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Estudo Sociológico: Os Ricos Vivem Mais Dez Anos Do Que Os Pobres


Vasco G
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A maior diferença na longevidade é determinada pela classe social. Estudo único em Portugal analisou os registos de duas mil pessoas que morreram em dois hospitais. Os portugueses mais ricos e com mais escolaridade vivem em média mais dez anos que os mais pobres. Esta é uma das conclusões da tese de doutoramento do enfermeiro e sociólogo Ricardo Antunes, que estudou dois mil óbitos ocorridos num hospital de Lisboa e noutro do Alentejo. Os números, apesar de inéditos em Portugal, acabam por quantificar a percepção que os médicos têm pelo contacto com populações mais pobres e mais ricas. Ricardo Antunes passou um ano a analisar o historial clínico das pessoas que morreram nos dois hospitais. Focando a sua pesquisa nos idosos, que representam a grande maioria dos óbitos, o enfermeiro procurou informações que o ajudassem a perceber como as pessoas chegaram ao hospital e o que lhe provocou a morte. "Vi se vivam em lares ou sozinhos, que profissão tinham, se eram fumadores", explica o investigador. As diferenças entre classes sociais foram as mais significativas que encontrou. "As classes são o que traduzem a vida das pessoas", refere. E aí Ricardo Antunes concluiu que "as pessoas com mais recursos económicos e educacionais vivem mais tempo". E garante: "essa é uma diferença maior do que a diferenças entre homens e mulheres e entre regiões do País". No estudo, o profissional concluiu, por isso, que "em média, as pessoas com mais recursos vivem mais dez anos". Para justificar essa diferença na longevidade, os médicos encontram várias explicações. Que não têm só a ver com o poder económico. "É uma questão de literacia, de assumir a responsabilidade que cada um tem na construção da sua própria saúde", defende Helena Cargaleiro, directora do centro de saúde da Venda Nova, na Amadora. A especialista alerta ainda para os muitos efeitos negativos da falta de literacia na saúde, que se reflectem até "na própria percepção da saúde". "Muitas das pessoas que usam os nossos serviços aparecem só por causa de um espirro e não aparecem quando os sinais de alarme são graves", concretiza. A médica acrescenta ainda que algumas pessoas não seguem os tratamentos, porque depois de irem ao médico sentem que a responsabilidade já não é deles. Já a população com mais escolaridade tem uma melhor percepção do seu estado de saúde. "A educação ajuda a perceber o que se passa", reconhece João Sequeira Carlos, médico no Hospital da Luz, em Lisboa. Além disso, as pessoas com mais recursos também adoptam estilos de vida saudáveis mais cedo, porque percebem os efeitos que isso terá, adianta Ricardo Antunes. "As pessoas com mais rendimentos deixam de fumar mais cedo, mudam os hábitos alimentares e começam a fazer exercício físico", explica o investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. A população mais rica começa também a praticar exercício físico, mais cedo, uma aposta que a s pessoas com menos escolaridade não faz. A acrescentar a estes comportamentos, as pessoas com menos poder económico fumam mais e durante mais anos, diz Ricardo Antunes. O acesso a um seguro de saúde também tem vantagens. A ida a um hospital privado depende muitas vezes desse seguro e aí os tempos de espera são mais reduzidos e a lista para cirurgias também. Por outro lado, as pessoas com mais nível educacional fazem mais rastreios e estão mais sensibilizadas para a importância dos diagnósticos precoces, que "salvam muitas vidas e aumentam a longevidade", avisa Ricardo Antunes. O que não tem influência nesta diferença de uma década de vida são as doenças que afectam as duas classes. Tanto os mais ricos como os mais pobres têm os mesmos problemas, à excepção da tuberculose (ver caixa ao lado), que continua a ser associada às piores condições de vida.

In Diário de Noticias

Estudo Sociolgico de um investigador da minha faculdade, o ISCTE, este tópico é também uma resposta aqueles que anteriormente noutros topicos me perguntaram o que faz um Sociologo, para que serve o curso, etc, etc. É uma area interessante na minha opinião, que ensina muito sobre a vida, as pessoas e o mundo, no entanto as saidas profissionais são raras, centros de investigação só para os que terminam com medias elevadas (não foi o meu caso terminei com 14).

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Sociologia mesmo, mas já o fiz à uns aninhos: 1995/2002, o ano passado andei lá num mestrado do departamento: comunicação, cultura e tecnologias da informação, mas desisti, não gostei do mestrado e pagar 2800 euros por uma coisa sem gostar...

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7 anos para fazer um curso de 4?

No meu tempo eram 5: 4 teoricos + 1 tese de licenciatura. Fiz os 4 teoricos em 5 depois sai e voltei um ano depois para fazer a tese.

Agora com bolonha são 3 anos + 2 o mestrado

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Vasco a razão é também porque qualquer tipo de estatistica/Análise de dados/Estudos de Mercado fazia esse estudo.

Em minha opinião deviam ser sempre sociologos a fazer esses estudos em vez dos habituais curiosos da praxe, sempre se dava emprego a mais pessoas e as coisas ficavam mais bem feitas camursowf0.png

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Ficavam mais bem feitas porque? lool

Digo-te com toda a certeza que um tipo desses cursos tem uma componente de extração e de avaliação da qualidade dos dados (Factor quase sempre que leva em erro todas as sondagens e estudos de meia tijela que aparecem na tv a não terem credibilidade nenhuma...). Se falares na análise de resultados é possivel que tenhas razão, mas convenhamos que depois de terem a conclusão à tua frente escreveres um paper/artigo sobre isso não é algo extraórdinario.

è a minha opinião :)

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Pessoalmente acho exactamente o contrario, a parte "menos dificil" será toda a recolha de dados.

O que separa os estudos em termos de qualidade é a capacidade do autor fazer o artigo algo valido e plausível, principalmente tendo em conta que por norma os dados recolhidos têm sempre varias interpretações.

Em termos gerais, um sociólogo terá sempre estas ferramentas.

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O estudo é interessante, sobretudo por ser inédito. Mas também vem confirmar a percepção que a maior parte da malta tem. Nessa peça nã oaparece nada sobre isto, mas acho que é seguro dizer que uma pessoa endinheirada, mesmo que não tenha passado da 4ª classe, terá quem vele pela sua saúde. Logo, faz sentido que vá mais vezes ao médico e ande mais informado sobre o que deve ou não fazer e seguir os tratramentos, se for o caso. O circulo social é outro, parece que o gajo não levou isso em conta.

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