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É Por Aí...


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Desculpem, não tenho soluções

Ouvir dizer ao mais alto nível do Estado que não há soluções para o horror do desemprego é ouvir dizer que o Estado faliu. Meia centena de trabalhadores despedidos de fábricas em Barcelos e Esposende tiveram essa experiência de anticidadania. Numa visita, o presidente da República foi confrontado com um grupo de desempregados que empunhavam cartazes pedindo ajuda. Foi ter com eles e disse-lhes que não tinha nenhuma solução para os seus problemas.

Para um chefe de Estado é proibido dizer isso aos seus concidadãos e depois embarcar num carro alemão de alto luxo e cilindrada, acenando, apoquentado, aos que nada têm. É isso que faz querer que os ricos paguem as crises.

Só se é chefe de um Estado para trabalhar na busca de soluções e encontrá-las. Sem isso não se é nada. Ser presidente em Portugal não é um cargo ritual. O presidente tem nas mãos ferramentas poderosas para influenciar o destino do país. Pode nomear e demitir governos, chamar agentes executivos e executores, falar aos deputados sempre que quiser, reunir conselheiros, motivar empresários, admoestar ministros e deve, sobretudo, exigir resultados.

Ser chefe de Estado em Portugal inclui poderes executivos, e como tal, ter responsabilidades de executivo. Ao dizer que não tem soluções para as vítimas do descalabro que há três décadas estava em gestação no país onde ocupou os mais elevados cargos, o presidente da República dá à Nação a mensagem de que nem ao mais alto nível há o sentido da responsabilidade nem a cultura de responsabilização.

Ao dizer aos desempregados de Barcelos que nada pode fazer, o presidente diz a todo o Portugal que o Estado e o seu sistema não são mais do que um imenso círculo de actores autodesresponsabilizados que vão passando a batata-quente de uns para os outros.

Depois destas declarações aos desempregados, o célebre letreiro "The Buck Stops Here", que Roosevelt tinha na sua secretária, não tem lugar na mesa de trabalho do presidente português. Com esse letreiro, que equivale a dizer que a batata-quente não passa daqui, Roosevelt lançou as bases da maior economia do Mundo das cinzas da grande depressão.

Em Portugal, na maior depressão de sempre, o presidente diz que não tem soluções. Devia tê-las. Aníbal Cavaco Silva desde Sá Carneiro que participa no Governo. Dirigiu executivos durante a década em que Portugal teve a oportunidade histórica de ter todo o dinheiro do Mundo para se transformar num país viável. Mesmo com a viabilidade da economia questionada, Cavaco Silva, como profissional que é, regressa à política com uma longa e feroz luta pela presidência da República.

Assumiu-se como a "boa moeda" que conseguiria resistir às investidas das "más moedas", na sua cruel pedagogia da Lei de Gresham, que foi determinante para aniquilar um governo do seu próprio partido e dar-lhe a chefia do Estado. É um homem de acção impiedosa e firme, quando a quer ter.

Se o pronunciamento que fez de não ter soluções para esta crise foi uma tentativa de culpabilizar só o Governo, então foi de um insuportável, mas característico, tacticismo. Se foi sincero, então foi vergado pelo remorso, e anunciou que a sua longa carreira de político e de homem público chegou ao fim.

(in Jornal de Notícias)

:rezingao:

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Sinceramente falar de politicos é como remexer em merda... só faz cheirar mal.

Quanto a isso das empresas, o que vejo em muitas situações é que muitos gestores estavam acostumados ao tempos da ''vaca gorda''. Em que pensavam... ''Ai o IRS este mês na precisa de ser pago.. Xiça que o IRC é muito dinheiro, melhor pagar noutra altura... como assim o governo não anda atrás...'' Mas para os seus luxos privados nunca faltou dinheiro.... Apenas quando chegou a altura de pagar... as dividas já são tão altas que mais vale abrir falência e na pagar nada.

A culpa não é de quem vem cobrar agora mas sim de quem deixou acumular...

E dizem bla bla bla... se continuarem assim não vai haver mais industria e bla bla bla... isso é treta. Que existe países em que os ordenados são superiores e os custos são superiores e mesmo assim dá... Apenas já não dá é para ter gestores a ganhar sozinhos o mesmo que a classe laborar dessa entidade industrial. Nem a receber bónus por produção... Em outros países eles fazem é ao contrario... Não tens o rendimento necessário és despedido... Tem é de se aumentar a noção de trabalhar

E sinceramente se a entidade laborar vos quer despedir que pode o governo fazer? O máximo que pode fazer é tentar garantir que recebam os vossos direitos. E indicar-vos o centro de emprego mais próximo de vocês.

Em Portugal, acima de tudo tem de haver uma politica de contenção, e começar a se avaliar a rentabilidade de cada coisa... Não é ao fim de 3 anos é que ver que esta a dar prejuízo... e depois já não ter dinheiro para pagar as indemnizações.... Antes ter só metade dos empregados, porque só tem possibilidades para isso e haver aqueles trabalhos garantidos

Edited by kreus
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Conheces o esquema do patrão te contratar por 600, receberes como salário o ordenado minimo e no dia seguinte te depositarem o restante, para fugir aos impostos? Se fazes queixa és despedido, se contactas as autoridades, eles vão lá e não dão por nada. Isto é giro.

