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Carta Aberta De Um Professor Da Escola De Agora.


JLDR
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Peço desculpa de puxar novamente a minha profissão ao barulho, mas como penso e acho que ser professor é desempenhar um papel da máxima responsabilidade na formação da nossa sociedade, não posso deixar de trazer aqui uma carta aberta que acabei de receber via email e que espelha a degradação a que o nosso sistema educativo chegou fruto de más políticas e falsas ideias.

A situação é das mais comuns que se podem encontrar. É o relato vivo de quem sente na pele a injustiça de um sistema educativo completamente cego.

Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos

os meus concidadãos

Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como

docente no ensino secundário e no ensino superior.

Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um

mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom.

Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho

Executivo (dois mandatos), orientador de estágio pedagógico (3 anos),

delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos),

Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma

durante vários anos.

Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação

permanente à formação de professores.Desempenhei vários cargos

pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois

trabalhos de elevado valor científico.

Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem.

Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos

tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se

tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns

meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo. E como

se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um

novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o

concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova

categoria onde eu não tinha lugar!

Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e

sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum

valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a

quem estivesse no 10º escalão.

Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a

partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor

que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do

que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu

estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio

pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu

a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a

classificação obtida. É um professor que nunca exerceu qualquer cargo

pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu

84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República

Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na

secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do

hotel constam de um outro processo localizável). O seu curriculum vale

84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi

nomeado professor titular.

De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu

Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o

apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores

condições do que eu para integrar ' (...) um corpo de docentes

altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais

autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das

escolas para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono

escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.'

A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º

escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente

altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais

autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos,

eu já não sou nada.

Isto é o resultado de uma selecção feita com base na '(...) aplicação

de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis,

com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais

mais relevantes (...)[onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens

de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo

dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar

prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de

maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade.' É

assim que 'reza' o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!

Agora consta por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do

meu departamento) me irá avaliar...

Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer

de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais

competente do que aquele que se pretende avaliar.

O título de 'titular' não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto

seja só para fazer de conta...

Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo

desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!

Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos

os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas

sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e

desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera

da aposentação.

Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém

consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.

As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas.

Com acetatos, diaporamas, vídeos, powerpoint, etc. Hoje é, apenas, o

giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura.

Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio

vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a

faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu

departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana

porque tenho outras prioridades...). Receio que os professores deste

País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque

neste país já tudo me parece a fingir.

Cumprimentos.

(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)

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Não querendo ser do contra... Mas é todos os dias a mesma lenga lenga...

Ouvimos todos os dias, os professores a queixar-se com isto, com aquilo... se isto acontece, pk é que eles não propõem uma solução para estas coisas! Ou será que só sabem criticar e fazer greves e os outros que encontram solução!!!

No meu tempo de estudante 2º e 3º ciclo, já se ouvia os professores a queixarem-se de coisas destas... 10 anos depois, continuam a queixar-se! Sao exactamente o espelho, da maioria das pessoas... Tudo está mal, não fazem nada para ajudar a melhorar, e quando se tenta melhorar, está tudo mal!

Enfim, dêem tempo ao tempo, e vão ver, que o sistema irá tender a ficar ao agrado de todos! Mas não podem esperar uma mudança da noite para o dia!

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Não querendo ser do contra... Mas é todos os dias a mesma lenga lenga...

Ouvimos todos os dias, os professores a queixar-se com isto, com aquilo... se isto acontece, pk é que eles não propõem uma solução para estas coisas! Ou será que só sabem criticar e fazer greves e os outros que encontram solução!!!

No meu tempo de estudante 2º e 3º ciclo, já se ouvia os professores a queixarem-se de coisas destas... 10 anos depois, continuam a queixar-se! Sao exactamente o espelho, da maioria das pessoas... Tudo está mal, não fazem nada para ajudar a melhorar, e quando se tenta melhorar, está tudo mal!

Enfim, dêem tempo ao tempo, e vão ver, que o sistema irá tender a ficar ao agrado de todos! Mas não podem esperar uma mudança da noite para o dia!

Gosto do teu optimismo. :-.. Mas se procurares no teu reply vais ver que esse optimismo é em vão. Tu mesmo referes que há 10 anos os professores já se queixavam. Há no entanto um aspecto que deves ter em conta relativamente aos protestos dos professores: NÓS NÃO PEDIMOS AUMENTO DE SALÁRIO!!!!! Só estamos a pedir que haja o mínimo de condições para se fazer um bom trabalho. Se isso é pedir muito...

