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The Fountain


camurso_
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****SPOILERS*******

Bem, em primeiro lugar, permitam-me dizer que apenas escrevo esta crítica porque sinto a necessidade de gritar aos quatro ventos o quão espantado fiquei com este filme.

Darren Aronofsky, o autor do incompreendido por muitos "Pi" e do genial "Requiem For a Dream" voltou com este projecto já há muito planeado. Este filme estava programado para ser um autêntico blockbuster megalómano com o Brad Pitt no papel principal. Devido a desentendimentos entre este e Aronofsky, o projecto foi cancelado indefinidamente. Mas o autor/realizador estava realmente convencido que este projecto tinha pernas para andar e decidiu continuar a investir o seu esforço nele. O resultado é uma BD lindíssima em todos os aspectos - mais uma prova que a BD não é só para putos.

Passados uns anos, e com um orçamento de um terço ao previamente estabelecido, Aronofsky começou a filmar, desta vez com Hugh Jackman no papel principal e com Rachel Weisz - a esposa do Aronofsky - a substituir a actriz Cate Blanchett, que tinha sido escolhida anteriormente.

E de que trata este filme?

É tão potente, tem uma mensagem tão forte que é difícil colocá-la numa única frase. Trata de tantas coisas ao mesmo tempo que provavelmente alguma me irá falhar. Este filme fala de vida, morte, vida para além da morte, mitologia, amor, ciência vs religião, perda humana, ficção científica, etc, etc, etc...

Basicamente, nós somos apresentados com três encarnações de uma única pessoa. O Tom.

O Tommas é, em 1500 um Capitão militar Espanhol que, por amor à Rainha de Espanha Isabel, viaja até à Guatemala em busca da árvore bíblica da vida.

O Dr. Tom é um médico nosso contemporâneo, que pesquisa desesperadamente uma cura para o cancro, de modo a poder salvar Izzy, a sua esposa.

O Tommy é um astronauta que viaja numa espécie de bola de sabão, acompanhado apenas por uma árvore seca cujo destino é uma estrela que está prestes a transformar-se numa supernova, convencido que esta a poderá revitalizar.

Em todas as encarnações, o Tom falha o seu objectivo e só no final, quando se apercebe que o processo de morrer é inevitável e é através deste que a vida continua, finalmente tem paz.

A Banda Sonora é de Clint Mansell que já acompanhou o realizador nos outros filmes, logo, torna-se, imediatamente reconhecível a sua qualidade, com as cordas ou suaves e melódicas, ou duras, com rajadas que nos fazem perceber a dor e o sofrimento que a personagem principal atravessa durante grande parte do filme.

Aronofsky preferiu não usar CGI nos efeitos especiais, pois além de serem caros, correm o risco de, daqui a poucos anos, se tornarem obsoletos. Então, através de fotografias microscópicas, e com a ajuda de físicos especialistas em mecânica de fluídos, foi possível criar um "espaço sideral" lindíssimo, onde a paz, o silêncio reinam. A proeminência da luz dourada contrastando com tons escuros em quase todas as cenas do filme não acontece por acaso e tornam n'O Último Capítulo numa experiência visual aterradora.

Este filme apresenta uma singularidade, tal como muito poucos filmes apresentam hoje em dia (talvez por estarem habituados aos filmes pipoca) pois as últimas cenas não são de modo algum conclusivas, ou seja, quem vê o filme, interpreta-o da maneira que quer. Talvez por isso haja muita gente que o odeia, enquanto há muita gente que o adora.

Por último, um pequeno conselho. Amem-no, detestem-no, mas ao menos, VEJAM O FILME.

Alguns quotes, retirados do IMBD:

Izzi: It's all done except the last chapter. I want you to help me. Finish it...

Tom Verde: I'm sorry father, for you there is only death. But our destiny is life!

Lord of Xibalba: Death is the road to awe.

Izzi: [embraces Tom] No, no. Listen, listen. He said that if they dug his father's body up, it would be gone. They planted a seed over his grave. The seed became a tree. Moses said his father became a part of that tree. He grew into the wood, into the bloom. And when a sparrow ate the tree's fruit, his father flew with the birds. He said... death was his father's road to awe. That's what he called it. The road to awe. Now, I've been trying to write the last chapter and I haven't been able to get that out of my head!

Tom Verde: I'm going to die!

Tom Verde: Death is a disease, it's like any other. And there's a cure. A cure - and I will find it.

Tom Verde: All these years, all these memories, there was you. You pull me through time.

Tom Verde: [looking at 500+ tattoo rings on his arms which count the years since Izzy died] You pull me through time.

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Vi este filme há pouco tempo (para aí duas semanas). Neste momento não posso estar a comentá-lo pois estou com pressa, mas fica aqui a minha promessa de que amanhã o farei.

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Como bem disseste este filme é do género que se adora ou se odeia, eu adorei, infelizmente vi com mais

uns amigos, felizmente não houve barulhos por demais, pois alguns adormeceram, outros simplesmente

levantaram-se e sairam pa varanda voltavam novamente, eu sou do género que vejo cinema como é

considerado - uma Arte - a 7º arte - como tal os meus amigos gostam de ficar até ás tantas numa disco,

mas não aguentam 2 horas e meia de filme adormecendo, eu até ficava mais 2:30 se houvesse... lol.

voltando ao filme, este é sem duvida o género de filmes especificos para um só publico, lembro-me

perfeitamente do Pi, adorei, não vi o Requiem, eu sei... devia tar preso algures... lol... mas tá na lista.

