliar, graças à política imposta nos últimos anos (e não apenas nos últimos meses), as direcções regionais de saúde não podem contratar mais pessoal para os centros de saúde da sua responsabilidade (que são imensos por cada DR), e as pessoas continuaram a reformar-se principalmente após saberem as penalizações que sofreriam a partir de Janeiro deste ano, os números sobre funcionários públicos que pediram reforma antecipada entre 2006 e 2009 são bastante superiores ao período entre 2000 e 2006, e a política de "reformam-se três contrata-se um" não está a ser aplicada.

A acrescentar a esta situação, graças à crise económica que também afecta a classe média-alta, cada vez mais famílias têm de se deslocar ao serviço público pois já não têm possibilidades de pagar no privado, e como não têm médico de família atribuído piora ainda mais a situação.

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É um dos maiores flagelos em Portugal os bisturis dentro do corpo quando és consultado num centro de saúde. ó Rev lol os centros de saude tem pequena cirugia, dar uns pontos numa ferida e coisas do género, tudo o resto vai para os hospitais

Quanto à medida do sindicato, parece-me mais uma forma de pressão para a contratação de mais médicos para os centros de saude

Convem ler as noticias antes de se fazerem comentarios e nao ficar só pelo titulo :P

Ok, se calhar dei o exemplo errado.

Então imagina uma coisa que acontece muito...

Estou doente, e vou a um centro de saúde. O Medico de lá, simplesmente não está com cabeça para me aturar, e receita-me um remédio à sorte e manda para casa dizendo que vou ficar bom.

Passado 2 dias, vou para debaixo da terra... Medico não pode ser responsabilizado...

E estou a dar um exemplo, que acontece muito... A pessoa pode não morrer, mas a parte do medico despachar o paciente é totalmente verdade.

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Ó Rev, a sério. le a noticia toda ;)

Apenas li isto, penso que é o suficiente:

"Eu, abaixo-assinado, não me responsabilizo por eventuais danos, mesmo que muito graves, em doentes que fui obrigado a atender."
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No doubt, mas os médicos são dos gajos que menos problemas tem, porque há sempre emprego para eles seja privado, publico ou hibrido. Não estão é dispostos a aceitar trabalho em qualquer sitio aka onde é preciso. Agora com estes abaixo-assinados evidenciam ainda mais o cagativismo que se sente quando vamos a alguns centros de saude hospitais. Alguns mais parecem veterinarios.

Passam a vida a reclamar e a fazer greve mas ainda são um grupo de privelegiados.

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Carlos Arroz garante que este papel tem validade legal, já que a legislação permite remeter a responsabilidade directamente aos directores dos agrupamentos de centros de saúde pela quebra de atendimento por falta de pessoal. A Constituição diz que "é excluída a responsabilidade do funcionário ou agente que actue no cumprimento de ordens ou instruções emanadas de legítimo superior hierárquico e em matéria de serviço, se previamente delas tiver reclamado ou tiver exigido a sua transmissão ou confirmação por escrito". E o mesmo princípio é repetido no Estatuto Disciplinar Dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas.

Por isso, um médico que queira assinar este documento deve explicar, de forma concreta, as situações e imposições feitas pelos superiores que considera não serem as adequadas para atender doentes. Depois, assina o protesto contra essas mesmas instruções superiores e diz não se responsabilizar pelas consequências, transferindo para os seus superiores a responsabilidade perante eventuais queixas dos doentes. Fica com uma cópia e entrega a outra nos serviços administrativos da unidade onde trabalha, dirigindo-o ao director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde. O sindicato revela que o gabinete jurídico está à disposição de todos os profissionais e espera que "ajam proactivamente nesta questão".

É mais uma manobra sindicalista como protesto pelas "alegadas" insuficientes condições.

A má-prática, continua a ser imputável ao indivíduo.

Edited by Kinas_
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Ó Rev, a sério. le a noticia toda ;)

Apenas li isto, penso que é o suficiente:

"Eu, abaixo-assinado, não me responsabilizo por eventuais danos, mesmo que muito graves, em doentes que fui obrigado a atender."

Não, claro que nao é suficiente

O Kinas_ leu tudo e percebeu:

Carlos Arroz garante que este papel tem validade legal, já que a legislação permite remeter a responsabilidade directamente aos directores dos agrupamentos de centros de saúde pela quebra de atendimento por falta de pessoal. A Constituição diz que "é excluída a responsabilidade do funcionário ou agente que actue no cumprimento de ordens ou instruções emanadas de legítimo superior hierárquico e em matéria de serviço, se previamente delas tiver reclamado ou tiver exigido a sua transmissão ou confirmação por escrito". E o mesmo princípio é repetido no Estatuto Disciplinar Dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas.

Por isso, um médico que queira assinar este documento deve explicar, de forma concreta, as situações e imposições feitas pelos superiores que considera não serem as adequadas para atender doentes. Depois, assina o protesto contra essas mesmas instruções superiores e diz não se responsabilizar pelas consequências, transferindo para os seus superiores a responsabilidade perante eventuais queixas dos doentes. Fica com uma cópia e entrega a outra nos serviços administrativos da unidade onde trabalha, dirigindo-o ao director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde. O sindicato revela que o gabinete jurídico está à disposição de todos os profissionais e espera que "ajam proactivamente nesta questão".

É mais uma manobra sindicalista como protesto pelas "alegadas" insuficientes condições.

A má-prática, continua a ser imputável ao indivíduo.

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Lol.. mas qual generalizar, está-se a dar o beneficio da dúvida ao profissionalismo de quem já tem a faca e o queijo na mão.

E isso de ser protesto soa-me muito a treta. Quem conhece o que se passa nos centro de sabe que os médicos, sejam de família ou não, tentam sempre delegar os doentes para os hospitais. Agora só os tratam com algum tipo de segurança por trás. Não desfazendo o profissionalismo de alguns.

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Quanto à medida do sindicato, parece-me mais uma forma de pressão para a contratação de mais médicos para os centros de saúde

Tenho mais tendência a concordar com isto.

O problema da falta de médicos em Portugal é grave e vejo aqui toda a gente a crucificar os médicos mas o que eles pretendem é apenas chamar a atenção para a situação.

É muito frequente médicos trabalharem vários dias seguidos sem descanso por falta de profissionais e isso é um problema.

Eu pessoalmente não me sentiria nada seguro se soubesse que ia ser operado por um médico à 72 horas acordado a operar sem parar.

Nos centros de saúde então a falta de médicos é gritante, nos principais hospitais dos centros urbanos ainda vá, agora indo mais para a periferia... cada vez mais a medicina é e vai ser um exclusivo do privado, quem quiser paga.

Isto só não dá bronca porque pessoal importante que podia fazer barulho vai ao privado pois tem dinheiro suficiente para isso. Quem se lixa é o pobre, que em termos práticos ninguém quer saber.

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