A diferença está simplesmente nisto: Os professores querem ensinar os alunos. O Estado quer 100% de sucesso seja a que custo for.

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São uns coitadinhos o trabalho é muito duro ai os cales... não têm regalias nenhumas nem nada... so por serem do estado.

Coitadinha é a tua opinião :no:

Em nenhuma circunstância se falou de perda ou ganho de regalias, apenas se falou de justiça e injustiça do sistema.

E essa das regalias também já não pega. Nem me vou dar ao trabalho de explicar isso, porque não vais querer compreender. <_<

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Há muita coisa que está mal.. a situação dos professores é má e como já deu para constatar criam-se injustiças, mas não é só com professores.. muita coisa está mal e foi mal dirigida desde o inicio, e claro mais dia menos dia tinha que descambar, que é o que se verifica agora.

E muito ainda há-de vir nos próximos anos "não se preocupem"

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Há algumas coisas injustas, mas também há algumas que só se queixam por queixar...

Por exemplo ser avaliado por qualquer outro professor para mim não tem lógica nenhuma, os professores deviam é ser avaliados pelos alunos.

A minha mãe, por exemplo, é professora do ensino secundário e diz que queria é ser avaliada pelos alunos mas que a maior parte dos colegas não queria isso... porque será?

Dá-me graça esse professor comparar as suas altas médias da faculdade com o outro que apenas tirou um bacharelato com 10 e depois ainda acabou a licenciatura no privado... como se as notas de qualquer curso em qualquer instituição fizessem um Bom professor.

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Queixam-se com razão, mas a balda e e as progressões automáticas têm que acabar...

Tudo que seja relacionado com avaliações é mal visto pelos professores/educadores.

Tenho pena é dos que entram agora com salarios miseraveis, e das auxiliares que tb ganham uma miséria.

Vou dar um exemplo no pre-escolar, em que existem educadoras que, sem fazerem nada, recebem para além de 3000€, isto claro já com 30 anos de carreira. É claro que essa gente não quer ser avaliada <_<

Deviam ser pagos pelo trabalho que fazem e não pelo grau que estão :bye:

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Há algumas coisas injustas, mas também há algumas que só se queixam por queixar...

Por exemplo ser avaliado por qualquer outro professor para mim não tem lógica nenhuma, os professores deviam é ser avaliados pelos alunos.

A minha mãe, por exemplo, é professora do ensino secundário e diz que queria é ser avaliada pelos alunos mas que a maior parte dos colegas não queria isso... porque será?

Dá-me graça esse professor comparar as suas altas médias da faculdade com o outro que apenas tirou um bacharelato com 10 e depois ainda acabou a licenciatura no privado... como se as notas de qualquer curso em qualquer instituição fizessem um Bom professor.

Essa foi uma das minhas principais 'batalhas' na minha escola e a reacção foi precisamente a mesma por parte da maioria dos meus colegas. O problema apenas se colocava aos professores do primeiro ciclo, uma vez que não têm ainda o discernimento suficiente para perceber se o professor é cientificamente correcto ou não. Mas no caso dos alunos do 2º ciclo para cima, pese embora o facto de serem crianças, a opinião geral de uma turma nunca difere muito da realidade. Se 20 alunos do 5º ano alegarem que um determinado professor percebe dos assuntos que trata na sua disciplina, é porque eles notam no decorrer das aulas que o professor não se engasga, que responde prontamente às questões colocadas, etc.

Não quer dizer que a avaliação fosse exclusivamente feita pelos alunos, mas deveria representar uma parte significativa da nota final, uma vez que os alunos sabem melhor que ninguém que tipo de empatia o professor tem com eles, se o professor tem a aula bem organizada ou não, se recorre a métodos diversificados de dar a matéria, se recorre à prática experimental para consolidar a teoria, se é pontual, etc. O Conselho Executivo apenas tinha que se preocupar em contabilizar os dados de secretaria (faltas, acções de formação frequentadas, permutas de aulas, compensações lectivas, etc.)

Os professores que estão contra este tipo de avaliação são exactamente aqueles que estão presos às velhas práticas, que não querem usar computadores na sala de aula porque os alunos sabem mais do que eles e não querem fazer má figura, que não recorrem a um datashow ou ao quadro interactivo, que não se estão para chatear em preparar as aulas de forma criativa e apelativa.

Então mas não deveria ser para isto que a merda deste sistema de avaliação devia servir? Para melhorar a qualidade do ensino?

