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Curiosidades


Vasco G
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A última viagem do Expresso do Oriente

Em 1889, um comboio passou a ligar Paris a Istambul, antiga Constantinopla: três mil quilómetros que levavam 75 horas a percorrer. Entre passageiros ilustres, figuraram o duque de Windsor, o Papa Pio XII e Mata Hari. Tudo isso acabou.

Nenhum outro comboio foi palco de tanto mistério. O detective Hercule Poirot viajava numa das suas carruagens quando resolveu o assassínio de Mr. Ratchett. Van Helsing partiu nele para combater o terrível conde Drácula da Transilvânia. E James Bond apaixonou-se na viagem por Tatiana Romanova, uma espia russa e sedutora. Agora, após mais de um século a cruzar a Europa, o verdadeiro Expresso do Oriente chegou ao fim. Batido pelos apressados TGV e pelos voos de baixo custo, este comboio chique e vagaroso parou na última estação, a 14 de Dezembro, para nunca mais reatar a marcha.

A empresa austríaca proprietária mantém uma versão glamour entre Veneza e Istambul, com jantares de gravata e copos de cristal, para uns poucos endinheirados que estejam dipostos a pagar 5670 euros para fazer a viagem, que já nada é mais do que um mito.

Foi em 1889 que o empresário e visionário belga George Nagelmackers, Director da Companhia Internacional Vagões-cama, anunciou a primeira viagem do comboio que ligava Paris à porta do Império Otomano e do Islão, Istambul. Eram mais de três mil quilómetros que levavam 75 horas a percorrer e nem sempre sobre carris: naquele tempo ainda não havia uma ponte ferroviária sobre o Danúbio, na Roménia e os passageiros tinham que se apear e completar a última parte da viagem de barco. Mas isso não impediu os muitos jornalistas a bordo - a quem nenhuma bebida era recusada nem cobrada - de escreverem textos muito elogiosos sobre o Expresso do Oriente.

O viajante britânico Andrew Eames escreveu no livro The 8.55 to Bagdad que um dos passageiros achou o comboio tão confortável quanto "um apartamento de luxo" em Paris. Um chefe francês inventava dez pratos por cada refeição e em Viena uma banda húngara subiu a bordo para dar música aos passageiros.

A chegada do Expresso carregado de ocidentais curiosos às portas do exótico islão provocou uma pequena revolução na velha Constantinopla - actual Istambul. Prova disso foi a construção de hotéis como o Büyuk Londres e o Pera Palace. Foi num quarto do Pera Palace - hoje tornado museu - que Agatha Christie escreveu Um Crime no Expresso do Oriente, obra-prima do romance policial.

A escritora adorava o comboio em que viajava quando ia visitar o marido, Max Mallowan, um aqueólogo a trabalhar no Iraque. Numa passagem do seu diário de 1928 compara a viagem a uma música: "Adoro o seu ritmo: o arranque sacudido e o trac-trac da pressa de deixar para trás Calé e o Ocidente que vai perdendo força no caminho para leste até se tornar um rallentando e acabar num lento quase imperceptível."

Christie deu a aura de mistério ao Expresso do Oriente quando pôs o detective Hercule Poirot a investigar o assassínio de um fugitivo americano numa noite em que o comboio foi bloqueado pela neve em Belgrado. O que pouca gente sabe é que, anos antes, foi mesmo assassinado um militar americano no comboio.

Apesar do luxo e do glamour, a arriscada viagem não se fazia sem precalços. Em 1891 o comboio foi saqueado à passagem pelos Balcãs. Um ano depois, houve uma epidemia de cólera a bordo. Em 1929, os carris foram cortados na Turquia. No caminho do comboio estiveram também as duas guerras mundiais e a Cortina de Ferro. Por cada ano que existia, o Expresso do Oriente tornava-se uma lenda que encantou passageiros ilustres como os reis Leopoldo da Bélgica e Eduardo VIII de Inglaterra, o príncipe Aga Khan, o Papa Pio XII e a espia Mata Hari

Diário de Notícias

Avião de 1911 encontrado em glaciar antárctico

Exploradores polares australianos descobriram a fuselagem de um avião, um dos primeiros a voar pelo mundo, enterrado nos glaciares da Antárctica desde 1911. O aparelho encontra-se bastante danificado mas a descoberta é já histórica

A descoberta foi anunciada pelos próprios exploradores, que adiantaram que o aparelho foi fabricado pela empresa britânica Vickers, oito anos antes do primeiro voo realizado pelos irmãos Wright, considerados até aos dias de hoje como sendo os pioneiros da aviação.

Segundo os autores da descoberta, o avião terá sido levado para a Antárctica pelo explorador australiano Douglas Mawson, em 1911.

Nessa altura, na sequência de um acidente aéreo, a aeronave terá ficado fortemente danificada, nomeadamente sem asas, tendo a estrutura sido utilizada pelo aviador como um trenó.

«A aeronave não estava muito bem tratada, mas ainda tinha o motor», relatou o explorador australiano David Jensen, acrescentando que a excepcional maré baixa causada pela lua cheia, assim como o degelo, terão sido os factores que contribuíram para que os investigadores descobrissem a carcaça do aparelho, precisamente no primeiro dia do ano.

«A junção de todas estas condições constituíram uma oportunidade num milhão para descobrir o avião», realçou ainda o explorador, adiantando que um dos carpinteiros da Fundação Mawson «tinha decidido dar uma volta em torno do porto», quando descobriu o metal da fuselagem, enterrado entre rochas.

A descoberta gerou manifestações de entusiasmo entre a equipa de exploradores, que tencionam recuperar todos os pedaços da fuselagem e, depois, transportá-los para a Austrália no final de Janeiro.

Entretanto, três equipas de especialistas da Fundação Mawson Huts submeteram a carcaça do avião a vários testes.

A fuselagem do avião tinha sido vista pela última vez em 1975, em Cabo Denison estando, naquela altura, completamente presa no gelo.

SOL

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