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isto são coisas previstas, prémios de produtividade, subsídio não sei de que.

muitas empresas grandes acontece isto (nomeadamente PT), mas vem um documento de folha salarial de 3 em 3 meses a contemplar esse valor. recebes é faseado.

embora sim, há muitos esquemas para fugir...demasiados ainda!

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Conheces o esquema do patrão te contratar por 600, receberes como salário o ordenado mínimo e no dia seguinte te depositarem o restante, para fugir aos impostos? Se fazes queixa és despedido, se contactas as autoridades, eles vão lá e não dão por nada. Isto é giro.

Eu na estou nessa situação felizmente e não aceitava mesmo... Mas para ser sincero , os patrões é que não se lembram que isso pode dar cadeia... e o governo infelizmente não aperta tudo o que devia e podia.... Sinceramente Portugal é o pais em que a burla é uma coisa natural...

Edited by kreus
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Não tem nada a ver com prémio de produtividade, não está descrito em lado nenhum de x em x tempo e a conta que a empresa usa para o efeito é "desconhecida".

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A partir do ponto em que é mensal não pode ser considerado prémio mas sim remuneração. e a partir desse ponto tem de pagar impostos...

Mais simples impossivel...

Isso é burla... o problema é que os empregados precisam mais do dinheiro que os patrões...

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Desculpem, não tenho soluções

Ouvir dizer ao mais alto nível do Estado que não há soluções para o horror do desemprego é ouvir dizer que o Estado faliu. Meia centena de trabalhadores despedidos de fábricas em Barcelos e Esposende tiveram essa experiência de anticidadania. Numa visita, o presidente da República foi confrontado com um grupo de desempregados que empunhavam cartazes pedindo ajuda. Foi ter com eles e disse-lhes que não tinha nenhuma solução para os seus problemas.

Para um chefe de Estado é proibido dizer isso aos seus concidadãos e depois embarcar num carro alemão de alto luxo e cilindrada, acenando, apoquentado, aos que nada têm. É isso que faz querer que os ricos paguem as crises.

Só se é chefe de um Estado para trabalhar na busca de soluções e encontrá-las. Sem isso não se é nada. Ser presidente em Portugal não é um cargo ritual. O presidente tem nas mãos ferramentas poderosas para influenciar o destino do país. Pode nomear e demitir governos, chamar agentes executivos e executores, falar aos deputados sempre que quiser, reunir conselheiros, motivar empresários, admoestar ministros e deve, sobretudo, exigir resultados.

Ser chefe de Estado em Portugal inclui poderes executivos, e como tal, ter responsabilidades de executivo. Ao dizer que não tem soluções para as vítimas do descalabro que há três décadas estava em gestação no país onde ocupou os mais elevados cargos, o presidente da República dá à Nação a mensagem de que nem ao mais alto nível há o sentido da responsabilidade nem a cultura de responsabilização.

Ao dizer aos desempregados de Barcelos que nada pode fazer, o presidente diz a todo o Portugal que o Estado e o seu sistema não são mais do que um imenso círculo de actores autodesresponsabilizados que vão passando a batata-quente de uns para os outros.

Depois destas declarações aos desempregados, o célebre letreiro "The Buck Stops Here", que Roosevelt tinha na sua secretária, não tem lugar na mesa de trabalho do presidente português. Com esse letreiro, que equivale a dizer que a batata-quente não passa daqui, Roosevelt lançou as bases da maior economia do Mundo das cinzas da grande depressão.

Em Portugal, na maior depressão de sempre, o presidente diz que não tem soluções. Devia tê-las. Aníbal Cavaco Silva desde Sá Carneiro que participa no Governo. Dirigiu executivos durante a década em que Portugal teve a oportunidade histórica de ter todo o dinheiro do Mundo para se transformar num país viável. Mesmo com a viabilidade da economia questionada, Cavaco Silva, como profissional que é, regressa à política com uma longa e feroz luta pela presidência da República.

Assumiu-se como a "boa moeda" que conseguiria resistir às investidas das "más moedas", na sua cruel pedagogia da Lei de Gresham, que foi determinante para aniquilar um governo do seu próprio partido e dar-lhe a chefia do Estado. É um homem de acção impiedosa e firme, quando a quer ter.

Se o pronunciamento que fez de não ter soluções para esta crise foi uma tentativa de culpabilizar só o Governo, então foi de um insuportável, mas característico, tacticismo. Se foi sincero, então foi vergado pelo remorso, e anunciou que a sua longa carreira de político e de homem público chegou ao fim.

(in Jornal de Notícias)

:rezingao:

nao disse mentira nenhuma.

Anyway, a desta semana e muito melhor, e pena e nao cativar interesse, e eu ver as minhas mensagens censuradas se o fizesse...

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Boas...

Lol.. Os prémios também pagam imposto.

Não pagam não, a não ser que sejam considerados remunerações constantes...

não é bem assim.... se receberes um prémio no final do ano (e só no final do ano) tambem pagas o imposto respectivo (irs + segurança social).

Fiquem!

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