Não ha mt mais a dizer do filme, vejam e depois digam o k acharam.

10/10 - Jackman e Weisz fenomenais :fnf:

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nao sei como fazer um comentario a este filme so tenho estas palavras...filme do ano e do seculo e do milenio e de tudo akabou lol é um dos melhores filmes ke já vi....excelente faz.me ter fé na 7ªarte

10/10

Edited by _Storm_CroW_
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"Um filme tão luminescente como a própria vida. Nas lágrimas de Hugh Jackman reencontro o meu próprio desespero da morte. Não a minha, mas a do meu próximo; alguém que, por egoísmo meu, tento manter presa a mim mesmo, ainda que ela própria já não o deseje." por Tiago Pimental em Claquete.

"The Fountain é uma viagem sensorial que parte de um intimismo comovente para atingir o êxtase numa representação grandiosa da Morte como Vida. O percurso até lá não é necessariamente perfeito, mas as obras mais marcantes nem sempre rimam com a perfeição. Não é um filme de complexidade, é um filme de fé e determinação. De uma beleza miraculosa e de uma intensidade emocional que o tornam difícil de esquecer." por Tiago Costa em Claquete.

"Extraordinária também, como sempre, essa banda sonora da autoria de Clint Mansell, deixando desta vez de lado os acordes electrónicos e criando um portento que tanto sobrevive com as imagens como longe delas. E depois... depois temos essa entrega fenomenal de Hugh Jackman, completamente imerso na sua personagem, capaz de nos levar às lágrimas e de nos transmitir toda a sensação de impotência que lhe invade a alma com um simples olhar." por Paulo Costa em CinePT.

"Raramente surgem em cinema objectos de uma pura originalidade que acabam por levar a arte a meandros do inalcançável e que, silenciosamente, acabam por revolucionar o meio como o percepcionamos. The Fountain de Darren Aronofksy é uma dessas obras que toca o impossível e proporciona uma autêntica odisseia dos sentidos, o despertar de novas sensações. “Transcendente” é uma palavra demasiado frívola para descrever um filme que não tem precedentes e que nos envolve (ou não, visto tratar-se já num filme de culto algo incompreendido) de uma forma tão imprevisível, tocante e insubordinada. A visão de Aronofsky é tão única quanto complexa e densa e é das experiências mais singulares passíveis de serem vividas pelo cinema." por Nuno Gonçalves em Mulholland Drive.

"The Fountain é um Poema divinamente existencialista, imerso em conjunturas meditativas e contemplativas. Seu sistema de signos articula-se para compor um discurso. Não é fundamental desvendar todas as suas verdades camufladas, mas absorver o máximo da expedição que nos imerge pelos níveis da subconsciência (princípio de qualquer contemplação artística). “The Fountain” é Romance como Revelação e Ficção Científica como Oração. Seu conteúdo é imortal. Mesmo quando os violinos gemem e gritam estridentes num final arrebatadoramente orgásmico, sente-se a pulsação de uma Obra Transcendental que sobreviverá para além de uma sala de Cinema, alojando-se no âmago de quem sorver toda a sua excelência." por Francisco Mendes em Pasmos Filtrados.

Quando se fica em choque, sem palavras, o melhor é mesmo citar os vocábulos de quem conseguiu expressar o que viveu através dos seus sentidos. Apenas uma linha para asseverar que "O Último Capítulo" foi, é e será para todo o sempre abismal e eterno... como o Amor. Obrigado Aronofsky.

Obrigado críticos de tudo o que era jornais diários e semanários por o terem corrido a bolas pretas e uma estrela. Era a prova que precisava para perceber que para ler algo decente sobre um filme, em bom português, tenho que pesquisar nos blogues de cinema nacionais e não nos jornais.

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sou a favor do "Ou se ama ou se odeia" mas mais "Ou se compreende ou nao se commpreende" , tenho amigos meus que simplesmente nao perceberam o filme... principalmente quando o filme passava para o "céu" onde ele estava com a arvore....

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Este é daqueles dificeis de julgar

Ja o vi 2 vezes e ainda não sei que diga

Gostei da montagem, da escolha de cenários e dos actores :y:

A história está muito confusa

Não é linear

O Aronofsky quiz fazer uma masterpiece mas ainda tem muito q aprender

Talvez tem de ver alguns filmes de Andrei Tarkovsky, Andrei Konchalovsky

ou de Theo Angelopoulos

Luke

Edited by Luke
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@IrAoKuMaTa

O dia que vires o Siberiade do Konchalovsky, então ja sabes porquê ;)

Vi-o em 1983 numa Semana de Cinema Russo em Lisboa ;)

O prob de alguns realizadores russos é q são tentados pelos dolares e depois so fazem merd*

Quanto ao Requiem nada a dizer :y:

Mas eu estou a comentar este filme :-

E não se deve idolatrar alguém porque fez um filme Fantastico

Luke

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O Aronofsky quiz fazer uma masterpiece mas ainda tem muito q aprender

O Requiem foi só para perceberes que ele já fez uma masterpiece, e por isso nao tinha muito que aprender ainda ;)

E o Aronofsky é norte-americano e não Russo, Luke.

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