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The Fountain (2006)


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The Fountain (2006), de Darren Aronofsky

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Darren Aronofsky é um homem ambicioso, e, acima de tudo, muito persistente. The Fountain é um filme que quase não o foi: inicialmente para ser filmado em 2002, com um orçamento de 70 milhões de dólares e Brad Pitt e Cate Blanchett como protagonistas, acabou por ser posto de lado após a saída de Pitt, por alegadas diferenças criativas com o realizador. Mas Aronofsky tinha uma história para contar, e não desistiu. Acabou por retomar o projecto, em 2005, com um par diferente de protagonistas e metade do orçamento. O resultado é uma obra fascinante, embora não inteiramente bem sucedida.

The Fontain é a história de um homem, e de três épocas distintas: o passado, o presente e o futuro. Ou o presente, o passado próximo e um passado distante. Tudo depende da forma como escolhemos interpretá-lo. Somos apresentados a três linhas temporais diferentes: numa primeira, seguimos um neurocirurgião enquanto este tenta descobrir uma cura que salvará a sua esposa da morte certa que lhe é augurada por um tumor cerebral; noutra, assistimos à demanda pela Árvore da Vida por parte um Conquistador numa Espanha perto do descalabro; finalmente, observamos a viagem de um homem e uma árvore moribunda, no interior de uma bolha, em direcção ao que assumimos ser o espaço profundo.

Hugh Jackman é sublime na interpretação do trio de homens, conferindo uma dimensão muito própria a cada um – a inexorável certeza da morte que se avizinha e a recusa da mesma são reflectidas na face de constante alerta do neurocirurgião, face esta que se transfigura completamente para demonstrar a determinação obtusa do Conquistador. O terceiro homem é interpretado de forma bastante diferente, com uma serenidade quase etérea. É um atestado à versatilidade de Jackman a maneira como este compõe três homens intimamente ligados mas irremediavelmente distintos.

Transcendental e arrebatador são alguns dos adjectivos que já foram utilizados para descrever The Fountain. Arrebatador é-o certamente. A fotografia de Matthew Libatique e a banda-sonora de Clint Mansell convergem de maneira excepcional, dando origem a uma experiência sensorial como poucas, recheada de mini-clímaxes. Muito mais que um simples filme, The Fountain é uma experiência imersiva, que nos envolve e nos desperta os sentidos de maneira única. É difícil não abandonar a sala de cinema atordoado, ainda a processar a hora e meia anterior.

À medida que a sensação de atordoamento desvanece e o pensamento normal volta ao activo, no entanto, as falhas de The Fountain tornam-se mais evidentes. Grande parte do impacto do filme advém da beleza dos fotogramas e da excelência sonora muito mais do que da qualidade do argumento. O ensaio de Aronofsky sobre o antagonismo entre a inevitabilidade da morte e o desejo da vida eterna funciona até certo ponto, mas a ideia é ultrapassada pelos excelsos valores de produção, que acabam por, até certo ponto, a ofuscar. A ideia do realizador só não se materializou numa obra-prima porque o realizador cometeu o erro de se deixar iludir de tal forma pelas inúmeras possibilidades que acabou por fazer uma obra na qual o fim é menos importante do que o meio para o atingir.

Apesar das falhas, The Fountain não é de maneira nenhuma um filme falhado, porque um projecto não inteiramente sucedido de Darren Aronofsky continua a ser superior à maior parte dos filmes que nos invadem as salas de cinema todas as semanas. É, apesar de tudo, um excelente filme que merece ser visionado por toda a gente, quanto mais não seja pela belíssima história de amor em torno da qual tudo decorre.

Josh Bell, crítico de cinema do jornal Las Vegas Weekly, intitulou The Fountain de “biscoito da sorte com a duração de um filme”, e é impossível não concordar, pelo menos em parte. Em última análise, tudo se resume a um carpe diem excessivamente floreado. Embora, com um floreado destes, seja impossível ficar indiferente.

8/10

Aqui ;)

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  • 2 months later...
tem uma mensagem interessante o filme, mas tem fases...booooring...

quanto a mim, esta overrated

Concordo inteiramente contigo. Falando sobre o mesmo realizador, o Requiem está muito mais poderoso B)

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tem uma mensagem interessante o filme, mas tem fases...booooring...

quanto a mim, esta overrated

Concordo inteiramente contigo. Falando sobre o mesmo realizador, o Requiem está muito mais poderoso B)

Concordo tb, excepto nas fases boring. não me lembro de ter apanhado seca com o filme, mas tb não o achei uma obra prima com alguns acharam.

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