Falas bem quando dizes que não é o curso que dita a qualidade do profissional. Isso até serve para a quase totalidade de todas as áreas do saber. Mas mais uma vez é um dos critérios para diferenciar os professores ao ponto de definir quem está em condições de ser 'melhor' que o outro. E não é só isso... Um professor pode ter sido um péssimo director de turma, mas pelo facto de ter sido, já tem umas décimas a mais para ser professor titular, enquanto outro professor que não foi director de turma, mas que fez um excelente trabalho com os alunos ao longo dos vários anos, como não teve esses cargos, não presta.

:lol:

E o mais grave de tudo isto: Este tipo de incongruências estão em todo o lado onde os ignorantes dos governantes metem o dedo!

PS: Uma lição de democracia e de atitude - é pedido aos alunos, 2 a 3 semanas depois de começarem as aulas, para elegerem um delegado e um subdelegado de turma. Nunca vi alguém eleito ser posto em causa durante o ano todo. As crianças têm um sexto sentido para encontrar quem merece ter lugar de destaque.

Queixam-se com razão, mas a balda e e as progressões automáticas têm que acabar...

Vou dar um exemplo no pre-escolar, em que existem educadoras que, sem fazerem nada, recebem para além de 3000€, isto claro já com 30 anos de carreira. É claro que essa gente não quer ser avaliada <_<

Os professores não estão contra a avalição. Estão contra ESTE MODELO de avaliação.

3000€? Onde? Só se for na Noruega. :-..

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Uma coisa é certa, tomara a maioria dos trabalhadores terem a boa vidinha que os professores têm.

Deixa-me adivinhar, tu és daqueles que pensa que os professores se limitam a dar as aulas que têm no horário e não fazem mais nada certo? Ai eu...

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Uma coisa é certa, tomara a maioria dos trabalhadores terem a boa vidinha que os professores têm.

Deixa-me adivinhar, tu és daqueles que pensa que os professores se limitam a dar as aulas que têm no horário e não fazem mais nada certo? Ai eu...

Eu sou daqueles que conhece mais do que apenas a realidade dos professores.

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Estava a ler isto e a pensar que isto reflecte o nosso sistema político desde há muitos anos: ciclo vicioso entre PS e PSD.

Como não há lá muito concorrência dão muito pouco trabalho a fazer o que é quer que seja para ganhar votos duma forma nova e melhor.

Por ex., o PS veio com as mesmas tretas do mandato do PSD... como é que mudamos então?

You reap what you sow.

E depois os velhos deixam todas as esperanças para os jovens como se eles fossem os únicos a puderem mudar a orientação política do país...

Parece que não percebem que o mundo político é demasiado importante para não deixar passar de lado.

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Ser professor é difícil, e digo isto sem qualquer tipo de ironia.

Mas eu começo a ler o texto desse senhor, e a primeira coisa que me vêm à cabeça é "como sou mais velho e tenho mais anos disto eu é que tenho direito ao poleiro". Começo a acreditar que muitos não querem ser avaliados, porque receiam que finalmente se descubra que ao fim de 30 anos de carreira, continuam a não ter vocação para ser professores. Muitos são os casos que eu conheço de antigos colegas de liceu, que hoje são professores, porque numa altura em que era fácil entrar no sistema aproveitaram, e por lá ficaram, mesmo sem saber o que é ensinar...

Porque é que no que toca aos professores, sempre que aparece uma medida seja ela qual for só se fala nos aspectos negativos para os professores...

Admiro muito a profissão de professor, até porque eu dou formação e sem que exista uma grande comparação, eu sei o quanto me stressa por vezes. Mas e como já se falou por aí eu tenho muitos amigos que quando acabaram os respectivos cursos, e que não estavam ligados ao ensino, não tiveram nenhum concurso ao qual se candidatar, foi mesmo centro de emprego, e mandar currículos a torto e a direito, como a generalidade dos cidadãos comuns.

O meu melhor amigo acabou recentemente o curso+estágio, e começou agora a dar aulas. E perguntam vocês como foi isso acontecer, atão esse magano acaba agora o curso ejá tem logo lugar para dar aulas. E eu respondo... É que em vez de ficar sentado à espera de um concurso e dos seus resultados, fez o currículo, tirou 30 cópias e enviou para 30 escolas. Adivinhem, uma dessas chamou-o.

Enfim...

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Nojento.

Independentemente de tudo o resto, nojento.

E gosto de ver por aí comentários mauzões, mesmo à chico esperto que pensa que sabe...

Um dos problemas deste país é mesmo o excedente de gente assim...

E há cada vez mais...

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Ser professor é difícil, e digo isto sem qualquer tipo de ironia.

Mas eu começo a ler o texto desse senhor, e a primeira coisa que me vêm à cabeça é "como sou mais velho e tenho mais anos disto eu é que tenho direito ao poleiro". Começo a acreditar que muitos não querem ser avaliados, porque receiam que finalmente se descubra que ao fim de 30 anos de carreira, continuam a não ter vocação para ser professores. Muitos são os casos que eu conheço de antigos colegas de liceu, que hoje são professores, porque numa altura em que era fácil entrar no sistema aproveitaram, e por lá ficaram, mesmo sem saber o que é ensinar...

Porque é que no que toca aos professores, sempre que aparece uma medida seja ela qual for só se fala nos aspectos negativos para os professores...

Admiro muito a profissão de professor, até porque eu dou formação e sem que exista uma grande comparação, eu sei o quanto me stressa por vezes. Mas e como já se falou por aí eu tenho muitos amigos que quando acabaram os respectivos cursos, e que não estavam ligados ao ensino, não tiveram nenhum concurso ao qual se candidatar, foi mesmo centro de emprego, e mandar currículos a torto e a direito, como a generalidade dos cidadãos comuns.

O meu melhor amigo acabou recentemente o curso+estágio, e começou agora a dar aulas. E perguntam vocês como foi isso acontecer, atão esse magano acaba agora o curso ejá tem logo lugar para dar aulas. E eu respondo... É que em vez de ficar sentado à espera de um concurso e dos seus resultados, fez o currículo, tirou 30 cópias e enviou para 30 escolas. Adivinhem, uma dessas chamou-o.

Enfim...

é pá, fdx, X2 (tirando a parte do amigo que não tenho nenhum nessas condições :-..)

o "anónimo" até pode ter toda a razão do mundo, mas começa por dizer que depois disto e aquilo voltou ás origens, que estava a poucos meses da reforma, que era o maior e campeão da rua dele, tinha notas todas xpto, e que agora vai ser chefiado por um ex aluno que implicitamente ele não suporta e está todo ressabiado, pondo em causa tudo o que esse fez e tem... enfim.

B)

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Conjecturar acerca da personalidade da pessoa que escreve o texto, daria pano para mangas!

Podíamos pegar no facto de que o homem parece obcecado com a pessoa que o vai avaliar, que até está na posse de informações acerca dele que normalmente não teria conhecimento (facturas, atestados médicos e bilhetes de avião), o que pressupõe que a história entre eles os dois irá bastante mais além do que está neste texto, que a pessoa que o vai substituir é alvo de um processo qq acerca do modo como justificou a viagem e que o tal sujeito que escreveu o texto parece contente com isso, que para a pessoa que escreve, o currículo académico foi o único termo de comparação, mas as capacidades sociais nem sequer foram mencionadas, etc, etc...

Mas abstraiam-se dessa parte e percebam o caso... Ás vezes é tão fácil falar sem se perceber o que seria viver a coisa.

Imaginem que lutavam durante a vossa vida toda com a esperança que mais tarde esse mérito vos fosse reconhecido. Com se calhar alguns de vocês que falaram estão a fazer agora mesmo.

Têm o vosso emprego que desempenham com afinco durante anos e chega certa altura em o governo monta um mecanismo que vai dividir as pessoas que desempenham a vossa profissão por escalões e esse mecanismo está tão bem feito que vêm um gajo claramente inferior no aspecto académico (só falo nesse pq não sei se um ou outro têm capacidades para dar aulas) e menos assíduo, ocupa um cargo superior ao vosso e ainda vai avaliar o vosso trabalho. Como se sentiam?

Edited by HERiTAGE
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Uma coisa é certa, tomara a maioria dos trabalhadores terem a boa vidinha que os professores têm.

Essa é a opinião típica de quem não sabe do que está a falar.

Só te dou o exemplo de 2 colegas que trabalham comigo: São do Porto e deslocam-se 110 km para cada lado todos os dias para dar aulas. Não têm subsídio para a gasolina, têm que almoçar sempre fora de casa, as aulas começam às 8:40 e terminam às 5 da tarde caso não haja conselho de turma que dura até às 7 da tarde. Ambos têm filhos.

Tomara toda a gente ter uma vidinha destas.

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